Tatu narrando – após sair do quarto
Saí do quarto com o coração batendo na garganta.
Desci os degraus como um zumbi. Cada passo era pesado como chumbo.
A porta bateu atrás de mim e o eco foi mais forte que qualquer rajada que já ouvi na vida.
Fui até a sala, joguei o corpo no sofá, e ali fiquei.
Sem camisa, suando frio, com a mente girando mais que ponteiro de relógio.
Ela tava certa.
Porra, ela jogou na minha cara tudo que eu tento fingir que não sinto.
Tudo que eu escondo, porque, no meu mundo, sentimento é fraqueza.
No meu mundo, homem não ama. Homem manda, controla, protege.
Mas proteger também é saber soltar. E eu? Só sei prender.
Ela disse que me amava.
Caralho. Ela disse isso.
E eu fiquei calado.
Porque o que eu sinto por ela é tão forte que me assusta.
Eu nunca tive
