Capítulo 03

1078 Words
Aos poucos, enquanto ele dirigia seu carro atentamente, observando todo o trânsito, comecei a me dar conta que ainda não havia passado meu endereço para ele, mas estávamos seguindo uma rota. Quando paramos em um semáforo, olhando para fora da janela, senti uma mão apertar a minha coxa que estava de fora, por conta da saia que eu estava usando. Não sabia exatamente como seu toque havia causado um arrepio tão fora de normal em mim. Quando busquei por seus olhos, estavam cravados em mim. Olhava-me como se estivesse tentando me seduzir. — Você ainda não me passou seu endereço. — Falou por fim. Tentei respondê-lo, mas não consegui. Apesar de estar com a boca aberta, tentando falar algo, eu estava em choque. Ele deu uma risada charmosa, notando a minha tenção com seu toque. Passei as coordenadas, para que ele conseguisse chegar até o meu apartamento. — Você irá me convidar para subir? — Perguntou ao estacionar seu carro em frente ao prédio. — Você quer subir? — Perguntei, mas aquilo saiu com muita dúvida da minha boca. — Talvez, se quiser a minha companhia. — Sugeriu. E eu pensei. O que me pareceu uma eternidade, na verdade não levou minutos para ter a minha resposta. Fazia tempo que não tinha nenhum homem em minha vida, que não me dava esse luxo. E apesar de saber que era um desconhecido, a minha vontade de aprofundar as coisas era ainda maior. — Então suba comigo. — Falei por fim. Nós subimos rapidamente pelo elevador. Estava um clima estranho, não falávamos nada, mas ele fazia questão de me olhar no reflexo do espelho que havia lá dentro. Caminhamos até a porta 123, onde era meu pequeno apartamento de apenas seis cômodos, quer dizer, três deles eram praticamente o mesmo local: cozinha, lavanderia e sala. Ainda havia o banheiro do corredor, o meu quarto com um banheiro junto. Fiquei com vergonha por não conseguir lembrar se as coisas estavam arrumadas do lado de dentro. Assim que adentramos juntos, dois passos foram o suficiente para que eu estivesse em seu colo, com as pernas em volta da sua cintura, sentindo seu lábio no meu pescoço. Seu hálito era quente, com cheiro de cerveja.  Não vi muito bem qual foi o momento que me pegou no colo e chocou minhas costas contra a porta de entrada. A única coisa que eu tinha certeza era estar gostando de toda aquela atenção, todos aqueles toques. Apesar de ele ter pressa, fazer tudo muito rápido e com força. Tentei beijá-lo nos lábios por três vezes e em todas o mesmo virou o rosto. Não sabia exatamente o que aquilo significava. Eu estava com m*l hálito? Caímos exaustos na cama perto das 2hrs30min da madrugada. Ele encarava o teto, enquanto eu me tampava com o lençol. Fiquei admirando sua beleza, a respiração mais calma, os olhos cravados lá em cima, a barba por fazer, o abdome de fora, uma pele lisa e bonita. Eu estava cansada, minhas pálpebras insistiam em fechar-se, não conseguia aguentar o sono que insistia em permanecer. Eu não queria dormir, pelo menos não antes dele. Queria observá-lo por mais tempo, antes que o dia terminasse. — Onde você está indo? — Perguntei, assim que percebi o movimento ao meu lado na cama. — Para casa. — Respondeu, catando as roupas que estavam espalhadas pelo chão. Não entendia exatamente o que estava acontecendo e porque ele estava recolhendo suas coisas para ir embora. — Posso te perguntar uma coisa? — Falei, enquanto sentava-me na cama e segurava o lençol na altura dos meus s***s. Ele apenas olhou em minha direção, enquanto terminava de abotoar a camisa social, balançou a cabeça positivamente e continuou a me olhar. — Por que não nos beijamos? Normalmente nessas ocasiões há esse tipo de contato. — Perguntei e expliquei meu ponto de vista. — Nada de contato muito íntimo, beijo na boca está fora de cogitação. — Avisou. Balancei a cabeça e encarei as minhas mãos. — Nós vamos nos ver outra vez? — Perguntei incomodada. — Provavelmente não. Talvez a gente se esbarre na rua. — Falou, abrindo a porta do meu quarto para sair. Acompanhei ele até a sala para abrir a porta. O mesmo não esboçava reação alguma, não parecia nada preocupado, havia um olhar de cansaço e de satisfação ao mesmo tempo. Ele me deu um beijo na bochecha, talvez por educação. Assim que fechei a porta, encostei-me na mesa.  Tentava de alguma forma raciocinar o que havia acontecido aquela noite e prometi mentalmente que nunca faria isso novamente. Sem ir para casa com desconhecidos. Sem esperar algo além de uma noite de um cara que não conheço. Aonde eu estava com a cabeça? "w******p grupo"  Isabela: Acho que acabei de levar um fora. Patrick: Vai dormir guria. Júlia: Agora que me acordou, quero saber de tudo. Isabela: O cara do bar, digamos que ele foi me levar até em casa essa noite e aconteceu. Patrick: Vou dormir. Júlia: E? Isabela: Ele nem sequer me beijou na boca. Isso é normal? Eu estou tão por fora assim dos relacionamentos atuais? Júlia: OMG, você estava com bafo de cachaça: Que hilário. Isabela: Af, vou dormir, boa noite.  "w******p grupo"    Não era possível que eu não tivesse alguém descente para conversar. Meus dois melhores amigos eram dois desmiolados, um não tinha interesse nenhum em ouvir sobre meus possíveis relacionamentos. A outra, que por sinal dominava muito bem o assunto, adorava me sacanear e mostrar que eu estava por fora das coisas. Antes mesmo de procurar pela minha cama, que eu necessitava trocar o lençol sujo de suor, escolhi adentrar o box do banheiro para um banho quente e relaxante. Eu poderia ficar mais relaxada do que minutos atrás? Talvez. Quem sabe. Sentei-me no chão, totalmente exausta. Deixei que os pingos grossos de água caíssem sobre a minha cabeça. Eu não tinha pressa.  Comecei a pensar que como irei começar meu treinamento na semana que vem, precisava comprar roupas novas. Principalmente roupas que se adequavam ao tipo usado pelas mulheres naquela empresa. Gostaria de estar o mais formal e parecido possível, assim, talvez fosse mais fácil de me acostumar e de se acostumarem comigo. Por sorte me dei conta de que não havíamos trocado números de telefone e que muito menos eu havia dito meu nome ou ele dito o seu. Que pessoa em sã consciência leva alguém para casa e não pergunta nem o seu nome?    
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