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2702 Words
"Dan: Você não tem noção do seu efeito sobre mim." - (Gossip Girl).  Leonardo P.O.V Cada vez que tinha uma troca de olhares com a Mariana, me sentia m*l por estar enganando a Bruna. Como todo mundo sabe e todo mundo vê, ela é uma mina gente boa, não merece isso, mas não tinha nada que eu podia fazer... a Mari ainda não queria voltar comigo. Quer dizer, claro que ela quer, mas é orgulhosa demais, não quer voltar atrás na sua palavra até ter uma hora em que ela nem consiga mais resistir. A Bruna parecia estar entrando de cabeça, como se ela achasse que eu seria o grande amor da vida dela, e eu queria me sentir assim em relação a ela, mas eu simplesmente não conseguia. Tentei ficar com ela direito, sem pensar na Mariana, mas era impossível. Eu estava apaixonado demais por ela, e não tinha como esquecer com a gente se vendo todo dia e sabendo que ela sente exatamente o mesmo por mim. - Eles deviam parar de frescura e ficarem junto logos! - a Priscila dizia para o Lucas, como se eu não estivesse aqui.  - Eu estou aqui. - falei. - E fala isso pra tua amiga, Pri. Ela sabe que eu quero voltar com ela, que eu nunca quis terminar.  - Vou te contar uma coisa, mas não diz nada pra ela senão ela me mata. - disse. - Fica complicado porque você é meu melhor amigo e ela é minha melhor amiga, mas vou falar mesmo assim. Vai ajudar os dois.  - Fala logo, Priscila! - falei impaciente e curioso.  - Ela tem medo de vocês voltarem e ficar do mesmo jeito de antes. - disse. - Castanhari, você tem noção de como o relacionamento estavam antes de vocês terminarem? A Mari estava sofrendo demais, estava se sentindo esgotada. - falou. - E com razão, porque você nunca acreditava em nada do que ela dizia. E ficava com ciúme ridículo do Pedro, agindo feito um babaca. E você usou drogas, Castanhari. A coisa que ela mais odeia, e que faz m*l pra você também. Ela não quer que volte a ser como era antes.  - Mas não vai voltar. - falei. - Eu já me puni pra c*****o por não ter acreditado nela e agora, não duvido de mais nada. Quando ela terminou, eu sabia que ela queria provar algo pra mim. Que se eu continuasse fazendo merda, eu ia perdê-la e realmente perdi. Eu não duvido dela não, e só de pensar que quando voltamos, podemos terminar de novo, eu já penso em tudo que eu não posso fazer.  - Você está ferrado, cara. - Pri disse. - Vocês dois estão.  - Por que? - Lucas perguntou confuso. - É tanto amor... - ela suspirou sonhadora e eu e o Lucas nos entreolhamos, depois rimos.  - E você e o Lucas? É muito amor também?  - Olha quem tá passando lá! - a Pri apontou para a porta e vimos a Mari chegando com o Rodrigo. Pri levantou e foi até eles.  Suspirei um pouco impaciente e o Lucas deu um tapinha nas minhas costas.  - Isso não é justo nem com o Rodrigo e nem com a Bruna. - Lucas disse. - Eles são gente boa. E é pra valer, os dois.  - Eu sei, cara... - balancei a cabeça. - Eu tentei esquecer. Tentei pra baralho, mas... eu não consigo. - falei. - É f**a olhar pra ela e não ter ela do lado.  - Ver ao lado de outro é pior ainda. - Lucas disse e eu assenti. - Cadê a Bruna?  - Ela tá chegando. Esqueci de ir buscar ela. - o Lucas começou a rir. - É sério, ela vai ficar p**a quando chegar.  - Fala sério, a Bruna é bonita pra c*****o, mas tem alguma coisa na Mari que... não sei. Tem alguma coisa diferente nela, né? Deixa mais bonita. - olhei estranho pra ele.  - Se liga, Lucas. Ficou louco? - ele começou a rir. - Mas é. Tem alguma coisa. Ou tudo. - dei de ombros.  Antes que o Lucas respondesse, vimos a Bruna entrando na casa do Daniel um pouco perdida. Era o aniversário do Daniel hoje e tem bastante gente aqui, inclusive duas das minhas ex namoradas. Sem contar com a Mari. Ele nem fala com elas, não entendo porque ele chamou, mas... vou fazer o que? Só aguentar os olhares maliciosos da Bianca e da Sabrina pra cima de mim.  - Oi, Castanhari. - a Bruna disse entre dentes e apenas acenou para o Lucas, que deu um sorrisinho (bem falso) e foi embora. - Por que ele não gosta de mim?  - Ele gosta de você. - falei dando de ombros. - É só que... não sei. Não é nada com você.  - E como você esqueceu de me buscar? Estava com a cabeça aonde?  - Foi m*l, eu esqueci de verdade. - disse. - É que a casa dele é perto da minha casa e aí eu só fui. Desculpa. - a puxei pela mão e ela sentou em uma das minhas pernas.  - Está desculpado. - ela me deu um selinho. - Nossa, tem tanta gente que eu não conheço aqui. Ainda acho que vou ter que conquistar cada um dos seus amigos, principalmente a Priscila e a Mariana. Menos a Mariana porque ela foi bem mais simpática comigo do que a Priscila.  - É que sempre foi a gente. - falei. - Aí fica meio estranho.  - Mas eles não deveriam querer a sua felicidade?  - E querem, mas... - não sabia nem o que falar. - Deixa isso pra lá. - dei um selinho nela.  - Eu vou tentar me enturmar. - disse levantando. - Vou falar com a Mariana e com a Priscila.  - Beleza. - ela me beijou e foi até o sofá, onde a Mari e a Priscila conversavam.  Fiquei prestando atenção na expressão da Mariana enquanto elas conversavam, e às vezes ela parecia esquecer e fazia cara feia quando a Bruna se referia a mim como Leo, mas logo ela abria um sorriso como se dissesse pra si mesma que estava tudo bem, que não tinha problema algum. E eu percebi o Rodrigo me olhando feio enquanto conversava com uns caras do Bertelli. Ele não sabia de nada, imagina se soubesse.  Resolvi ir alfinetar, perguntar se tinha alguma coisa errada e ele logo abaixou a guarda. E resolvi ter um papo sério com ele logo de uma vez que qualquer cara teria com o namorado da "melhor amiga".  - Vai começar com o papo de homem pra homem agora? - ele provocou, encostando na parede. - Vou dizer o que você já deve saber: se machucá-la, eu acabo com você. - falei. - E ela me contou sobre teus acessos de raiva por ciúme. Cara, nem adianta. Você não conhece ela, ela nunca vai mudar de roupa ou parar de falar com amigos porque você quer.  - Você gostaria que a sua namorada tivesse de amizade com um monte de homem? Ou que usasse roupa que nem tampe a b***a?  Olhei pra Mari e percebi que ele via coisa onde não tem.  - Não vou te responder sobre isso. - falei. - Cara, se você vacilar... - Vocês são só amigos mesmo? - ele me interrompeu. E a vontade de dizer que não? E a vontade de dizer que ela ainda era minha mesmo estando nos braços dele? - Sim. E ela é a pessoa mais importante pra mim, então eu não vou nem ao menos pensar se você vacilar. Vou te encher de porrada.  - Até mais importante do que a Bruna?  Era mais importante que a Bruna, mas eu não poderia dizer isso pra ele.  - Tá avisado. - desviei do assunto e dei as costas pra ele, indo pra perto do Tomás e do Lucas. Mas não prestei atenção na conversa deles. Fiquei prestando atenção na conversa da Mariana e da Bruna, que parecia estar boa. Isso era muito estranho. A Mari estava contando alguma coisa e a Bruna estava rindo, e respondia alguma outra coisa. Pelo menos não teria climão entre elas. Já não bastava o climão que vai ter entre Rodrigo e eu. Não fui com a cara do filho da p**a, e nem pretendo mudar de opinião.  - Meu, apaixonei na Mari! Ela é muito engraçada! - a Bruna disse chegando de repente depois de longos minutos e sentou ao meu lado.  - Gostou, então?  - Sim, ela é muito legal. Achei ela um amor também, sonhadora e tudo mais, mas depois a Priscila disse que ela era uma cavala sonhadora. E eu percebi que é verdade.  - Ela é doce como um limão.  - Não é? - disse rindo. - Mas sério, adorei ela! E fico feliz que deu certo porque sei que ia te perder se a gente se estranhasse.  - Ainda bem que vocês se deram bem. - falei. - E ela falou alguma coisa do namorado?  - Sim. Ela disse que ele age como se fosse dono dela. - disse. - Ridículo. Ainda bem que você não é assim.  - Ainda bem.  Fiquei olhando em volta e vi o Rodrigo indo pra perto da Mari, que estava de pé agora. Ele sentou e puxou ela pela b***a, o que já me deixou meio puto e ficou alisando a perna dela, mas ela tirou a mão dele mesmo sem saber que eu estava olhando. Ela sentou ao lado dele e desbloqueou o celular, deixando o Rodrigo com cara de tacho. Apoiei os cotovelos na perna e me inclinei um pouco pra frente.  - Poxa, gata, dá um pouco de atenção pra mim. - consegui entender o que ele disse e a Mari só olhou pra ele sem nem virar a cabeça.  - Desculpa, é que eu estou falando com a Luíza sobre o próximo vídeo. - e sorriu, então voltou a mexer no celular. - E eu te dou atenção o tempo todo. Por que quer agora? Ela olhou em volta e percebeu que eu estava olhando, então olhou brava para o Rodrigo.  - O que foi? - a Bruna perguntou e eu desviei o olhar dos dois.  - Nada não. - dei de ombros.  Depois de alguns minutos, todo mundo ficou conversando junto. Claro que não todo mundo, só quem ficou até mais tarde... eu, Mari, Priscila, Bruna, Melissa, Alice, Malu, Lucas, Daniel, Pedro, Tomás e Rodrigo.  Mas começou a ficar tarde, tipo quase quatro horas da manhã e o pessoal disse que ia embora. A irmã da Bruna ia vir buscá-la aqui, já estava vindo na verdade.  - Gente, eu tive uma ideia! - a Bruna disse depois de se despedir de todos. - Que tal se a gente sair juntos? Como casais? Mari e Rodrigo, Pri e o Lucas, eu e o Castanhari. - ela disse ao ficarmos apenas nós. Os outros ficaram lá dentro.  Todo mundo, menos Rodrigo e Bruna, se encarou meio que "Fodeu!", e eles perceberam.  - O que foi, gente? Não é uma boa ideia? - a Bruna perguntou.  - É uma ótima ideia! - a Mari disse rápido. - Vai ser ótimo, está combinado.  - Ok. - ela riu. - Tchau, então. - ela deu um selinho em mim e outro abraço na Mari. Nossa, a Bruna adorou ela.  A Bruna foi embora com a irmã e o Rodrigo logo disse que ia embora, mas a Mari falou que queria ficar em mais, então ele foi sozinho mesmo querendo que ela fosse embora. Acho que ela queria dar uma lição nele, que ele parasse de ciúme i****a pra cima dela.  - Esse encontro não vai dar boa. - Lucas disse quando ficou apenas eu, ele, Priscila e Mariana.  - Não mesmo. - Pri disse rindo. - Vai sim! - a Mari disse. - Gente, ela é muito legal. Eu estou triste. Ela não merece isso.  - Ela amou você, meu Deus. - Priscila disse revirando os olhos. - Se você me trocar, eu te mato. - a Mari começou a rir. - Nunca, Prizinha. Você mora no meu coração. - ela abraçou a Pri.  - Não sei o tanto que você viu nela. - Lucas disse pra Mari e Pri assentiu. - Não achei ela tão legal não, achei forçada demais.  - E você? O que acha? - Pri olhou pra mim.  - Eu? Eu não acho nada. - falei dando de ombros. - Só acho que não vai dar boa mesmo. Principalmente porque o Rodrigo também vai.  - O que que você tem contra o Rodrigo? - a Mariana perguntou cruzando os braços. - Não fui com a cara dele. - Isso se chama ciúmes. - Priscila disse.  - Isso se chama sexto sentido. - corrigi e a Mariana revirou os olhos. - Ele é muito folgado. Não curti não. E não é porque ele é seu namorado. Tem alguma coisa nele que não desce.  - Isso é implicância. - a Mari disse. - Aliás, o que vocês conversaram? Porque ele também está de implicância com você.  - Depois eu te falo.  - Vocês já vão embora? - a Mari perguntou.  - Minha mãe tá vindo me buscar. - a Pri disse.  - E eu vou dormir aqui. - Lucas disse.  Ficamos mais alguns minutos conversando lá dentro, mas a Malu e o Pedro foram embora, assim como Melissa e Alice, então ficou apenas eu, Lucas, Tomás, Daniel, Mariana e Priscila.  - Vocês todos vão dormir aqui? - Pri perguntou.  - Só eu que não. - falei. - Amanhã minha mãe quer que eu faça uns negócios pra ela.  A mãe da Pri chegou, então ela se despediu de todo mundo e foi embora.  - E você vai embora como? - Daniel perguntou para a Mari.  - Com você. Pode ser? - ela sorriu e eu assenti.  Nos despedimos da galera, então entramos no carro da minha mãe. A minha mãe ainda fica p**a da vida comigo por eu dirigir sem ter carteira de motorista, ela morria de medo de que me parassem e apreenderem o carro dela, mas espero que isso nunca aconteça. Só tomar cuidado.  - O que você conversou com o Rodrigo? - Mari me perguntou quando dei partida no carro.  - Só falei que se ele vacilar, vou encher ele de porrada. - ela me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas. - E você com a Bruna? - Sobre muitas coisas. - disse. - Nada sobre você. Você também acha ela forçada ou é coisa da cabeça do Lucas e da Priscila? - Você não acha? - Não sei. Às vezes parecia que sim, depois não. - deu de ombros.  - Ás vezes ela faz, é pra tentar se encaixar, mas...  - Mas ela é legal. - ela me interrompeu e depois balançou a cabeça, olhando para o lado oposto do meu. - Por que é tão difícil esquecer alguém? - ela murmurou, cobrindo o rosto com as mãos. - Porque você sabe que a pessoa ainda não te esqueceu também. Qual o incentivo pra você esquecer? Nenhum.  Ela virou a cabeça na minha direção, encostando no banco e eu fiz o mesmo já que estávamos no sinal vermelho.  - Isso me corrói...  Nem eu sabia descrever o quanto ela significava pra mim, e que sempre ia significar. O jeito que ela me olha tipo agora, com pouca luz, e com um sorriso no canto dos lábios como se estivesse dizendo a si mesma pra parar de sorrir, mas ela não conseguia.  - Não precisa ser assim. - só queria que ela se convencesse de que seria diferente se voltássemos. Parei o carro na frente da casa da Elena, e a olhei esperando que ela respondesse.  - Obrigada pela carona. - disse tentando mudar de assunto. - Nos vemos segunda. Ou amanhã. - ela se aproximou e me deu um beijo na bochecha.  Era só sentir o calor, e a chama cada vez que ela chegava perto que eu tinha certeza de que estava com a pessoa errada.  - Boa noite, princesa. - falei e ela me olhou com a cabeça um pouco inclinada pro lado.  - Boa noite.
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