Capítulo 05

1143 Words
Estava preparando uma básica macarronada com queijo ralado por cima, era perto das nove horas da noite quando meu celular tocou. Número desconhecido. Não atendi. Além do mais, por ser um pequeno desastre no fogão, precisava manter totalmente o foco no que estava fazendo. O número insistiu por mais duas vezes, mas já estava na hora de desligar o fogo, então deixei que terminasse de tocar. O som de que uma mensagem nova havia chegado a minha caixa de mensagem, fez que dessa vez a minha atenção fosse voltada para a tela do celular. "MENSAGEM" Desconhecido: Seria educado da sua parte atender a m***a do celular. Delicado como um espinho. Isabela: Consigo imaginar perfeitamente quem você é. Desconhecido: Então, você deveria me tirar um pouco da sua cabeça. Uma revirada de olhos. Contar até dez. Isabela: Autoritário, modesto, irritante... O que mais? Desconhecido: Bom de cama. Eu poderia dizer que sim e acabar aumentando ainda mais o seu ego. Isabela: Se quer saber se o machucado está melhor, está, obrigada. Agora vou jantar. "MENSAGEM" Desliguei a tela do celular e joguei ele em cima do sofá. O bom de se morar sozinha é que não ha regras, posso comer onde quiser, principalmente em meu sofá, assistindo séries na televisão. Apesar de ainda escutar os sons das notificações chegarem, segurei-me para não lê-las. Queria manter distância de qualquer problema. E o meu problema, pelo visto tinha nome, endereço e um corpo de Deus grego. Por mim eu comeria mais dois pratos de macarrão, mas a verdade é que tentava cozinhar sempre em pouca quantidade. Primeiro que não gostava de ter que guardar comida e segundo que tentava evitar comer muito, principalmente estando parada em casa. O trabalho me faria correr um pouco mais, pelo menos era o que eu imaginava. Correr mais para chegar no horário, correr mais para pegar o ônibus... Quando eu estava perto de pegar no sono, o meu celular me despertou com mais um som indicando outra ligação. Atendi sonolenta, sem ao menos olhar o número que estava ligando. "LIGAÇÃO" — Alô? — Perguntei, escutando apenas a respiração do outro lado da linha. — Quero te ver. — Identifiquei a voz como a de Lucas. — Você sabe onde eu moro. — Falei cansada. — Agora! Estou indo. — Afirmou do outro lado e pude ouvir barulhos de chaves. — Agora? — Perguntei confusa. Não houve resposta do outro lado da linha. Em vez disso, ele acabou desligando o telefone na minha cara. "LIGAÇÃO" Corri para o meu quarto, tentando dar uma ajeitada para que meu cabelo baixasse e não parecesse tão revoltado. Quer dizer, eu precisava me enfiar de baixo da água por alguns minutos. Procurei por uma roupa íntima diferente e nova. Não que eu tivesse segundas intenções com a sua visita, mas sabendo um pouco de como ele é, provavelmente esse era o único motivo para estar vindo. Coloquei um conjunto de pijama, um shorts e uma blusa, ambos de cetim e num tom azul turquesa. Não sei por qual motivo o porteiro não me indicou que ele havia chegado ao prédio. Só percebi que a campainha estava tocando. Abri a porta tentando parecer o mais indiferente possível. Lucas já estava afrouxando a gravata e com dois botões da camisa social branca abertos. Olhou-me com intensidade e deu dois passos para dentro. — Se eu soubesse que iria encontrá-la assim teria vindo mais cedo. — Falou com um tom rouco e charmoso. Sorri sem jeito. E ele não demorou muito para me pegar no colo e me colocar em cima do balcão da cozinha. — Você está cheirosa. — Falou sério. — O seu cheiro também é bom. — Eu poderia falar algo mais adequado, mas fora a primeira coisa que se passou na minha mente. Lucas começou beijando o meu braço, e aos poucos o destino de seus lábios passaram a ser meu pescoço. Parecia entender que ele gostava de pescoços. E quando achava que sua boca poderia chegar na minha, ele mudava de direção. Desabotoei os últimos botões que faltavam da sua camisa. Eu poderia dizer que adorava o fato de seu corpo ser bem definido. E que passar as mãos sobre o seu peito e pelos gominhos presentes em sua barriga, deixava-me animada, ao ponto de esquecer que não haveriam beijos e que ele iria embora logo depois. — O que você quer? — Perguntou animado. — Você. — Respondi ansiosa para tê-lo. Eu gostava da tranquilidade e do relaxamento que me causava. Apesar de saber que era loucura, que eu nunca havia feito nada parecido antes. O suor do corpo dele estava grudando com o suor do meu corpo. Na noite de quarta-feira ele havia saído sem pelo menos tomar um banho e dessa vez eu tentaria ser mais rápida. — Você quer tomar um banho antes de ir embora? — Ofereci. — Seria ótimo, irá me acompanhar? — Perguntou, levantando-se da cama. Eu aceitei. Nós tomamos banho juntos. Quer dizer, não foi apenas um banho comum. Mas foi rápido, como o esperado. Ainda não conseguia entender o motivo por toda pressa e rapidez. Quem sabe ele tivesse uma namorada ou mulher lhe esperando em casa. Aquilo havia ficado na minha cabeça e uma hora ou outra iria perguntar. — Você tem namorada ou é casado? — Perguntei envergonhada. — Não. Eu não namoro. — Respondeu sério, terminando de vestir a sua roupa. Enquanto calçava os sapatos, olhando uma vez e outra a tela de seu celular, sentia-me incomodada. — Se satisfaz e vai embora. — Falei baixinho, apenas para que eu escutasse. No mesmo instante em que as palavras saíram da minha boca, ele levantou a cabeça e me olhou nos olhos. Seu olhar era intenso e marcante. Levantou a passos rápidos até onde eu estava, que era perto do guarda-roupa. Passou a mão pelo meu rosto e empurrou-me contra o guarda-roupa. — Não espere mais de mim, se você quiser parar, tem total direito de escolha. — Avisou. Concordei balançando a cabeça positivamente. Eu poderia parar. Poderia focar no meu trabalho na semana que vem e talvez seria o suficiente para tirá-lo da cabeça. Mas a verdade é que eu não estava tão animada com a ideia. Por algum motivo essa loucura parecia boa. — Você nunca irá me beijar? — Perguntei da maneira mais manhosa possível. — É isso que está lhe incomodando tanto? — Perguntou. E eu apenas concordei, balançando a cabeça positivamente. E quando eu menos esperava, ele com as suas mãos segurou meu pescoço e colocou seus lábios nos meus. Eu poderia beijá-lo pelo resto da noite. Dessa vez não havia pressa alguma, o momento parecia ter parado, mas o calor havia retornado. — Precisa mesmo ir embora? — Perguntei. — Não ha conversa quanto a isso. — Respondeu sério, colocando sua carteira e chave no bolso.            
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