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SOBRE ESTE LIVRO…
A Trilogia O Chefe é uma sequência de livros de comédia romântica, que conta a história de vários casais ao mesmo tempo, e suas confusões dentro e fora da cama.
O Livro 1 da série conta a história de Adonis Kappas, um cozinheiro recém-formado em gastronomia, que tem um sonho de infância, abrir seu próprio bistrô e ser reconhecido na culinária greco/italiana e de Agnes Ferraço, uma promotora de modas, viciada em trabalho, que carrega um segredo a sete chaves.
E também a engraçadíssima e irreverente Flávia Simões, melhor amiga e assessora de Agnes. Uma mulher divertida e sem filtros que promete arrancar boas gargalhadas de vocês, devido ao seu relacionamento excitante e igualmente engraçado e conturbado com Oliver Borboline.
Como podem ver, tem uma trama deliciosa com uma mistura gostosa de drama e humor esperando por vocês aqui nesta plataforma.
Convido vocês, fãs de romances, que adora dá uma boa risada a ler o livro e se deliciar com cada página.
A TRILOGIA O CHEF ESTÁ ESPERANDO POR VOCÊ!
✓Muita confusão.
✓Pouco drama.
✓Muitas gargalhadas.
✓Dois vilões que você vai querer matar.
✓E uma criança que é uma fofura e promete te conquistar.
Quer mais?
Então vem ler o livro!
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Adonis Kappas
Desde menino, quando eu assistia o meu pai na cozinha de um grande restaurante me encantava com a sua sabedoria e imponência. O ar de um grande rei. Ele mandava e desmandava naquele lugar e todos lhe obedeciam sem contestar as suas ordens, como se ele fosse a maior autoridade ali, mas o que me impressionava mesmo era a mágica dos pratos, a forma e o cuidado com que eram montados, a elegância, o poder, o aroma. Não tive a menor dúvida, logo soube que um dia eu seria como ele. Eu seria um grande chef.
Ando pelo ambiente semiescuro e empoeirado e chego a sonhar acordado com a transformação do lugar. Me desculpe a falta de educação, me chamo Adonis Kappas, sou descendente de grego, mas moro no Brasil desde que me entendo por gente. Tenho 30 anos e passei uma boa e longa temporada na Itália. Sim, foram cinco anos longe do meu amado país. Mas essa é uma história muito longa e que talvez… Eu disse talvez, eu conte para vocês. Sou o tipo de cara vaidoso. Eu malho muito, cuido bem da minha alimentação e sou chato pra c*****o com horários, mas sou um cara bem legal. Passo a mão levemente pelo balcão de madeira e sinto o pó acinzentado grudar em minha pele imediatamente. O teto precisa de alguns reparos e o piso? Bom, o piso precisa ser trocado. Bufo de modo audível. Muito dinheiro investido.
— Então senhor Kappas, o que achou? — Pablo, o corretor de imóveis pergunta com visível ansiedade, e eu suspiro quase que sonhador. O prédio está um lixo, mas a sua localização é perfeita e não há muito o que pensar aqui. De qualquer forma, não encontrarei nada parecido e que caiba perfeitamente no meu bolso. Dou mais uma olhadinha ao meu redor e faço um gesto de sim com a cabeça para ele.
— Eu ficarei com ele — digo determinado e o homem alto e careca sorri satisfeito.
— Perfeito. Vou preparar os papéis e nos vemos amanhã para as assinaturas. — Eu assinto com um breve aperto de mãos, e o homem me entrega as chaves do estabelecimento saindo animado do lugar. Um sonho quase realizado. Penso cheio de esperanças. Os cinco anos que passei fora do Brasil, eu estudei e trabalhei como um louco e pude juntar uma boa grana, o suficiente para abrir o meu próprio bistrô e ser totalmente independente. Mas, não é qualquer bistrô… É o bistrô. É claro que tenho muito chão pela frente ainda, mas estou dando o meu primeiro passo para que as minhas ideias definitivamente saiam do papel e se tornem realidade.
O lugar que escolhi é bem amplo e muito bem arejado, tem muitas janelas de vidro com formato retangular. O piso de madeira está bem estragado e será trocado por um belo porcelanato líquido e lustroso, que dará forma a logomarca do meu comércio. As paredes que impunham listras largas e finas em tons de verde e marrom, ganharão um sútil tom pastel e é claro, o balcão, esse não trocarei, ele é perfeito e está bem conservado. É comprido e todo revestido por uma madeira escura e brilhante, por trás dele há uma enorme parede espelhada que também está intacta com as suas prateleiras de vidros transparentes. A minha imaginação brinca comigo, quando começo a ver alguns clientes passando pelas portas largas de vidro fosco, as bebidas importadas e nacionais arrumadas em seus devidos lugares, só as melhores para os meus clientes. As mesas redondas, revestidas com toalhas brancas de linho e ornamentadas com alguns vasos de flores e até os garçons servindo cada uma delas com requinte e qualidade. Está feito. Imagino sentindo uma alegria contagiante fluir dentro de mim.
— Ora quem diria, você conseguiu! — Petrus, o meu amigo de infância diz, me fazendo virar em meus próprios calcanhares e encará-lo com um largo sorriso no rosto. Com um firme bater de mãos nos cumprimentamos e em seguida ele leva as mãos aos bolsos e caminha pelo lugar. Os seus sapatos fazem um som arrastado devido à poeira grossa que há pelo chão, e eu chego a prender a respiração esperando o seu veredicto. Não é que sua opinião vá me fazer mudar ideia, não mesmo, mas Petrus é praticamente a minha única família aqui no Brasil e a sua opinião, de alguma forma, me incentivaria muito.
— E então? — indago esperançoso. Ele me olha com as sobrancelhas grossas arqueadas e na boca se esconde um sorriso de lado.
— Gostei! — diz, fazendo cara de sabichão, enquanto meneia a cabeça com um sim lento. Seus olhos curiosos continuam com a sua inspeção. — Sugiro uma comemoração essa noite — fala com um tom empolgado, me fazendo abrir um sorriso ainda maior. Tento dizer que não, mas ele simplesmente me ignora e adentra ainda mais o bistrô, indo para outro cômodo do prédio. Essa é a parte que me fez ficar em definitivo com o prédio: a cozinha. O cômodo é simplesmente um espetáculo! É amplo, bem iluminado e bem no centro dele, há um largo balcão de inox com várias prateleiras embaixo dele. O piso é todo em mármore branco, bom pelo menos deveria ser. Nada que uma boa esfregada não resolva. As paredes igualmente brancas são cobertas com azulejos e logo acima do balcão, há um longo suporte também de inox, onde ficarão as panelas altamente brilhantes. Um assobio apreciativo me desperta dos meus devaneios. — Cara, isso aqui é incrível! — Petrus diz com uma p**a admiração, me fazendo sorrir de satisfação.
— É. — digo com o mesmo tom. — Obrigado por vir, cara e estou feliz que tenha aprovado! — Ele dá de ombros.
— Como se a minha aprovação fizesse alguma diferença — ironiza. — Você compraria o prédio de qualquer jeito — diz, e quer saber? Ele tem toda razão. Meu sorriso se alarga, e eu me aproximo do meu amigo, dando algumas tapas leves em seu ombro largo e ele sorri.
— Você é como um irmão para mim, Pertus e eu estou feliz que esteja aqui participando desse momento comigo. Do meu momento — falo, e ele assente.
— Não perderia isso por nada, Adonis. Quando começa a reforma? — pergunta com interesse. Levo as mãos aos bolsos laterais da minha calça de uma forma descontraída e dou de ombros.
— Amanhã assinarei os papéis e na próxima semana procurarei um empreiteiro. Também tem a verificação dos bombeiros e tenho que conseguir a licença da prefeitura. Depois disso as obras começarão quanto antes. — Ele volta a assentir e olha o relógio.
— Almoço? — sugere. — Estou faminto e tenho que voltar para a empresa daqui a uma hora. Aquilo ali está uma loucura — diz com um suspiro alto.
— Claro, só preciso pegar as minhas chaves.
Petrus Borbolini é agente de valores e contador. Não sei porque ele trabalha para uma empresa grande onde sugam o seu sangue diariamente, se acredito que ele podia ter a sua própria empresa. Sério, o cara é o bam, bam, bam dos números, ele é um homem de um exército só, trabalha feito um maluco e levou a Contábil, a empresa onde trabalha, a um patamar extremamente alto. As poucas horas de sono e o curto tempo de almoço, tornam a sua vida muito corrida e durante a semana ele tem um dia de folga que será amanhã, por isso sairemos para beber essa noite. Mas, não se enganem, Petrus ainda leva trabalho para casa e quase não tem uma vida amorosa. Seguimos para fora da cozinha, andando lado a lado. Eu pego as chaves e a carteira em cima do balcão e tenho o cuidado de fechar bem as portas e as janelas do bistrô antes de sairmos do prédio.
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— Como estão as coisas? — pergunto, quando estamos bem acomodados em um restaurante. Petrus leva uma porção de salada a boca e mastiga calmamente. Tomo um gole do vinho branco, que ele escolheu para acompanhar o salmão defumado.
— Está tudo bem. Fiz alguns investimentos acertados na bolsa de valores. Cara foi a melhor coisa que eu já fiz na vida — diz empolgado. Lanço-lhe um olhar intrigado, estou feliz por ele. Tanto eu, quanto o Petrus lutamos muito para chegarmos aonde queríamos.
— Um investimento? — Deixo transparecer o meu interesse no assunto. Petrus faz sim, com a cabeça, enquanto bebe um pouco da sua bebida.
— Na verdade, eu investi todas as minhas economias nessa jogada — diz, me fazendo engasgar com a bebida.
— E isso é seguro?
— Seguro? Cara eu vou render milhões em poucos dias. — Sua certeza chega a dar medo, a final, ele é um contador, certo?
— Que bom, Petrus. Fico feliz por você meu amigo — digo usando praticamente o mesmo entusiasmo que usou, mais uma vez Petrus ergue a sua taça em um brinde. — Brindaremos a realização do seu sonho e ao meu crescimento financeiro. — Sorrio e ergo a minha taça, batendo levemente na sua.
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Algumas horas depois…
O ambiente praticamente escuro estremece debaixo dos meus pés, devido à música alta e dançante. O lugar está lotado, é quase impossível se mexer aqui dentro. Olho do alto da escadaria metálica a procura do Petrus e o encontro perto do balcão do bar acompanhado de duas garotas e quando me ver, faz um aceno com uma mão e eu começo a descer os batentes, indo ao seu encontro. O ritmo dançante, agora parece mais eletrizante se tornando cada vez mais alto, a medida em que desço os degraus. As luzes neon piscam mudando de cor a cada segundo e há uma fumaça de gelo flutuando aos nossos pés.
— Até que enfim! — meu amigo diz animado demais, assim que me aproximo dele e das suas amigas.
— Desculpe a demora, o trânsito estava uma loucura — falo mais alto me aproximando um pouco mais. Ele assente e leva as mãos as minhas costas, me faz aproximar ainda mais das garotas.
— Sem problema cara. Essa aqui é a Diana e essa é a sua amiga Sandy. — Ele me apresenta as meninas e eu as cumprimento com beijos cálidos no rosto. Uma delas dá tapinhas no banco ao lado me convidando para sentar. Olho para o meu amigo que dá de ombros e beija a tal Diana de um jeito quase obsceno. Sorrio meneando a cabeça, me acomodo no banquinho alto e peço um uísque.
— Seu amigo Petrus, é um cara bem legal — Sandy diz perto do meu ouvido, iniciando uma conversa. Eu assinto para ela.
— Sim, ele é — confirmo e ela sorri. Minha bebida chega e eu tomo um gole pequeno.
— Gosta de dançar? — pergunta animada depois de um tempo.
— Gosto — digo com um sorriso.
— Tá a fim?
— Claro. — A noite segue animada. Eu e a Sandy nos entendemos muito bem, ela é uma garota animada de um jeito bem contagiante. Dançamos praticamente a noite toda. Fazia tempo que não me divertia tanto assim. Petrus e Diana sumiram a algum tempo e algo me diz que já saíram da boate.
— Que tal a gente dá uma saidinha? Curtir a noite de uma forma mais gostosa, íntima? — indaga, esfregando o corpo suado no meu, seguindo o ritmo da dança e sussurrando ao pé do meu ouvido. p***a, nunca fui um homem de aventuras. Na verdade, não sou de sair com qualquer uma, mas a Sandy parece ser uma garota legal. Levo a minha mão a suas costas e esfrego a minha pélvis contra a sua. Minha mão escorrega parando em sua b***a e a garota enlaça o meu pescoço me puxando para um beijo para lá de ousado. Eu me deixo levar pelo momento.
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No quarto só se ouve os sons das respirações alteradas. Os corpos suados deslizam a medida em que entro e saio de dentro dela. Sandy solta alguns gemidos altos, apreciativos enquanto arranha as minhas costas.
— Mais. — Ela pede. p***a, a garota parece um vulcão em erupção. Eu seguro firme os seus quadris e meto mais rápido e forte, sentindo o orgasmo iminente chegando para mim. Seguro os seus cabelos com força e tomo a sua boca em um beijo forte, quase punitivo, enquanto meto com mais força. Ela grita em minha boca, explodindo em um orgasmo fabuloso. g**o logo em seguida, caindo com todo o corpo sobre a cama. A respiração pesada, o corpo cansado e suado. Ela se vira de lado e sorri. Minha visão fica estranhamente desfocada e tudo escurece a minha frente.
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O telefone toca insistente em algum lugar do meu quarto. Abro os olhos pesados e sinto uma forte dor de cabeça.
— Droga! — resmungo me esforçando para sair da cama. Procuro o celular e o encontro no bolso da minha calça que está largada no chão.
— Alô? — Atendo sem olhar quem é.
— Senhor Kappas? — A voz do Pablo ecoa do outro lado da linha.
— Sim? — consigo dizer.
Caramba, estou cego de dor de cabeça! É estranho porque nunca tive uma dor assim depois de uma noitada. Olho ao meu redor no quarto a procura da garota. c****e! Esqueci completamente da Sandy. Para o meu completo alívio, ela já se foi. Melhor assim. Pelo menos sei que ela entendeu que seria algo casual.
— Senhor Kappas? — Pablo insiste do outro lado.
— Ah, me desculpe! O que foi?
— Estou na frente do prédio. Achei termos marcado às dez — diz, e eu direciono o meu olhar para o relógio digital que está ao lado da cama. c*****o! Salto da cama sentindo minha cabeça latejar.
— Desculpe, Pablo! Eu tive um contra tempo, mas chego aí em… dez minutos — informo.
— Tudo bem senhor Kappas, estou aguardando. — Desligo o celular e corro para o banheiro. Noto que ainda estou nu e que o preservativo praticamente colou em meu pênis. p**a merda! Como apaguei dessa maneira? Tomo um banho rápido e ponho a primeira roupa que vejo na frente. Ajeito os cabelos com as pontas dos dedos e os amarro com uma liga fina e preta. Procuro rapidamente as chaves do carro nos bolsos da calça e saio apressado do apartamento.
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— Assine aqui… e aqui… e o prédio será todo seu senhor Kappas — Pablo diz após receber um cheque gordo de quase oitocentos mil reais. Assino os papéis e logo recebo a escritura dos meus sonhos. Seguro o papel como quem segura uma mina de ouro. Pablo me estende a mão como se confirmasse o nosso acordo. Aperto a sua mão e ele sai do prédio me deixando com os meus devaneios. Fico horas a fio sonhando acordado com o meu bistrô em ação, até que o meu estômago ronca. Sorrio. Respiro sonhador. Amanhã começarei com os procedimentos de praxe e em seguida com as reformas.