Thais Narrando
Entrei no quarto me sentindo um caco. A cabeça latejava, o corpo parecia que tinha levado uma surra e o coração… ah, o coração tava uma bagunça só.
— Cê tá doida, Thais? — falei baixinho, encarando meu reflexo no espelho do banheiro. O cabelo todo desgrenhado, a boca ainda meio inchada, e na mente aquele beijo que não saía de jeito nenhum. Que loucura foi essa, meu Deus? Beijar o King? Meu patrão, o chefe do morro? É o cúmulo da insanidade.
Joguei água fria no rosto, tentando apagar da pele o calor que ainda lembrava o toque dele. Me apoiei na pia e respirei fundo, tentando convencer meu cérebro de que aquilo foi só um erro, um deslize causado pela carência.
— Tá carente, é isso, Thais. Foi só carência.
Mas por dentro eu sabia que não era só isso. O cheiro dele, o o
