O silêncio ficou pesado por alguns segundos enquanto eu olhava o menino nos braços do soldado, tentando medir o que fazer com aquela presença que de repente se tornou minha. O garoto me olhou com olhos grandes demais para a pouca idade, curiosos e assustados ao mesmo tempo.
— Qual é o seu nome? — perguntei, a voz baixa, meio sem jeito. Não era fácil olhar pra ele sem sentir alguma responsabilidade pulsando em cada músculo.
— Joãozinho. — respondeu, com aquela inocência crua que só crianças têm. A palavra saiu tímida, quase sussurrada, e ele apertou a mão do soldado, procurando segurança. E então ele falou, com a voz ainda menor: — Cadê a vovó?
O coração me apertou. Aquele pedido simples carregava mais do que só saudade. Era confiança, era amor, era um mundo que ele ainda não entendia. E
