Thais Narrando Quando vi a dona Silvana chegar daquele jeito, o rosto abatido, o olhar cansado, a voz trêmula contando o que tinha acontecido na clínica, me deu um nó na garganta. Ela falava com tanta dor, tanta angústia, que eu fiquei parada por um tempo só observando. E enquanto ela falava, uma lembrança antiga veio na minha cabeça, forte como um soco no estômago. Há muitos anos, uma tia minha que Deus a tenha, passou por algo bem parecido. Teve um ataque de nervos, o que os médicos chamavam de “surto psicótico”, e acabou internada numa clínica de repouso. Eu era mais nova, mas lembro bem das conversas em casa. Minha mãe sempre dizia que ela não estava bem tratada, que tinha alguma coisa errada naquele lugar. Já minha avó, que acreditava em todo mundo, dizia que era coisa da cabeça da

