Voltei pro quarto sem dizer mais nada. Fechei a porta devagar e fiquei ali, parada, olhando pro vazio.
O relógio na parede marcava dez da manhã. O tempo, desde que eu cheguei, parecia não andar.
Deixei os sapatos de lado e me joguei na cama, olhando pro teto branco, frio, sem cor. O ar-condicionado fazia um barulho constante, monótono, como se fosse o único som que me lembrava que o mundo ainda existia.
Me levantei e tentei abrir a janela, trancada. As cortinas pesadas deixavam o quarto quase escuro. Era como estar num quarto de hospital, desses onde o silêncio é tão grosso que até o coração parece bater mais devagar pra não fazer barulho.
Fiquei horas ali, sem fazer nada e sem ninguém bater na porta. Nem um copo d'água, nem uma voz perguntando se eu tava viva. Nada.
E o que mais me i
