capítulo 1
Universidade do Alabama, Tuscaloosa, Estados Unidos da América
Eu estava tão atrasada!
Minha respiração era curta e ofegante
enquanto eu atravessava correndoo campus da Universidade do Alabama, tentando ao máximo não cair de cara no chão.
Minhas mãos estavam lotadas de papéis para a aula de filosofia,
cópias que tinham me mandado tirar havia mais de uma hora -minha primeira tarefa como assistente de professor.
A aula estava prestes a começar, mas minha infinita onda de azar garantiu que a impressora da sala dos funcionários resolvesse quebrar bem na metade da impressão das cópias, com
o assobio melódico de um rangido agudo e uma nuvem reticente de fumaça.
A sala ficava do outro lado da faculdade, o que me levou ao apuro em que me encontrava - correr pelo campus gigantesco
usando meus Crocs laranja nada atléticos na sauna fervente do inferno ou, como era mais conhecido, num dia tipicamente
quente do verão de Tuscaloosa.
Vislumbrei rapidamente minha imagem no reflexo de uma porta de vidro.
Nada bom.Nem um pouco bom.
Meus cabelos castanhos lembravam os pelos encaracolados de um poodle, o suor em meu nariz encorajava os óculo, a pularem do meu rosto para a morte, e meu macacão jeans curto e minha camiseta branca pareciam uma estufa.
O céu constantemente nublado da Inglaterra tinha um certo apelo agora.
Nada parecia estar dando certo hoje - sendo a impressora com
defeito o segundo de meus infortúnios, e a perturbação de
minhas amigas loucas pela manhä o primeiro.
-Toga, toga, toga...
Lexi cantava alto enquanto ela e Cass se sentavam
sobre minha cama, rindo do meu desespero com a toga improvisada,
levantando os bragos no ar a cada palavra egritando depois.
Estou ridícula - reclamei, tentando ajustar o lençol em várias posições
para cobrir minhas areasS mais reservadas.
-Voce está gatal Seus p****s são surreais, redondos e perfeitinhos.-Cass
tentou complementar, abrindo as mãos e fingindo apertar meus s***s.
-
Estou te dizendo, Molls, não costumo ser chegada a xoxota, mas poderia
abrir uma exceção para vocë com essa roupitchal Minha nossa, vocë tem
umas curvas deliciosas, meninal
-Cass-eu a ensurei com hostilidade, revirando 0s olhos.- Vocë precisa
mesmo falar essas coisas
-Ah, não leve tudo tão a sério, né, amore?
Você está ótinma.
Você vai hoje à
noite, sem furar.
Não me obrigue a te arrastar até lá..
porque eu arrasto.
Se
prectsar.
Mas..
Sem essa de "mas"I Nós te prometemos uma vida divertida na faculdade,
não uma repetição da vida de m***a que você tinha na Inglaterra.
A
experiència completa começa hoje à noite.
- Oxford nao foi tão r**m!
E como funciona essa tal "experiència"?
Primeiro preciso entrar para uma maldita irmandade, e depois o quė?
Coquetéis de drogas, sair dos bares totalmente chapada?
- Isso pode ser organízado, mas envolve, sobretudo, muitos homens, s**o,
orgias, orgasmos...
ah, e experimentações com o p*****g.
Você sabe, os
motivos pelos quais as pessoas entram na faculdade-Cass disse com total
sinceridade.
-Entrei na faculdade para estudar, Cass, não para me prostituir com
garotos de raternidade bébados!
Ela gargalhou.
-Que seja, amore.
Vocë nao vai pensar em estudar quando seus tornozelos
estiverem em volta do pescoço de um garanhão enquanto ele te usa feito um
colar, fazendo cócegas em seu umbigo por dentro!
Sabendo que Cass simplesmente ignoraria qualquer coisa que eu dissesse,
mesmo que coseguisse peisar em alguma resposta para aquilo, fui ate
minha poltrona reclinável marrom e desabei sobre a almofada macia, com
as mãos na cabeça
-Em que fui me meter com vocës duas?
- Vocë foi se meter na melhor fase da sua vida- Lexi disse com tom de
sabedor
Levantando a cabeça, espiei por etre as mãos minhas duas amigas
convencidas, que se divertiam ao me observar.
-Vocès vão me obrigar a ir a essa m***a de festa, não vão?
Lexi desceu da cama e pulou em meu colo, jogando os braços finos em volta
do meu pescoço.
-E claro que vamos, querida.
Vocë e uma de nós agora!
Abri um sorriso hesitante.
-Eo que parece
Cass se juntou a nós na poltrona, esmagando-me até eu gritar sobo peso
das duas.
-Tire essa toga para eu poder costurar o tecido para vocë, vad para a aula,e,
quando voltar, podemos dar início à diversão...
***
Dizem que coisas ruins acontecem de três em três.
Eu já tinha duas.
Só faltava uma.
Continuei com meu ritmo vertiginoso, quase a ponto de passar
mal, adentrando as portas do prédio de Humanas, seguindo paraos anfiteatros e indo direto para a sala de aula da professora
Ross;
minha mente me perturbava incessantemente com visões
de togas dançantes desfilando diante de meus olhos.
Perdida demais em minha própria agitação, não notei o pequeno
grupo de alunos que virava no corredor.
Mas, intelizmente,
aquilo logo mudou quando a ruiva de batom exagerado que
estava na frente se chocou comigo - de propósito, é óbvio -, e a
pilha de papéis caiu das minhas mãos e se espalhou por todooo
chão de ladrilhos brancos.
- Oops!
Preste mais atenção, queridal- ela disse com malícia.
-
Talvez precise trocar os óculos ou algo assim?
Elá estava o terceiro golpe de azar.
Eu me ajoelhei sem levantar OS olhos quando ouvi uma
gargalhada estridente e insolente, obviamente direcionada a
mim.
De imediato, tive a sensação de estar de volta ao ensino
médio - os garotos populares atormentando a nerd.
Eu nunca me manitestava.
Sempre ignorava os insultos
desagradáveis das pessoas às minhas roupas baratas, minha falta
de dinheiro ou qualquer outro motivo que tivessem para me
zoar, entäão simplesmente resmunguei baixinho e comecei a
organizar os papéis em uma pilha aleatória.
A porta do antiteatro se techou, e, satisteita por estar na
segurança de minha própria companhia, soltei:
-Cretinos de m***a.
- Foi um pouco mais alto do que o
pretendido, e me encolhi quando as palavras ecoaram pelo
corredor amplo e comprido.
Eu não costumava xingar muito, mas me senti justificada naquele
momento, e também foi bastante catártico.
Mesmo no mundo
rico em vocabulario da academia, as vezes apenas a palavra"m***a" satisfaz.
Segurei os papéis nos braços, sacudindo a cabeça, e me levantei.
Meus malditos óculos - no processo - tinham caído do meu rosto
e foram parar no chão.
Suspirei, derrotada, e decidi que realmente não devia ter me
preocupado em levantar da cama pela manhă.
Ouvi uma gargalhada atrás de mim, o que me fez dar um pulo, e
uma mão quente pegou em meu braço, virando-me e colocando
meus óculos de volta em meu rosto.
Tentei focar e, assim que minha visão se endireitou, deparei-me
com um peito largo coberto por uma camiseta vermelho-escura
sem mangas, com palavras em branco que diziam "Crimson Tide
Football".
- Está enxergando agora?
Segui o som daquela fala com sotaque sulista e vi diante de mim
um típico garoto do Alabama - queimado de sol, com cabelos
loiro-escuros até a altura do queixo, olhos de um castanho
intenso, emoldurados por cilios longos, e bem alto;
talvez
medisse um metro e noventa, enquanto eu tinha ume sessenta e
cinco.
Não consegui conter um suspiro.
Ele era lindo.
Realmente maravilhoso.
Saí do estado de deslumbramento e arranquei os papéis das mãos
dele, tentando desviar, precisando retomar alguma aparência de
compostura, ou talvez dignidade, tendo em vista que
praticamente jå as havia perdido nas ültimas horas.
Agarrando meu pulso enquanto eu passava, o sr.
Crimson Tide
Football perguntou:
-Ei, você está bem?
Tentei relaxar e não ser grosseira - afinal, ele tinha me ajudado
mas eu estava com os nervos à flor da pele, e o toque de sua mão calejada em minha pele só piorou as coisas.
Decidi atribuir essa reação incomum à desidratação ou a um caso
agudo de "togafobia".
Baixando os ombros, respondi:
Estou.
Tem certeza?
Soltei um suspiro longo, olhando em seus adoráveis olhos cor de
chocolate, vislumbrando as manchinhas pretas quase azuladas ao
redor da íris.
- Vocë já teve um desses dias em que tudo se transforma em um
maldito pesadelo?
- disse as últimas palavras bem devagar.
Ele bufou e ficou com uma expressão cômica - os lábios carnudos
tormando um sorrisinho tortoe o nariz levemente
descentralizado enrugando com o movimento.
- Estou tendo um agora, na verdade.
- Então somos dois, - Näo consegui conter um sorriso relutante
em resposta.
Segurando com tirmeza a pilha de papéis, eu disse:
-Obrigada por parar e me ajudar.
Foi muito gentil da sua parte.
Braços bronzeados e fortes cruzaram-se sobre seu peito largo, e
deu para notar que ele estava entretido com meu nervosismo.
- Gentil não é a palavra que as pessoas costumam usar quando se
reterem a mim.
Com isso, ele foi embora, deixando-me sozinha no corredor
amplo.
Eu me virei para ir para a aula e o cara olhou para trás,
anunclando sem rodeios:
-Eu me chamo Rome.
- Molly - respondi rapidamente.
Rome passou os dentes sobre o
lábio superior e assentiu lentamente, olhando-me de cima a
baixo com uma intensidade singularmente profunda.
Então, sem
dizer mais nada, entrou na aula de filosofia.
Depois de tirar um momento para me recompor, segul para a
entrada, onde vários pares de olhos se voltaram
automaticamente para mim.
Fui entrando, sentindo-me um
pouco como Bridget Jones naquela chegada desastrosa.
A professora Ross me olhou com severidade, e fiz cara feia
quando me aproximei de sua mesa, deixando sobre ela o
programa de estudos do curso e retorcendo os dedos com
profundo constrangimento.
Ela fez um sinal para eu ficar ao seu
lado no pülpito.
Fiz o que ela pediu e levantei a cabeça diante da
turma, que observava a novata britânica passar vergonha.
A professora apontou em minha direção e falou com seu sotaque
inglês elegante, parecendo uma velha mestra de colégio interno
com o terninho marrom de tweed, os cabelos grisalhos presos em
um coque e os pequenos óculos de leitura.
- Eu gostaria de Ihes apresentar Molly.
Ela, como eu, também
veio da Inglaterra, e concordou em fazer seu mestrado nesta
excelente faculdade e continuar sendo minha assistente de
pesquisa em um artigo que estou escrevendo para um periódico
acadêmico, além de minha assistente nesta matéria.
Eu já conheço
Molly há alguns anos e não consegui pensar em ninguém melhor
para passar este ano sabático nos Estados Unidos comigo.
Como
vocês logo vão descobrir, ela é uma jovem um tanto quanto
excepcional.
A professora saiu para a lateral, fazendo um sinal com a mão
para eu me dirigir à turma:
-Molly, por que não diz algumas palavras para seus novos
colegas de classe?
Eu respirei fundo e fui até o púlpito, levantando os olhos com
cautela.
-Olá, pessoal.
Como a protessora Ross disse, eu me mudei da
Inglaterra para o Alabama para estudar para meu mestrado em filosofia;
pretendo fazer doutorado no ano que vem e conquistar
meu objetivo final de me tornar professora universitária.
-
Passei os olhos pelas fileiras.
Havia cerca de trinta pesso0as no
pequeno anfiteatro.
Amo filosofia da religião desde que me
entendo por gente e estou teliz por estar aqui para ajudar a
protessora Ross nas aulas e seminariose tentar tornar o
maravilhoso mundo da filosofia um pouquinho mais
interessante!
Ficarei feliz em responder qualquer pergunta
sobre...
Eu tenho uma.
Segui o som da voz que me interrompeu e ele me levou até a
ruiva do corredor...
que estava sentada bem ao lado de Rome.
- Por que você gostaria de ser professora de filosotia?
Não acha
que e certo desperdicio de vida?
Eu estava acostumada com aquela pergunta,
- Por que não filosofia?
Tudo na vida, na Terra, pode ser
questionado..
Por que, como, como pode ser: Para mim,
mistério da vida e do universo é inspirador, a vastidão de
perguntas sem resposta me deixa desconcertada, e adoro imergir
na jornada academica de estudiosos tanto antigos quanto novos.
Ela soltou uma risada.
Quantos anos você tem, querida?
- Err...
vinte.
- olhei com nervosismo para a sala, vendo vários
olhos arregalados concentrados em mim.
-Vinte!
E ja está fazendo mestrado?
- Bem, sim.
Eu entrei na universidade um ano adiantada.
Terminei o ensino médio antes.
Nossa, garota.
Voce tem que parar de ser tao seria e aprender
a viver um pouco.
A vida não é só estudar;
é diversão.
Relaxe um
pouco!
Ela sacudiu a cabeça, perplexa, e seus cabelos compridos balançaram em perfeita harmonia com o movimento,
-Juro que nunca vou entender garotas como vocé.
Vários alunos se movimentaram com desconforto nos assentos ao
ouvir aqueles comentários direto5.
A ruiva parecia satisteita
consigo mesma.
Tenho certeza de que, na opinião dela, sua
segunda tentativa de acabar comigo havia funcionado.
-Garotas como eu?
-questionei com a voz apenas levemente
alterada.
Um conjunto de dentes recobertos de caras facetas peroladas
quase me cegou quando ela abriu um sorriso malicioso.
Devoradoras de livros, nerds..
aspirantes a professoras!
Estreitei os olhos em resposta, tentando manter uma atitude
protissional, agarrando a madeira do pülpito diante daquela
personalidade escrota, e rapidamente decidi mandar o
profissionalismo à m***a.
Eu revidaria.
Havia tido um dia
péssimo até então - a noite seria pior, então decidi me
comprometer completamente a ter o pior dia do mundo.
-Acredito que estudoe conhecimento empoderam as pessoas, e
não dinheiro, status ou as roupas de marca que vocë usa-eu
disse com frieza.
- Sério?
Você acredita mesmo nisso?
- E claro que sim.
Abrir a mente a possibilidades desconhecidas
e aprender como funcionam outras culturas, no que acreditam,
dá às pessoas uma compreensão mais rica e holística da condição
humana.
A filosofia oferece respostas a uma série de questöðes
Por exemplo, por que algumas pessoas passam pela VIda com
facilidade, desprovidas de qualquer compaixão pelos outros?
Enquanto outras humanos bons, gentis e honestos recebem
um golpe após o outro, mas, de algum modo, encontram força
interior para continuar?
Vocë nào acha que, se mais gente dedicasse tempo para ser conscienciosa com os problemas da
humanidade, talvez o mundo fosse um lugar melhor?
A garota balançou o cabelo com nervosismo0, sem resposta para
minha pergunta, os labios vermelhos apertados enquanto me
encarava, aborrecida.
-E por isso que estudo em vez de encher a cara todas as noites.
o
mundo merece ter pessoas que pensam mais nas outras do que
em si mesmas, que se estorçam para serem menos egoistas e
superficiais.- olhei f**o para ela e anunciei em um tom de voz
pseudoamigavel:Espero que isso ofereça a voces algum
discernimento sobre os motivos de eu querer ser protessora
universitária.
E quem eu sou, e tenho muito orgulho disso.
- c****e!
Agora aprende, Shelly!
Toma!-murmurou uma voz
masculina rouca, tazendo o resto da turma romper o pesado
silencio com risadas.
Levantei a cabeça quando me dei conta de
que aquilo tinha vindo de Rome, esparramado na cadeira, O5 pés
para cima, rindo consigo mesmo, acompanhado do restante da
turma.
Uma profunda sensação de satistação acomodou-se em
meu estómago.
Shelly ficou boquiaberta e encerrou abruptamente a conversa,
dizendo:
- Não me importal Boa sorte para se enturmar por aqui agindo
desse jeito!
A professora Ross me deu um tapinha no ombro e sussurrou em
meu ouvido para entregar rapidamente o programa de estudos
antes que a aula terminasse.
Dava para notar que ela estava
irritada com meu comportamento.
Tratei de pegar os papéis que estavam sobre a mesa de carvalho
e comecei a entregá-los, um a um, pelas fileiras de alunos,
enquanto a professora explicava os critérios de avaliação dos
trabalhos, as regras e Os padrões de suas aulas.Cheguei à ültima fileira e imediatamente vi Rome me
encarando, com um brilho inexplicável no olhar.
Ele abaixou a
cabeça, me cumprimentando com uma expressäo séria.
Abri um
sorriso breve.
Shelly chegou mais perto dele sem tirar os olhos dos meus.
A
julgar pela posição do corpo dela pernas dobradas tocando as
dele, p****s grandes roçando no braço dele -, ela e Rome eram
bem próximos.
Quando fui entregar a última folha para Shelly, ela me provocou:
-Belos sapatos, Molly.
Todos os futuros professores de filosotia
têm tanto bom gosto assim para moda?-Os alunos riram de
mim.
olhei para os meus Crocs baratinhos, vi as sandálias douradas
estilo gladiador certamente muito caras - dela, e soltei um
suspiro triste pelo nariz.
Rome logo empurrou a perna dela para longe de sua coxa e dise:
- Chega, Shel.
Por que voce tem que ser tào cretina o tempo
todo?-Sua observação também silenciou de maneira efetiva o
restante da sala, e a postura de quem não levaria desaforo para
casa fez com que a turma parasse de prestar atenção em minha
estranhezae se encolhesse em seus lugares para evitar a atenção
indesejada dele.
Shelly cruzou os braços e ficou emburrada.
Rome ignorou aquela atitude fútil e voltou a olhar para mim,
levantando o queixo.
Você acredita mesmo no que acabou de dizer?
-Qual parte?
Ele se moveu com estranheza na cadeira, passando os dedos pelos
cabelos loiros desgrenhados.
- Sobre a vida ser ijusta.
Sobre a tilosotia explicar por que
algumas pessoas têm de lidar com um monte de m***a e outras -Veementemente respondi com uma certeza inabalável.
Ele concordou lentamente com a cabeça, levantando o lábio
interior, parecendo quase impressionado.
Eu me virei com preméncia nos passos e me sentei na cadeira
atrás da mesa de assistente de professor na lateral da sala.
Mantive a cabeça baixa enquanto a turma era dispensada.
Molly.
Levantei a cabeça e vi a professora parada na minha frente, com
expressão de censura no rosto enrugado.
- Pode me explicar o que acabou de acontecer?
Isso não é do seu
feitio.
- Suzy..
Err, professora Ross na sala de aula, Molly.
0 que deu em você?
Franzindo o rosto, eu disse:
-Desculpe.
Estou com muita coisa na cabeça no momento.
-Voce nao respondeu à minha pergunta.
Ao ver seu olhar severo, enxerguei em seus olhos envelhecidos
não apenas decepção com minha falta de proissionalismo, mas
também uma ponta de preocupação.
Suspirei.
S6 tive um dia r**m.
Nada além disso.
Não vai acontecer
novo.
Suzy descruzou os braços, deixando de lado a repreensäo ao meu
comportamento.
- Não deixe pessoas como aquela jovem afetarem vocë.
Nunca se
desculpe por ser quem você é.
Abri um sorriso.
- Obrigada, professora.
Lição aprendida.
Ela só..
sei lá..
me atingiu por alguma razão.
- Eu percebi.
Mas, da próxima vez, não dê importância.
Apenas
gnore
Concordei.
Agora, por que não vai para casa?
- Obrigada, professora.
- Peguei minha bolsa de couro marrom
que estava pendurada na cadeira e saí da sala.
Rome estava no corredor, com os braços de uma loira magricela
em volta de seu pescoçoeo peito corado dela junto à camiseta
vermelha do time de futebol americano, e tentava se livrar dela
com uma expressäo exasperada no rosto.
Paralisei, sentindo-me incrivelmente constrangida com a
situação.
- Mas...
ma...
por que não?
Vocë nunca me rejeita!
- A loira
lamentou enquanto soltava com relutância o pescoço de Rome,
cruzando os braços e batendo o salto anabela cor de creme no
chão, em protesto.
-As coisas mudam - Rome afirmou com frieza, afastando-a.
Mudam?
Você?
Desde quando?
-Desde este exato momento, p***a!
Não preciso mais de você.
Com um grito de indignação, a loira foi embora, e Rome passou
as mãos sobre o rosto, parecendo um tanto agitado, pressionando
a testa com desânimo na parede.
Aproveitando que ele estava de costas e com a cabeça abaixada,
passei por ele rapidamente e em silêncio, voltando a respirar
apenas quando consegui atravessar despercebida.
Enquanto saía pela porta rumo ao ensolarado dia de verão, não
consegui deixar de me sentir levemente decepcionada ao
confirmar que Rome era, obviamente, um daqueles caras
jogador...
responsável por partir coraçðes...
o tipico bad boy, sem
tirar nem pôr.
Com aquela aparência, não era de surpreender.