DG 😎
Julia: Agora vai lá ver a Dona Laís - Me deu um tapinha na costa, dou um beijo no rosto dela e subi por quarto dela, a porta tava entreaberta eu entrei.
Laís ajeitava a bebê no colo, embalando devagarinho, enquanto eu encostava na parede, olhando pra elas, o silêncio do quarto só era quebrado pelo choro baixinho que já ia diminuindo.
DG: Eu nunca pensei que ia passar por isso Laís - falei chegando perto delas - ser pai sozinho, eu... eu não sei ser pai, eu não sei nem cuidar de mim direito.
Laís levantou os olhos séria, mas com aquele brilho escondido que sempre entregava ela.
Laís: Você sabe sim Diego, você só tá com medo, e medo não te faz fraco, te faz humano — Baixei a cabeça, sentindo o peso nas costas.
DG: Mas olha pra mim, olha a vida que eu levo, eu não queria que ela tivesse que carregar nada disso, tenho medo de virar o mesmo erro que eu sempre quis fugir — Laís respirou fundo, ajeitando a bebê contra o peito.
Laís: Erro seria você não tentar, você acha que eu não sei do que você é capaz? Eu fiquei dez anos longe Diego, mas eu te conheço, no fundo você sempre quis ser melhor do que o mundo deixava você ser, essa menina é a tua chance de provar isso, pra ela e pra você mesmo.
As palavras bateram fundo, me cortaram e ao mesmo tempo me costuraram por dentro, sentei na beira da cama, olhando minha filha dormindo.
DG: E você, Laís? Dez anos longe... e agora tá aqui, me ajudado Por quê? — Ela ficou em silêncio por alguns segundos, depois me olhou.
Laís: Porque eu sei o que é crescer sem um pai por perto, Diego você sabe o quando a presença dele me fez falta, eu não vou deixar essa bebê sentir isso, mesmo que ela não seja minha, e porque - a voz dela falhou, mas ela continuou - porque por mais que eu tente, eu nunca consigo deixar de me importar com você — Fiquei travado, o coração apertado, encostei a mão na dela, por cima do bracinho da bebê.
DG: Obrigado, Laís, não só por ela, mas por ainda acreditar que eu posso ser alguém melhor — Ela apertou minha mão de volta, sem fugir.
Laís: Não é sobre acreditar, É sobre saber, você pode, só precisa querer.
O silêncio voltou, mas dessa vez não era pesado, era um silêncio cheio de coisas que talvez, só talvez, um dia pudessem se reconstruir.
DG: Vamos minha coroa, deve tá esperando - me lenvato da cama.
Laís: Vamos sim - Se levantado com a nenê no colo - Pega a bolsa dela e a mamadeira.
Peguei tudo e descemos, madrinha, Aline e min-ji estava no sofá assistindo alguma coisa na tv.
Julia: Já vai filha.
Liz: já sim mãe, cadê Danilo?
Julia: Ainda não chegou, vamos espera.
DG: Não madrinha, ele mandou eu levar vocês, ele tá ocupado — Elas concordaram e foram pegas as coisas delas, saímos e fomos espera no carro.
Laís: Tá quente hoje né aff
DG: Sempre e calor no rio, vou liga o ar pra você - ela concordo e as meninas saíram, entraram e fomos pra casa da coroa.
Chegamos e já escutei falatório e um som não muito alto, as meninas saíram e ajudei a Lais sair do carro.
Laís: Pega ela.
DG: Porque?
Laís: Você vai apresenta sua filha, então precisa entra com ela né Diego, não eu — ajeito a bebê no colo, respirando fundo antes de entrar, Laís dá aquele olhar firme, incentivando.
Laís: Vai logo Diego, ela é sua filha, todo mundo tá esperando.
Ela dá um meio sorriso e entramos e fomos pra parte de trás da casa, com a neném nos braços, quando passei pela porta, os pessoal fica em silêncio por alguns segundos, os olhares curiosos se voltam para a pequena no meu colo.
DG: Pessoal, essa aqui é a razão da minha vida, minha filha.
Um burburinho começa, sorrisos surgem, algumas lágrimas discretas da minha mãe e da madrinha, a minha coroa é a primeira a se aproximar.
Fatima: Minha neta e muito perfeita, me dar ela aqui - passa a bebê com todo cuidado pra ela.
Hugo: Caraca DG, nunca pensei que ia te ver trocando arma por fralda - Diz rindo e me abraçado de lado.
DG: Nem eu parceiro, mas olha só, até nisso eu tô aprendendo — Lais observa de perto, quase escondendo o sorriso, enquanto todos se revezam para conhecer a neném, me aproximei de Lais
DG: Obrigado por estar aqui, se não fosse você, eu não sabia que o que fazer — Falei baixo
Liz: É sua filha, Diego, mas... eu fico feliz de estar do seu lado nesse momento.
Olhei pra ela e pra todos que tava ali, me senti bem e por um momento senti uma felicidade única e real, os manos já tava assado a carne, Laís, Aline e a madrinha tava fazendo as coisas na cozinha, tava no maior papo com os manos, bebendo e escutado as mentira do R7 quando tava preso e so foi umas horas ele passou várias coisas, acho que nem os que tão preso viveram tanto, esse mente meu parceiro.
As meninas colocaram as coisas na mesa e a carne já tava pronta, minha coroa não deixo a neta desda hora que nós chegamos, geral sento pra comer.
A coroa entrega a bebê pra Liz, ela ajeita a pequena no colo com tanta naturalidade que todos ao redor se entreolham, sorrindo
Thiago: Gente olha a Laís, parece até que nasceu pra isso — Lais cora levemente, mas finge não dar importância.
Lais: Ah, para tô só ajudando e eu cuidava dessa pequena aí oh - apontou pra min-ji que tava se acabado na farofa.
DG: Ajudando nada, ela já reconhece teu colo — Laís levanta o olhar pra mim, e por um instante nós dois se perdemos ali, no silêncio cheio de lembranças e de algo novo crescendo.
VT: Ihhh, olha a cara do DG, nunca vi esse homem tão manso na vida - ele corta a tensão este nós, rindo, olhei pra ele e balancei a cabeça.
Fátima: E nem vai ver, só a filha dele e - olha de lance para Lais rindo - algumas pessoas conseguem isso.
O clima ficou mais leve, risadas preenchem o quintal, Lais fico toda sem jeito com a indireta da mamãe, passei a mão na nuca, meio sem jeito, tentando disfarçar, o clima e cortado quando a bebê solta um chorinho, Lais automaticamente a acalma, andando um pouco pelo quintal, observo tudo como se estivesse vendo uma cena que sempre quis, mas nunca acreditei que pudesse acontecer.
Me aproximei devagar e baixinho falei com ela.
DG: Quando eu te vejo com ela, é como se a gente fosse uma família — Lais engole em seco, mas não responde, apenas ajeita a bebê no colo e continua embalando, voltei pra mesa e todos já tinha terminado de comer e ja tava todos animados, eles começaram a beber e eu tava só de olho na Laís, a nenê tinha dormido e ela colocou a nenê no carrinho e foi senta com as meninas.
DG : Já ajeitaram tudo pra manda por mano lá? — Falei com o Danilo
Danilo : Já tão tudo no conforme.
R7 : Agora vamos curti e deixa esse assunto pra lá c*****o — Falou me dado uma Heineken, só concordei e começamos a beber.
O dia foi acabado, os manos já tava quase todos bebado, menos R7, Danilo e VT, Aline passou horas na piscina com a filha dela, minha coroa e a madrinha tava conversando sobre alguma coisa que não conseguir escuta, mais entendi uma parte "E ser eles voltaram" será que tava falado da gente ou das novelas delas.
Laís tava sentada dando o mamar da nenê, ela tava distraída e acabei tirado uma foto delas duas, o cenário tava lindo e elas ali tava ainda mais linda, vou posta mais tarde, também tirei de geral, mais eles nem perceberá.
Geral já tinha indo embora, Danilo e R7 foi vê os homens que ia manda por morro do BH, tava eu, Aline, Laís, minha madrinha e minha coroa, a nenê tava dormido no colo da Aline.
Julia: Já tá ficando tarde, vamos filha? - Falo olhando pra Aline.
Aline: Sim, vamos tô cansada e amanhã tenho que ver uma aula temporária pra min-ji.
Laís: Aula de português?
Aline: E mais duas.
Laís: Online?
Aline: Não sei ainda, vou ver amanhã na escola.
DG : Coloca ela na escola do morro, tem pública e particular.
Aline : Vou dar uma olhadinha amanhã.
Laís: Me avisa depois - ela concordou.
Fátima: Também tô cansada, o dia foi logo - Deu um sorriso - Amanhã vou lá com você amiga.
Julia: Tá bom, vou espera e vem mesmo - Diz abraçado minha coroa, ela concorda e Aline da a nenê pra mim, Laís e minha coroa foi ser despendi delas, fiquei ali sentada com minha princesa, até Laís volta.
Laís: A madrinha já subiu - Diz sentado do meu lado - vou dar uma arrumadinha aqui, assim que termina nós podemos ir pra casa.
DG: Não precisa, amanhã mando uns vapores pra vim arruma.
Laís: Pra que ser eu posso arruma agora - ela deu de ombro e começou a pega as garrafas e ajeita em cima da mesa, coloquei a nenê no carrinho e fui ajuda ela, tava tocando um pagode e ela tava cantando bem baixinho e ela tava linda, não demoro muito e ja tava tudo ajeitado - Viu, não demoro nada.
DG: Sim, agora vamos to morto - Ela concordo e pegou o carrinho e as coisas da nenê, fomos por carro, ela entrou e comecei a luta pra fecha o carrinho, só escutava ela rindo de dentro do carro, conseguir fecha e entrei no carro - Esse carro não sair mais de casa tá doido - ela começou a rir.
Minutos depois já estávamos em casa, ajudei ela a sair do carro, entramos em casa
DG: Vamos ver o quarto dela, já tá pronto.
Lais: Aaaah sério, vamos sim - Ela diz toda animada, subimos me deu um nervosinho tão grande, paramos na porta do quarto que agora e uma porta branca com uma bonequinha rosa - Ai tô nervosa - ela riu.
DG: Não e só tu não.
Lais: Vamos - ela ajeito a nenê no braço e pego na minha mão, o coração acelero e tava soado, abrir a porta é tava a coisa mais linda do jeito que eu e Lais escolhemos - Meu Deus tá perfeito demais - ela falou com a mão na boca e com os olhos marejado, ela foi até berço e fico admirado tudo.
Nunca pensei que ia tá aqui, olhando um quarto assim tudo tão bonito, cheio de detalhe, de coisa que nunca fez parte da minha vida, eu sempre vivi correria, correria e mais correria, dinheiro entrando, dinheiro saindo, risco o tempo todo, nunca parei pra imaginar berço, ursinho, luz suave, isso nunca foi minha realidade.
E agora tá aqui, minha filha a coisa mais pequena e mais grande que já tive na vida, eu olho pra esse quarto e parece outro mundo, um mundo que eu comprei com o mesmo dinheiro que me coloca no alvo todo dia, um mundo que a Laís ajudou a escolher, cada detalhe, como se ela também acreditasse que eu podia ser mais do que um traficante, mais do que as tretas.
Mas eu sei, sei que tudo isso aqui é bonito e frágil, o crime dá o luxo, mas também traz a ameaça, um quarto desses não apaga o sangue, nem o peso do que eu já fiz, só que, olhando pra minha filha ali, parece que pela primeira vez eu quero que todo esse risco valha de verdade a pena.
Nunca pensei em ser pai, muito menos em querer ser bom nisso, e agora... agora eu tô aqui, no meio de um quarto de bebê, tentando acreditar que eu consigo proteger esse pedaço de mim do mundo que eu mesmo escolhi.
Olho tudo e penso "c*****o isso aqui é pra minha filha" nunca imaginei que um dia ia passa um tempo escolhendo cor de parede, armário, luminária, essas coisas que eu sempre achei que não eram pra mim e meu parceiro ficou perfeito.
DG: Ficou bonito demais, nunca pensei que fosse entrar num lugar assim e falar, é da minha filha - falo rodando o olhar devagar pelo quarto.
Laís: Bonito não, ficou perfeito, cada detalhe parece que foi feito com calma, do jeito que ela merece - Ela sorriu de canto e olhava por berço.
DG: Calma é o que menos tem na minha vida, mas aqui dentro, sei lá... parece que até eu mudo.
Lais: Esse quarto é mais do que parede e decoração é promessa, você pode até achar que não, mas quando escolheu tudo, você já tava dizendo que queria ser diferente - ela coloca a nenê no berço e passa a mão pelo véu que cobri o berço
DG: Querer eu quero Laís, mas você sabe como é lá fora, cada luz acesa aqui dentro custou no risco que eu corro.
Lais: Então aprende a ver que vale a pena correr por algo que não seja só você, agora você tem alguém que vai precisar de você inteiro.
DG: Nunca tive medo de nada, mas por ela eu tenho - abaixei a cabeça, encarando o tapete com corações, depois voltou a olhar pro berço.
Lais: Medo também é amor, sabia? Quem não tem nada a perder, não teme, você tem.
DG: E pensar que fui eu e você que escolhemos tudo isso, parece que até o destino deu uma chance da gente viver outra vida.
Liz: Talvez essa seja a parte mais bonita, ver que no meio do caos, ainda dá pra criar um lugar de paz - ela segurou o olhar em mim por alguns segundos, até desviar e olha pro berço.
Sorrir e sair do quarto, deixei ela arrumado a nenê, fui pra sala e me sentei no sofá, peguei meu celular e fui ver a foto que tirei delas, fiquei admirado por um tempinho, até resolve posta no i********:.
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Na vida a gente perde muita coisa... mas às vezes o destino devolve do jeito mais bonito ❤️🩹😍
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💬 Comentários:
@Aline: Aaaaah coisa mais linda 🥹💕
@R7: Eu avisei que esse coração de pedra ia amolecer 👀
@Danilo: Hm 🤔👀 quero explicação sobre essa legenda aí, DG.
@VT: Duas princesa 😍
@Hugo: DG postado foto é novidade kkkkk virou pai de família mesmo 🍼🔥
@Fatima: Como amo vocês 😍
@NewsRocinha: Lindas demais 🩷 Quem será essa princesinha? Post misterioso... tô sentindo romance no ar 🫢 Chefe tá namorando?
INSTAGRAM OFF
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Vi uns comentários e rir, deixei o celular de lado, meu i********: só tem gente que eu confio, não aceito qualquer um não é m*l posta as coisas.
Um tempinho depois ela desceu devagar e se sento no sofa, ficamos em silêncio por um instante, como se nenhum dos dois soubesse por onde começar.
Laís: Hoje foi intenso, né? - ela falou, soltando um suspiro.
DG: Foi - respondi, com um sorriso de canto - Muito bom, fazia tempo que eu não via todo mundo reunido daquele jeito.
Laís: Sempre a mesma bagunça - ela riu de leve - Nada mudou.
DG: É - concordei, lembrando das risadas, das provocações, dos amigos falando alto, como se dez anos não tivessem passado - A diferença é que agora tem um bebê no nosso meio — ela olhou pra mim de lado, com aquele sorriso suave.
Laís: A madrinha tava feliz demais.
DG: Tava - respirei fundo - Eu também fiquei, ver todo mundo junto, você lá, minha filha no meio... foi especial - O silêncio voltou, mas não era pesado, eu só fiquei olhando pra ela, pensando no quanto era estranho e ao mesmo tempo natural tê-la ali, parte de mim queria falar que senti falta, que sempre imaginei ela nesses momentos, mas só deixei escapar - Você fez falta nesses anos, sabia? — Ela desviou o olhar, como se estivesse processando aquilo.
Laís: Vocês também, todos vocês.
Por um instante, parecia que o passado e o presente se encontravam ali, entre nossas palavras simples e os olhares que a gente ainda não tinha coragem de sustentar por muito tempo.
Laís: Vou subi toma um banho, amanhã temos que leva a nenê na medica pra ver os exames - Diz ser levantado
DG: Pow tinha esquecido - Passei a mão na cabeça - Tem como você leva ela por mim, amanhã tenho reunião que não posso falta.
Laís: levo sim, sem problema - ela deu um sorriso - Boa noite até amanhã.
DG: Boa noite dormir bem baixinha.
Ela sorriu e subiu, fiquei um tempo ali no sofá encostei a cabeça pra trás e respirei fundo, amanhã já sei como vai ser, telefone tocando cedo, aliado querendo resposta, polícia rondando, baile pra marcar presença, favela na minha mão, essa vida não espera, não dá pausa, só que agora eu tenho outra parada, uma filha, sangue do meu sangue, pequena, indefesa, dependendo de mim pra tudo, não é soldado, não é aliado, não é morador pedindo ajuda, é minha filha, e aí a responsa muda, eu não posso sumir, não posso cair, não posso deixar ela crescer sem pai, no crime, a gente aprende a não ter medo de morrer, mas com ela, agora eu tenho medo de não viver o bastante pra criar.