A senhora me recebeu com um enorme sorriso nos lábios, o que já me fez adorar ela logo de cara. Ela me pediu para entrar, e não lhe recusaria algo tão simples.
— Bom, como vocês são novos moradores, é nosso dever, trazer algo gostoso para que possam comer. — Falei, sorrindo o tempo todo.
— Ocheiro está maravilhoso. — Ela falou, e logo o senhor que vi mais cedo, entrou na cozinha.
— Bom dia. Sou o Gerard. — Ele falou, estendendo a sua mão para que eu apertasse, e foi o que eu fiz.
— Sou a Melissa, prazer. — Falei, sorrindo.
— Meu filho irá adora essa torta. — dona Camile falou.
Ela me pediu para que sentasse e esperasse alguns minutos, para poder conhecer seu filho. Cujo nome era Mattew. Segundo ela, ele não demoraria no banho, e como ainda não estava na hora do meu almoço, esperei.
Logo ouvi o barulho da escada, e ela apontou para a porta. Após isso, um menino alto, apareceu apenas de bermuda, e se encostou na porta.
— Mattew essa é a Melissa, nossa vizinha. — Ela falou, e ele veio andando até onde eu estava.
— Oi, é um prazer. — Ele falou, me dando um beijo na bochecha.
— Olá. — Sorri tímida.
— Não nos conhecemos de algum lugar? — Ele perguntou, e tentou lembrar, colocando uma das mãos no queixo.
— Acho que não. — Respondi, e acabei lembrando da noite anterior. Era ele.
Ele sorriu debochado como se houvesse lembrado exatamente da onde me conhecia, e morri de vergonha por isso. Dei uma pequena desculpa, de que precisava ir para casa, e saí de lá o mais rápido possível.
Corri direto para o jardim que ficava atrás da minha casa. Lá era o meu ponto de paz. Fiquei pensando no que diria a minha mãe, se ela soubesse que eu beijei ele sem mais nem menos. Ela odiava meninas assim, e sempre deixou bastante claro pra mim.
Tentei ignorar isso, e voltei para dentro de casa. Tudo estava silencioso, e preferi que tudo continuasse daquele jeito.
— Como eles são? — Perguntou minha mãe.
— São bem legais. — Respondi, enquanto almoçava.
Continuamos conversando durante o almoço, meu pai normalmente almoçava fora. Eram raras às vezes que almoçávamos juntos, como uma família, mas pelo menos no café, e na janta era sagrado, todos reunidos.
Enquanto ajudava Barbara a recolher as coisas da mesa, como de costume. Minha mãe foi ver quem era que estava tocando a campainha, e logo voltou com um envelope nas mãos. Ela estava sorridente, e parecia feliz.
— O que é isso mãe? — Perguntei, apontando para suas mãos.
— Um convite, dos vizinhos novos. — Respondeu, entregando para mim.
— Sobre? — Perguntei, sem abri o envelope.
— Vão fazer um churrasco amanhã para a vizinhança, para conhecerem a todos sabe. — Respondeu.
Logo fui para o meu quarto, tomar um banho. Vesti meu uniforme, e fui caminhando pela rua até a loja dos meus pais. Havia bastante movimento nas ruas, e eram um sacrifício ter de atravessá—las às vezes.
Cheguei a loja, e fui direto para o meu posto. O movimento não foi tão bom como o de ontem, mas tudo estava indo bem.
— Adorei a cor do seu cabelo. — Uma das clientes que estavam no caixa, falou.
— Obrigada. — Falei, sorrindo.
Logo fui para casa, e dessa vez meu pai me deu uma carona. Fomos cantando as músicas que tocavam no rádio. Minha convivência com meu pai era bastante boa. Era quase impossível brigarmos, e isso me deixava feliz.
O jantar correu bem, e logo fui me deitar. Seria um grande dia, e estava cansada. Minhas pernas doiam não sei porque, talvez estivesse com medo de ter que esbarrar com Mattew. Minha rotina se repetiu até a tarde. Fechamos a loja um pouco mais cedo, e fomos nos arrumar em casa.
Pelo menos sabia que Samantha estaria lá, e isso já me deixava bastante aliviada. Não ficaria sozinha em momento algum. ColO quei um vestido azul claro, de alcinha que ia até a metade da minha coxa. Deixei meu cabelo solto, e fiz cachos grandes nas pontas.
— Filha, se arruma logo, já estamos atrasados. — Meu pai falou, batendo na porta.
— Já estou indo. — Falei, pegando meu celular, e minha rasteirinha.
Logo desci as escadas, e meus pais me esperavam na porta de casa. Não estavam bravos, mas estavam com pressas, talvez ansiosos. Fomos andando até a casa do Mattew, que ficava na frente da nossa.
Fomos entrando, e todos se localizavam no jardim da parte de trás da casa. Era enorme, acho que do tamanho da minha casa. E fazia com que as pessoas ficassem bastante confortáveis com o espaço que lhe restavam.
— Boa noite menina do beijo. — Ouvi uma voz rouca falar, atrás de mim.
— Boa noite menino que faz questão de me lembrar das besteiras que eu faço. — Falei, me virando para ele que riu.
— Como você está? — Perguntou ele.
— No momento com bastante vergonha, e você? — Perguntei, e nós rimos.
— Eu só estava brincando, até que foi legal. — Ele falou debochado.
— Vou fingir que acredito. — Falei, piscando para ele.
Minha mãe logo me chamou, e fui andando com ela, deixando Mattew para trás. Ele fazia algumas caretas enquanto nos afastávamos um do outro, mas mantiamos o olhar atento. Tentava não rir, porque estava falando com outras pessoas, mas era quase impossível.
— Oi Mel. — Sam falou, me dando um beijo na bochecha.
— Oi Sam, que bom que está aqui. — Falei, sorrindo para ela.
Nós duas nos sentamos em uma mesa que estava vazia de pessoas, mas cheia de comida. Começamos a beliscar algumas carnes que estavam lá por cima, e logo vi Mattew se aproximando.
— Ei, queria pedir pra vocês que não comam a comida toda. — Ele falou rindo.
— Ninguém mandou nos convidar. — Sam disse, dando de ombros.
— Cara, essa carne está muito boa. — Falei, mostrando a carne pro Mattew que sorrio.
— Claro né, foi eu quem fez. — Ele falou, se achando o tal.
— Nossa, já estou sentindo a dor de barriga chegar. — Sam falou, fingindo estar r**m e se retirando.
Ficamos nós dois conversando, sentados na mesa. Ele falava umas coisas nada haver, e quando eu falava algo, ele ficava me provocando e lembrando do nosso beijo, o que me deixava um pouco irritada.
Logo uma menina morena se aproximou, e sentou—se no colo dele, depositando um beijo no seu lábio. Fiquei sem reação, pois, o mesmo disse que não estava namorando, quem sabe só estava tentando deixar a situação um pouco menos pior.
Me levantei, tentando não chamar muita a atenção e fui andando até onde meus pais estavam. Não conseguia tirar o olho daqueles dois, que só sabiam se beijar, e parecia que nada mais acontecia em volta deles.
— Pai, estou cansada, já posso ir? — Perguntei, olhando no relógio do celular.
— Tudo bem filha, nos vemos em casa. — Ele respondeu.
Algumas pessoas já haviam ido embora. Me despedi dos pais de Mattew, em seguida fui para casa. Tomei meu banho, e colO quei meu pijama. Fiquei mexendo no meu celular, até que ouvi a porta bater, então meus pais haviam chego.
Estava sem sono, e meu quarto já estava esfriando por causa da porta da sacada aberta. Me levantei para fechar, e por algum instinto olhei para a casa da frente. Mattew estava na sacada olhando para minha casa, o que me fez ficar com vergonha.
Ele abriu um sorriso, e acenou. Retribuí o aceno, e o sorriso. Então fechei a porta e fui me deitar. Logo peguei no sono, ainda mais rápido, porque amanhã seria sábado e não teria que trabalhar de tarde.
No outro dia, fiquei na cama até minha mãe bater na porta. Já se passavam das 11:00 e fui escovar meus dentes. ColO quei um shorts, e uma blusa e desci para almoçar. Meus pais já estavam almoçando, apenas sentei no meu lugar, e comecei a comer.
— Gostaram dos vizinhos novos? — Perguntei, interessada na opinião deles.
— Adorei. E ainda mais, a comida deles é maravilhosa. — Minha mãe comentou, parecendo impressionada.
— Concordo. Seu Gerard é um homem muito bacana. — Meu pai falou, sorrindo.
Contínuamos almoçando, e logo em seguida voltei para o meu quarto. Entrei na internet, e fui fuçar um pouco meu f*******:, em busca de alguma coisa nova. Havia algumas solicitações de amizade, uma em especial, Mattew. Aceitei ele, e comecei a visualizar seu perfil, que não havia nada dizendo que estava namorando, muito menos fotos.
Voltei a mexer no meu face, e conversar com algumas pessoas. Logo em seguida, uma janelinha se abriu com o nome de Mattew nela.
Olá beijO queira.
Não conseguia explicar como aquele menino me tirava do sério.
Como você é insuportável.
Ele só sabia falar disso, talvez sempre na mesma intenção de me provocar.
Já estou com saudades da sua timidez.
Ele falou, e um sorriso se brotou em meus lábios.
Ixi, eu nem estou. Não quero apanhar daquela morena não.
Queria provoca—lo e saber quem ela era.
Está com ciúmes da Nic?
Quem ele achava que era pra achar que estava com ciúmes dele com aquela menina?
Não né. Por que estaria? Preciso ir, mais tarde nos falamos.
Nos despedimos e logo saí do f*******:. Ninguém merece ter que ficar lendo aquelas besteiras do Mattew. Por qual motivo eu estaria com ciúmes dele com aquela garota lá? O que eu tinha haver com o que os dois faziam, ou deixavam de fazer?
Tomei um banho, e colO quei meu biquíni. Mandei mensagem para Sam dizendo que lhe encontraria na praia de sempre. Quando estava saindo, minha mãe me parou.