O barulho da porta batendo atrás de mim ecoou como um desafio. Eu nem sabia pra onde estava indo, só queria sair de perto dele. Daquele homem com olhar de ferro e voz que pesava no peito. O homem que achava que podia me trancar como se eu fosse uma coisa dele.
Subi a escada com passos firmes, o coração ainda acelerado, a raiva queimando por dentro. Os corredores eram largos, frios, quase estéreis. Tudo impecável demais, calculado demais. O tipo de lugar que dá medo não pelo que tem, mas pelo que esconde.
O chão brilhava. Mármore. Quadros caros nas paredes, nada que combinasse com o mundo lá fora, com os becos e barracos que eu tinha visto na subida. Era como se aquela casa tivesse sido construída pra provar poder, não pra abrigar gente.
As janelas grandes deixavam o sol entrar, mas o ar
