Tempo presente
Haniel
Depois de tanto tempo de escuridão que seu povo passou, ao serem descobertos e usados como cobaias devido ao seu DNA de animal que carregavam, sendo muitos deles mortos em experiencias no processo, conseguiram finalmente serem libertos.
Os primeiros, como eram chamados, sucumbiram rapidamente, pois foram alvos de várias atrocidades e devido ao material genéticos deles fomos criados em laboratórios e inseridos em barrigas de aluguéis ou de mulheres sequestradas. Nos deram o nome de shifters. Sabemos da existência de alguns de nossa espécie que convivem entre os humanos, mas para nos que fomos criados em laboratórios é outra história. Temos a necessidade de aprender a viver em sociedade.
O nome shifter nunca tinha sido tão comentado em jornais. Nunca tiveram suas privacidades tão violadas, pois a caça aos shifter começou em território nacional. Afinal qualquer um com olhos incomuns ou algum traço diferente pode ser um potencial shifter em potencial.
Devido toda a repercussão, o governo pressionado por vários órgãos foi lhes destinados uma área onde construíram a cidade que agora abriga a todos. Anos de humilhação, mutilação e extermínio para agora respiraremos os grandes ares da tão sonhada liberdade.
Claro que também tivemos problemas como pessoas achando que somos criaturas do inferno, enviados de satanás, exterminadores da raça humana, monstros... Por causa destas pessoas tivemos que cercar todo o nosso território e nos organizamos.
Fomos enganados, no começo por humanos que deviam nos ajudado, mas depois de muitas confusões, brigas, acertos e desacertos, conseguimos eleger alguém que confiavam, Justus South, que os representava em todos os lugares necessários, mas também contavam com um excelente conselho composto de alguns membros importantes da sociedade que montaram. Há humanos circulando pela cidade que construímos, pois uns trabalham ali e outros até se casaram com eles.
Ainda temos muitos problemas com invasões, e muitos queriam capturá-los para continuar com experiencias, isso sem mencionar que a cada dia descobrimos pistas que tinham mais shifters presos e sofrendo nas mãos de grandes indústrias farmacêuticas. Também há aqueles que queriam usá-los para procriação e drogas sintéticas para usarem nas ruas. Devido a isso participamos de várias missões para salvá-los e pegar estas drogas. Mas enquanto isso...
Me aproximei de meus amigos, Jadiel e Mond e sorri. Estou feliz que meus amigos estavam ali no bar verificando a estabilidade do palco improvisado que construímos.
_ Como estão as coisas? - quis saber subindo no palco.
_ Acho que vai aguentar. - Jadiel sorriu de volta - Nick faz um barulho e tanto.
_ Joyce está louca para ver esta banda que vocês tanto falam. - Mond olhou para nós e sorriu, olhando em volta - Na verdade todos estão. Vocês fizeram tanta propaganda que as nossas companheiras estão enlouquecidas para vir.
_ Aposto que os machos não. - riu Jadiel batendo no meu ombro que sorri também - Nunca pensei que Deimos viria em um show de rock.
_ Kat gosta e o ameaçou vir sozinha se não a trouxesse. - expliquei, lembrando da discussão que meu amigo teve com sua companheira - Nada de encostar nos machos humanos, ele lhe disse.
_ Nenhuma das nossas companheiras se aproximaria de outro macho. - os defendeu Mond - Somos muito possessivos e elas sabem disso. - cruzou os braços sobre o peito e me olhou meio irritado - Mas se eles se aproximarem delas...
_ Nick e os rapazes sabem da regra. Não se preocupe. - expliquei - Só vão ficar aqui por três dias.
_ Foi o combinado. - reforçou Jadiel - Três noites de show. Gostamos de dançar e eles tocam muito bem. E bom para nós fazermos esta socialização entre novos povos. Assim nos divertimos e fazem propaganda para o mundo externo. A equipe de relacionamento esta empolgado com esta integração, para mostrar aos mundo que não somos estes monstros que pintam por aí. - explicou
_ Será uma propaganda muito positiva para nosso povo. Quanto mais pessoas ficarem do nosso lado é melhor. – justifiquei.
_ Vamos colocá-los numa das cabanas da área que os humanos que trabalham para nós ocupada . Assim não tem como eles criarem problemas também. - Jadiel desceu do palco e os outros os acompanharam - Também ficam longe de nossas crianças.
_ Bem pensado. - concordou Mond.
Pediram três refrigerantes e ficaram sentados.
_ Descobriram mais alguma coisa sobre a droga? - quis saber Jadiel olhando para nós, se referindo a droga de procriação e da mudança de comportamento.
_ Nada ainda. – respondi, tocando discretamente no lenço que trago no bolso. - Justus e Torin estão usando todos os recursos, mas nada ainda.
_ Temos que achar alguma coisa logo. Aquilo é um inferno! - Mond se lembrou de quando foi drogado e sentiu fúria tomando conta de si - Aqueles desgraçados têm que pagar.
_ Sorte a nossa que ninguém mais foi atacado com aquela merda que te deram. – disse, olhei o celular e sorri ao ver a mensagem que acabei de receber - Nick está falando que está chegando nos nossos portões. - disse ao ler a mensagem.
_ Vamos lá então. - Jadiel se levantou e foi acompanhado por nós.
_ Vou ficar e verificar as coisas. - Mond disse dando um último gole em seu refrigerante.
Assentimos e nós afastamos sorridentes. Ambos conhecemos Nick e sua banda em umas das muitas festas de caridades que participamos nos clubes de motociclistas que fomos. Logo que conhecemos o humano nos simpatizamos com ele e sua banda.
Foi uma alegria para ambos os lados quando o convidamos para tocar em Patrída e eles aceitaram sem pestanejar, mesmo com todas as regras que impomos.
Justus e o conselho não se oporão quando dissemos que gostariam de fazer um show de rock no bar, desde que os humanos obedecessem as regras. Depois as fêmeas espalharam a notícia e todo seu povo estava eufórico com a novidade. As companheiras também estavam empolgadas para desconforto de seus machos.
Quando chegamos ao portão tinha uma pequena multidão como sempre de prós e inimigos da OPS (Organização dos Povos Shifters), mas nada que seu pessoal não controle. Ao longe pudemos ver o furgão de Nick se aproximando junto com uma moto. Brisa estava na portaria quando chegamos.
_ É o pessoal da banda? - os questionou assim que os viu.
_ Sim. - respondeu Jadiel olhando eles se aproximarem.
_ São bonitos? - Brisa riu ajeitando o decote de sua camisa.
_ Veja por você mesma. – sorri, conhecendo muito bem aquela fêmea.
Quando os primeiros portões se abriram senti algo frio passar por sua espinha aos vê-los entrarem.
(...)
Selena
Ao descer da moto, olhei a minha volta boquiaberta, depois para meu primo que se aproximava lentamente.
_ Surpresa?! - riu de sua cara Nick.
_ Por que você não me disse? - o acusou meio irritada, tirando o capacete deixando a longa cabeleira a sabor do vento.
_ Queria ver esta sua cara de boba quando chegássemos. – Nick riu novamente ao receber um tapa no braço - Isto doí. - passou a mão pelo braço - Vai me disser que nunca quis conhecer Patrída?
Claro que queria conhecer aquele lugar. Conhecia a história do pessoal da OPS, toda aquela merda que a Éblis Hadria fez com eles. Conhecia a história de Draco e Ellie, o primeiro casal interracial que se formou. Leu tudo sobre eles e como eram constantemente atacados. Até se meteu uma vez em uma briga num bar por defendê-los. Esperava que eles ficassem em paz e que as pessoas entendessem que eles eram as vítimas realmente.
Olhou todos os guardas com cuidado, todos se vestiam num padrão único: uniformes pretos com o símbolo da OPS no peito, luvas grossas, máscaras e óculos escuros... Nenhuma parte deles estava exposta. Portanto, ninguém podia identificar quem era humano e shifter. Gostou da medida de proteção, pois sabia que humanos trabalhavam ali também.
_ Você é um desgraçado sortudo! - riu para Nick que retribuiu.
_ Sou mesmo. Agora pode beijar meu traseiro. - brincou ele.
_ Nem quando eu morrer.
_ Venham comigo, por favor. - pediu um guarda que os olhava com interesse se aproximando e os conduzindo para um portão lateral.
_ E nossas coisas? - perguntou Carlos com a mão ainda engessada.
_ Serão verificadas e entregues a vocês depois. - continuou andando até uma sala - Vocês serão revistados agora. Vou chamar uma fêmea para você. - disse ele aportando para mim.
A voz dele era rouca e profunda, a fazendo notar que julgando pelo tamanho dele e a estrutura muscular era um shifter.
_ Você avisou que eu viria? - perguntou a Nick que balançou os ombros - Merda. - disse irritada - Nick este lugar é mais seguro que o Fort Knox - Você devia ter contado o que aconteceu com Carlos e que eu viria. Aposto que eles checam todos que entram aqui.
_ Você é minha prima. Sou uma ótima referência.
Todos na sala gargalharam o deixando irritado.
Só esperava que esta verificação não fosse tão profunda. Não estava com vontade de passar por um interrogatório no momento.
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Minhas lindas,
Queria muito ler os comentários de vocês sobre o desenvolvimento da história.
Divirtem-se e me de seus corações. Loucas para isso!!!
Beijocasssssssssssssssss...