A Muçulmana

Decisão

Pov's Aaliyah.

Arábia Saudita.

A família conversava em particular:

Khadija e eu nos mantinhámos no quarto. Eu andava de um lado pro outro.

— Essa ideia não vai dar certo!— proferi receosa.

— Eles não vão fazer a cabeça do meu habibi, Aaliyah.— afirmou convicta.

— E quando a minha barriga começar a crescer....— toquei na região. — Eu tô perdida.

— Shiuu, fale baixo! Ninguém pode ouvir — ela me repreendeu, olhando para os arredores do ambiente. — Até lá vamos dá um jeito. A abaya esconde bem, é larga. E sua barriga ainda tá pequena.

— Não acho que eu vou conseguir ir longe com essa mentira, Khadija.— falei, querendo desistir.

— Prefere ir contar agora para Ali Nejat? Aaliyah você está divorciada. E sabe o que significa? Nada! Ele vai tomar o bebê de você do mesmo jeito. E sabe o que é pior? É que com certeza ele irá desposar de outra mulher, e o bebê a chamará de mãe.

– La, não diga isso!

— Pois é o que vai acontecer, se contar a verdade.

— Eu estou muita confusa.

—Case-se com Faruk, ele assumirá esse bebê que está na sua barriga.— garantiu; — E protegerá você também.

— Você não se impõe a nada disso?— a mirei incrédula.

— Faz 10 anos que eu aguento aquela naja da sogra jogando na minha cara que eu não posso ter filhos. Daqui a pouco ela vai obrigar Faruk casar novamente. Eu não quero dividir o meu marido com uma segunda esposa.

— Mas eu serei a segunda esposa, se caso eu vier...

— É diferente, Aaliyah.— me interrompeu.—Ele não terá obrigação nenhuma de te amar.

Fomos interrompidas momentaneamente, com a entrada do seu marido. Nos calamos, entreolhando uma outra.

— Faruk, o que decidiu?

— Não haverá casamento.

— Habibi!— Khadija resmungou, indo até ele— Não vê o que Ali Nejat fez com essa coitada? — encolhi os ombros ao ser apontada.— Ela não tem para onde ir.

— Não posso ir contra minha família.— ele cochichou baixo.— E nem chatear o meu irmão.

— Habibi, por Alláh! Eles te tratam como uma nada nesta casa. Nem voz você tem por ser o filho mais velho. Sogra vive te chamando de inútil e você quer que eles decidam por você?

— Khadija, e-eu... — o muçulmano gaguejou, nervoso.— Não amo ela.— sinalizou para mim, e abaixei o olhar envergonhada.

— Aaliyah não quer que você a ame. E sim que você a proteja, é obrigação de todo o marido.

— Eu não posso decepcionar Ali Nejat.

— E você prefere deixar uma mulher abandonada na rua?

— Não!

— Então vai ter casamento. — Khadija afirmou e senti um frio na barriga.

— Só depois do Ramadã. É o tempo que Ali Nejat reveja a decisão dele.

— La, La, esposo! O Ramadã dura um mês. É muito tempo! E Aaliyah quer casar logo.

Os olhos do homem se direcionaram a mim. Haviam em seus olhos uma compaixão por toda situação que eu estava vivendo.

— Vamos atrás de um Imane na mesquita. — sugeriu ele, e Khadija sorriu.

— Inshallah, habibi!

Ali Nejat entrou no ambiente na hora, escutando toda a conversa.

— Ainda está insistindo nessa loucura, Faruk?

— Irmão, eu resolvi casar.— o outro o comunicou— Não fique bravo comigo.

— Como eu não posso ficar?— os olhos pretos circularam em minha direção.— Você está casando com a minha mulher.

— Ex.— Khadija o corrigiu.

— Cale-se cunhada, cale-se!— perdeu a paciência.

— Não fale assim com a minha esposa. — seu irmão a defendeu.— E Khadija tem razão, você a repudiou! Você não agiu como um homem, irmão, e sim como um moleque.

— Eu fui enganado. — novamente me olhou e abaixei a cabeça. — Mas eu estou disposto a passar por cima dos meus princípios e da minha moral, e perdoá-la. Eu me caso com você de novo, Aaliyah.