capítulo 101

1286 Words

CLARICE NARRANDO Minha filha sempre foi uma menina reservada. Nunca me deu trabalho com esse negócio de namoro, paquera... Enquanto as meninas da idade dela viviam de conversa fiada sobre menino, ela preferia se trancar no quarto, ouvir suas músicas ou ajudar nas coisas de casa. Nunca foi de comentar muito sobre sentimentos, mas mãe sente. Mãe sempre sabe. Eu sempre soube que ela era apaixonada pelo Talibã. Podia nunca ter falado uma palavra sobre isso, mas bastava ele passar por nós na rua… O jeito que os olhos dela brilhavam, como se o tempo parasse. Era olhar de quem sente, de quem espera… De quem ama em silêncio. Mas também vi as mágoas que ela engolia. Porque não era raro ver ele dando moral pras outras meninas do morro aquelas que se esfregavam, que riam alto, que não tinham vergo

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