Capítulo 1

3386 Words
A reunião foi um desastre. E a culpa foi minha. Bem, tecnicamente... Meu pai, o rei, também teve uma boa contribuição para o completo fracasso que foi a Convocação Semanal da Corte, naquele dia. Mas, quem iria apontar o dedo para o rei, não é mesmo? Seria muito mais fácil jogar tudo nos ombros da “princesa inexperiente e sonhadora demais”. Mesmo que, um dia, eu também fosse comandar o reino. E mesmo que aquele dia estivesse chegando mais rápido do que todos se permitiam admitir, porque, quando eu fizesse vinte anos e tivesse idade o suficiente para me tornar a rainha de Cannehor... Eu deveria estar casada com o próximo rei. E esse casamento teria de ser realizado através de uma competição. A mim, aquela realidade não incomodava nem um pouco. Na verdade, uma competição pela minha mão foi tudo com o que eu sonhei durante a vida inteira — e foi até mesmo minha ideia concretizá-la. Mas, para Jonathan Heronwood... Bom, digamos apenas que vossa majestade não estava muito ansiosa para ver a filha cercada de homens que a cobiçariam tanto quanto cobiçam a coroa. Então, vocês talvez o entendam quando eu digo que nós discutimos na reunião porque, no dia seguinte, com o grande Baile de Boas Vindas, a competição estaria iniciada. Contudo, eu não via razão para descontar a frustração em uma reunião da corte. Entendia a superproteção de pai, mas... Os nobres arrogantes que ajudavam a administrar o reino certamente não precisavam ver seu rei explodindo por não saber lidar com quinze garotos. — Nós estamos aqui hoje para discutir a grande greve que os professores da Escola Real estão promovendo no lado oeste do reino. A Escola Real foi criada com o intuito de dar educação às crianças carentes de Cannehor... — John dizia ao iniciar a Convocação, enquanto eu bocejava. Acordara antes do nascer do sol para comparecer àquela reunião, porque durante o resto do dia eu estaria ocupada com os preparativos do baile da noite seguinte. Estava morta de sono pois não dormira durante toda a noite, por conta da ansiedade que insistia em me incomodar. Tudo o que eu queria era poder ao menos tirar um cochilo, mas meu pai continuava falando... — ...construída sobre o terreno do que um dia foi a propriedade Fairway, a Escola Real é a primeira instituição de ensino em que é permitido o ingresso de camponeses, e não apenas de nobres. No entanto, os professores infelizmente não estão contentes... E foi aí que eu parei de ouvir. Perdoem-me, mas, às seis da manhã, quem aguentaria lidar com toda a burocracia de um reino? Não me levem a mal... Eu amava meu trabalho; amava ser parte da administração de Cannehor; amava a confiança que meu pai tinha em meus instintos que o ajudavam a tomar decisões; amava, sobretudo, ser a herdeira do trono, apesar da enorme responsabilidade. Nascera para isso. Mas minha mente estava em outro lugar naquele momento: visões de homens imaginários segurando minha mão e me cortejando invadiam minha mente, enquanto eu tentava não pensar na competição... — Jennifer Fairway-Beaumont Heronwood! — bradou Jonathan, e eu pude facilmente notar o tom de impaciência em sua voz, apesar do sono e da mente distraída. Eu encolhi o corpo. Ele nunca usava meu nome inteiro... E, sinceramente, quem teria o fôlego necessário para tal coisa? — Você por acaso está ouvindo o que eu estou dizendo? — Claro que estou — menti, pigarreando. — Sobre a Escola Real e a greve... E os professores... — gaguejei. — E o que mais? — insistiu. Seu rosto se contorceu de raiva e preocupação, e eu soube que não adiantava discutir. Jonathan era tão teimoso quanto eu e quando colocava uma ideia na cabeça... Nada o fazia desistir. Abaixei o olhar, mostrando obediência, e disse: — Me desculpe, papai. Eu não estava prestando atenção. Estou ansiosa quanto a amanhã e... — Jennifer, você precisa parar de sonhar acordada — interrompeu-me ele. Naquele momento, ergui os olhos, com raiva, e os outros membros da corte recuaram um passo. Era demais pedir um pouco de compreensão? — A vida não é um mar de rosas. Estamos no meio de uma reunião importante sobre o futuro do reino, e você está divagando sobre garotos... — Perdoe-me se sou uma mulher e se estou ansiosa com meu casamento — disparei, ríspida. Os nobres recuaram um pouco mais. — Você já esteve em meu lugar e tenho certeza de que entende... — Minha competição não foi exatamente como você pensa, Jennifer. Eu encontrei uma esposa que amo, sim, mas não foi perfeito, como sua mãe gosta de contar-lhe. Não foi fácil lidar com tudo naquela época... — Ora, se nem tudo foi perfeito, então por que sempre me disseram o contrário? — explodi, me levantando. Fechei as mãos em punhos e o encarei. — Por que me permitiram pensar que era uma boa ideia durante dezenove anos? Por que revelar que o melhor era desistir disso apenas agora? Sua raiva hesitou, e então se dissipou. No lugar desta, surgiu profundo cansaço e arrependimento, e o rei exalou pesadamente. — Essa reunião está encerrada — comunicou apenas, antes de dar meia volta e sair do salão de reuniões. Rapidamente, as outras pessoas — o conde, o marquês e o visconde — também se foram, sem dizer uma palavra. Eu me joguei novamente na cadeira e esfreguei os olhos. Odiava brigar com meus pais, pois fazia eu me sentir culpada e ingrata. Ultimamente, John e eu estivéramos discutindo muitas vezes além do que eu gostaria de admitir, e eu suspeitava de que havia mais do que apenas a preocupação normal de pai o afligindo. Havia algo que ele e minha mãe não me contavam, algo que aconteceu com eles e tinham medo de que acontecesse comigo. Se eu ao menos soubesse o quê... Sempre me foi dito que meus pais se conheceram pelo destino. Que Catherine Fairway-Beaumont era uma princesa que vivia como camponesa porque seus pais — que eram duque e duquesa — haviam falecido em um acidente de carruagem e ninguém sabia quem ela era; que ela coincidentemente, anos mais tarde, fora convocada para a competição real e amou o príncipe, Jonathan Heronwood, desde o primeiro momento; que eles passaram por algumas dificuldades com o antigo rei, meu avô, mas nada tão r**m, nada que não conseguissem contornar para finalmente viver seu “felizes para sempre”... Essa era a história que minha mãe me contara, era a história que meu pai nunca ousara desmentir — mas também nunca complementara com qualquer detalhe a mais. Até hoje. Era a história da qual eu, agora, começava a desconfiar. O que você não está me contando, papai? — Parece que a briga foi f**a, hum? — uma voz disse atrás de mim, tirando-me de meus devaneios. — Não a vejo com essa cara desde que lhe foi recusado um unicórnio de presente de aniversário, treze anos atrás... Eu me virei na cadeira, fazendo uma careta para a piada ridícula de Logan, mesmo que sua intenção fosse boa: distrair-me. Meu primo de criação entrou no salão com um sorriso compreensivo e uma postura tensa, apesar das mãos casualmente enfiadas no bolso da calça. — Você ouviu? — perguntei, levantando-me. Cruzei os braços quando ele deu de ombros com uma expressão de culpa. — Bisbilhotando de novo, Logan? — Ah, me poupe. Se você pode participar das reuniões, então eu também deveria poder. — Você não será o rei... — Mas serei o conde. — Se fosse assim, então os gêmeos também deveriam poder participar. — Seus irmãos não são uma boa aposta para o cargo de duque, Jennifer, e sabe disso. — No entanto, a rainha insiste... Bem, como eu havia dito, os pais de Catherine Fairway-Beaumont morreram em um acidente, o que deixava a ela o cargo de duquesa de Cannehor; mas, como ela se casara com o príncipe e se tornara rainha... Foi decidido que o segundo herdeiro do matrimônio seria aquele que tomaria o cargo de duque para si. O problema era que, como “segundo filho”, minha mãe teve gêmeos idênticos insuportavelmente irritantes: Damon e Derek — ou D e D, como gostávamos de chamá-los. E eles não davam a mínima para as responsabilidades que um dia teriam que assumir. — Sua mãe é maluca, todos sabem. E você puxou a ela, embora por motivos diferentes. Eu ergui as sobrancelhas. — Você vai para a forca por insultar um m****o da alta corte, senhor Listern-Wayne — brinquei, apontando-lhe um dedo na altura do nariz. Logan segurou minha mão e me puxou para fora do salão, entrelaçando nossos braços. Permiti que ele me conduzisse quando dobramos o corredor e pegamos o caminho para o salão de bailes, onde continuaríamos os preparativos para o Baile de Boas Vindas. Embora ainda estivesse desconfiada quanto ao passado de John e Cath, rapidamente me esqueci da discussão com meu pai enquanto Logan e eu conversávamos; sabia que, assim que nos encontrássemos novamente, tudo se resolveria. Nunca ficávamos brigados por mais do que algumas horas. — Qualquer garota que voluntariamente concorda com algo como uma competição pode ser considerada louca — meu primo continuou. Revirei os olhos. Descemos as escadas, e eu tive de segurar a saia do vestido bufante para não tropeçar nos degraus. Logan, que era um pouco mais alto que eu, forneceu apoio com sua outra mão para que eu me equilibrasse no salto alto. — Por que vocês, homens, insistem tanto em privar uma mulher de escolher seu próprio marido? — Ninguém está a privando da escolha, Jenny — Logan murmurou, parando no pé da escada quando terminamos de descer. Sorri internamente ao vê-lo usar o apelido que me dera quando criança. — Mas alguns homens podem ser uns bárbaros. Eles se aproveitariam de você e de sua coroa assim que pusessem o pé no castelo. Ergui o queixo e franzi a testa em uma expressão desafiadora. — Deixe-os sequer tentar. Não sou ingênua, Logan, e muito menos indefesa. Meu primo lançou-me um sorriso irônico lateral e ergueu as sobrancelhas, claramente descrente. — E presumo que vá usar um arco e flecha para se defender? Ou... Irá congelá-los até a morte caso tentem desonrá-la? — ele zombou, sussurrando a última parte. Agitei os dedos em sua direção e a magia fluiu através e para fora de mim, atingindo Logan com uma rajada de ar frio que penetrou suas veias e o fez estremecer. — Como eu disse, não sou indefesa — concluí, satisfeita com o trabalho. Voltei a andar e puxei-o comigo, enquanto ele esfregava os braços por conta do frio que sentia. — Além disso, minhas aulas com seus pais têm evoluído muito. Ean me ensinou muito sobre defesa pessoal corporal, como usar minha altura a meu favor e como empunhar uma espada... e Matt tem me testado cada vez mais quanto à minha capacidade de congelar coisas. Sabe, sempre há mais a aprender quando se trata de magia... — Se v-você insiste... Q-quem sou eu para d-discordar? — Logan tentou dizer, rendendo-se, o que arrancou de mim uma gargalhada um tanto desesperada e muito divertida. Ele tremia de frio, seus dentes batiam levemente uns contra os outros quando ele tentava falar, e sua pele ligeiramente bronzeada se tornara pálida. Eu estalei os dedos para que a magia se dissipasse e Logan arquejou, encolhendo-se com a súbita mudança de temperatura corporal. — Desculpe... Ás vezes me esqueço de que é necessário desfazer o que faço com meus poderes. Dei de ombros e estampei um sorriso culpado, mas meu primo apontou um dedo acusador para mim e fez uma careta assustada. A cor retornara às suas feições. — Nunca mais faça isso. Eu poderia ter morrido! — dramatizou ele. — Hipotermia é um termo muito adequado para descrever essa barbaridade pela qual acabei de passar. — Ah, me poupe — disse apenas e retornei à caminhada. Meu primo de criação me seguiu, carrancudo, e nossa conversa se interrompeu quando finalmente chegamos ao salão de bailes. Com um amplo espaço e inúmeros lustres pendurados no teto, o Salão de Bailes poderia ser considerado uma cópia do Salão Principal, onde realizávamos nossas refeições e algumas festas menores. Durante muito tempo, o Principal foi o único salão utilizado pela família real, mas isso mudou quando minha mãe subiu ao trono. Assim que descobriu a existência das inúmeras salas no castelo, Catherine designou a cada uma delas uma função, e desde então a rainha tem tentado mantê-las ativas, pois, segundo ela, “essa fortaleza deveria ser inteiramente preenchida de vida e, para isso, deveríamos acordar e iluminar cada canto dela”. Parada no meio do aposento, eu podia ver por que ela decidira usar aquele local para a realização de bailes reais. O salão possuía imensos vitrais que iam do chão ao teto, rodeando suas extensas paredes que moldavam um cômodo de formato hexagonal. Por ser localizado na ala leste do castelo, das janelas via-se perfeitamente o arrebatador pôr do sol de Cannehor, às seis da tarde, e, após isso, o cômodo se iluminava com as luzes de milhares de estrelas. Era perfeito. Porém, como estávamos no começo da manhã, o sol que reluzia no reino projetava sombras sobre o leste da floresta e, consequentemente, sobre o castelo. Assim, fazia-se necessária a luz das velas que adornavam os imensos lustres pendentes do teto enquanto inúmeros criados corriam de um lado para o outro com os preparativos para o baile. — Ah, aí está você! — exclamou uma voz atrás de nós, fazendo-me pular. Eu me virei e vi minha criada e melhor amiga, Liliana, aproximando-se de mim e de Logan com uma prancheta na mão. — Estive te procurando por toda parte... Ela se interrompeu quando botou os olhos em meu primo e estacou no lugar, a bons passos de nós. Sorri. Lily e Logan sempre foram obviamente apaixonados um pelo outro, mas nenhum dos dois jamais admitiu. Nunca soube a razão, embora sempre tivesse tentado juntá-los. Logan encarava minha amiga com um sorriso arrebatador estampado no rosto. Dono de uma pele bronzeada, íris incrivelmente verdes e cabelos de um tom claro de castanho, meu primo podia ser considerado a personificação da palavra “perfeição”, e também o par perfeito para Liliana Smith. Minha melhor amiga possuía pele n***a, olhos cor de mel e cabelos pretos ondulados que lhe chegavam à cintura e realçavam suas belas feições e curvas. Ela era estonteante, principalmente quando sorria. Os dois formavam um casal tão perfeitamente lindo que se tornava difícil respirar quando se encaravam com tanta intensidade quanto o faziam agora. — Perdoe-me, Lily, eu estava na Convocação... — respondi, como se nada estivesse acontecendo. — Mas foi um desastre e acabou rápido. — Eu... Eu ouvi falar — gaguejou ela, piscando para voltar sua atenção para mim. Sorriu nervosamente e ignorou de forma notória o olhar que Logan continuava lhe dirigindo. — Pai rabugento, certo? — Exatamente. Mas, vamos deixar isso de lado. O que precisava de mim? — perguntei, mudando de assunto e dando a entender que não queria falar sobre. Lily captou a mensagem. — Cores. Faixas decorativas. Agora — disse ela, voltando ao seu modo negócios e esquecendo-se completamente de meu primo. Sem esperar que eu respondesse, Lily saiu andando em direção a uma pilha de panos bordados de todas as cores do arco-íris e suas variantes. Eu sabia que deveria segui-la, mas fiquei onde estava mesmo assim. Ao meu lado, Logan suspirou com pesar. — Às vezes é muito difícil vê-la tão deslumbrante sem poder dizer o quanto mexe comigo. Observei Liliana novamente. Ela vestia o usual uniforme de criada — vestido azul claro, com uma saia longa e levemente rodada, acompanhado de sapatilhas pretas — e usava o cabelo preso em um r**o de cavalo no alto da cabeça. Por conta da correria do trabalho de organizadora que eu designara a ela, algumas mechas soltaram-se do penteado e caíram ao redor de seu rosto, deixando-a bonita de uma forma bagunçada. — Dificilmente ela consideraria a si mesma deslumbrante no momento — comentei, cautelosamente. Virei-me para Logan e cruzei os braços. — Lily gosta de você, Lo. Deveria falar com ela. Até quando vocês dois vão ficar fingindo que não se importam um com o outro? Meu primo fez uma careta com minhas palavras e abriu a boca, mas nunca teve a chance de responder. — Heronwood! — a voz de Liliana ecoou pelo salão. Eu me encolhi. — Eu preciso de você aqui agora! — Um dia ela ainda vai roubar de mim o posto de rainha... E será uma ditadora — resmunguei e me apressei a ir até ela, sem despedir-me de Logan. — Estou aqui, estou aqui. Acalme-se. Do que precisa? Lily apontou para as pilhas de tecido que eu sabia serem as faixas decorativas que nossa família sempre usava nos bailes para colorir os salões e tampar as janelas. — Escolha — ordenou ela. — Use as cores do reino — sugeri. — Azul bordado com prata ou branco bordado com azul. Prefiro a primeira opção. Minha amiga anotou algo na prancheta e olhou em volta, fitando os vitrais do salão. Mordeu levemente a ponta da caneta que segurava, pensativa. — Vamos usar cortinas? Seria melhor deixá-las de fora dessa vez... — Não. Deixe as janelas abertas. Será mais bonito para a dança. Ela deu de ombros e voltou o olhar para a prancheta. — As mesas de comida ficarão na esquerda. Devo deixar as bebidas na parede oposta ou ao lado? Apontei para um canto do salão hexagonal em que duas paredes vazias se encontravam e formavam uma quina. — Posicione-as transversalmente, no lado oposto à orquestra. Quanto à pista de dança... — Eu girei no lugar e circundei o meio do salão, observando o ângulo das janelas viradas para onde eu estava... — Cerque exatamente esta área e impeça qualquer um de colocar mesas nesse canto. Pendure cinco globos de espelhos no teto, sendo quatro pequenos e um maior, que ficará no centro. Lily fez mais anotações e então ergueu o olhar novamente para mim. — Seu vestido ficará pronto ainda hoje. Precisa que faça mais ajustes ou posso terminá-lo como planejamos? — Tudo certo por mim — respondi, sorrindo. Ela assentiu e voltou a falar sobre a decoração do salão, e foi assim durante as próximas horas. A única pausa que fizemos foi no almoço, e então eu voltei a responder perguntas e dar sugestões sobre a decoração, a comida, a bebida, a disposição das pessoas nas mesas... — Da próxima vez que formos dar um baile, me lembre de chamar apenas as pessoas necessárias — reclamei quando entramos em uma discussão sobre quem se sentaria ao lado do marquês e de sua esposa. — Que absurdo! A nobreza é necessária — Lily respondeu, mas então abafou uma risada debochada. Eu a segui. — Honestamente, por que fazer um baile, em primeiro lugar? Seu pai não o fez. Em sua competição, as quinze mulheres chegaram e tiveram com ele a primeira conversa em particular. Em uma salinha. Depois do jantar. Fiz uma careta. — Eu sei. Isso não é nada original. — É o que eu faria — Liliana disse, dando de ombros. Nossa conversa se encerrou quando voltamos a concentração para os preparativos finais do baile. Assim que terminamos de dispor as pessoas em seus respectivos assentos, cambaleamos até meu quarto, exaustas até o osso. A lua já surgira no céu houvera muito tempo quando eu finalmente me deitei na cama e me entreguei ao sono. *** No dia seguinte, não acordei a tempo para o café da manhã. Lily me sacudiu para fora da cama quase no horário do almoço, e m*l me deixou despertar completamente antes de dizer: — Vamos, vamos, levante esse bumbum redondo desse colchão macio e sente-o na penteadeira. Temos muito que fazer hoje, mocinha. Seu cabelo e maquiagem não vão se aprontar sozinhos! Fiz um muxoxo de protesto, mas obedeci às ordens. Horas depois, eu estava deslumbrante. De pé no meio do salão de bailes, eu disse, mantendo a voz firme e autoritária: — Abram os portões. E uma horda de garotos adentrou o aposento.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD