34. Bárbara

1400 Words

A luz da manhã entrava suave pelo quarto quando acordei. A cama ao meu lado estava vazia, as almofadas ainda com a marca onde Murilo havia dormido, ou pelo menos deitado. A memória da noite anterior veio como uma maré: seus lábios, suas mãos, sua vulnerabilidade crua, e depois... a interrupção. Vestindo um roupão, desci silenciosamente até a cozinha. A voz de Dona Lurdes, cantarolando baixo, me guiou. Mas foram as outras vozes que me fizeram parar na porta. João estava sentado à mesa, concentrado em desenhar com uma mão e segurando um pedaço de pão com a outra. Murilo, de costas para mim, servia café, sua postura rígida, mas os ombros menos tensos do que de costume. — Tio Murilo, posso colocar mais achocolatado? — o menino perguntou, voz doce. — Já tá doce o suficiente, João. — Mas a

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