Capítulo 1

1194 Words
Dayane narrando: Era meio dia e meu telefone não parava. A sensação que eu tinha era que meu dia precisava de umas 30 horas. Já faz 2 anos que eu toco minha agência sozinha. Quando me casei com Oliver tivemos a grande ideia de criar um negócio nosso. O casamento acabou e meu sonho permaneceu. Meu, pois ele não desejou continuar... Comprei sua parte e continuei tocando sozinha. Fazer tudo sozinha precisa de muita garra, muita disposição e paciência. Todos os dias é um pepino diferente e uma burocracia nova. Todos os problemas do dia me fazem ser quem eu sou, a Dayane "intocável" como dizem nos corredores. Não tenho tanto tempo para conversinhas e intimidades com funcionários. Alguém batia insistentemente na porta, e suponho que seja minha querida secretaria Marli. — Quem é?! — digo. — Sou eu, Sra Faria, Marli. — ela fala atrás da porta — Argh... entre! — bufo. — Me desculpe a insistência, mas o arquiteto responsável pela obra que a Senhora contratou, chegou. — Ah... claro... eu havia me esquecido. Tanta coisa ao mesmo tempo. — coço a cabeça — sorte a sua que é importante. — afirmo e ela sai assustada. Eu precisava agir assim com meus funcionários, eles só funcionam na força da palavra. (...) — Com licença, Sra. ele vai entrar. — Traga dois cafés... já é hora do almoço mais nunca é demais um café. — vou trazer... Tive uma reunião com meu arquiteto. Desde que me separei eu não tive tempo de arrumar minha casa como eu sempre quis. Sempre quis deixá-la com a minha cara, e só agora meu ritmo de trabalho está diminuindo. Fora de épocas festivas, e feriados não temos tantos atendimentos e pacotes a criar. Então vi que era o momento de começar a ajeitar tudo. Joana minha amiga e colega de trabalho me diz que eu sou louca de ficar reformando uma casa que já é perfeita, e fora que eu moro sozinha e quase não recebo visitas exceto ela e Juliano. Por mais que digam isso, eu ainda sinto vontade de fazer coisas pra mim, e reformar tudo era um dos meus desejos. A parte que mais me incomodava era a área externa, quero uma longa piscina, texturas na parede, colunas em volta... algo digno de mim. A reunião foi ótima, e estou feliz que vai ficar tudo como eu sempre quis. No fim do dia sai da empresa com Juliano e Joana. Fomos jantar fora e beber um pouco. Era nosso encontro marcado. Todas as sextas o trio atacava. Saiamos para beber e conversar, eles literalmente eram os únicos que eu dava liberdade e simpatia. As vezes eu acabava me encontrando com alguém e passando uma noite selvagem. Mas o problema certamente era eu, porque era difícil a dose de repetir com algum dos caras. Estava olhando fixamente para a porta e pensando várias coisas quando Juliano soltou mais uma de suas ironias. — está já fitando o escolhido da noite? — que? Não... eu nem tô pensando nisso agora. — digo franzindo a testa. — Não??? Espera cadê a Dayane? — Joana brinca. — Não seja boba eu estou aqui.. só estou pensando aqui na reforma da minha casa. — De novo isso mulher? Você precisa se desligar do trabalho e dos pepinos, desse jeito ninguém vai t*****r com você hoje. — Juliano comenta. — Olha aqui Tintin! Eu por mais que queira, não acho que serei escolhida por alguém essa noite, eu reconheço que ando sendo um porre a cada dia que passa. — A ficha caiu amiga? — Joana ironiza. — Vocês estão bem engraçadinhos! Só por isso hoje vocês pagam a conta. — eles começam a resmungar e eu dou risada. Depois de horas, encerramos a bebedeira e fui pra casa. Como eu já previa essa semana não rolou nenhum encontro quente. O dia foi tão cansativo que eu não sei como não dormi no volante. Em casa minha ajudante de anos dona Ana. Havia deixando uma sopa no jeito. Sempre que chegava assim eu atacava algo pra comer. E foi certeiro. Apaguei e durante a madrugada ataquei a comidinha maravilhosa que ela faz. Eu adoro, tem gosto de infância. Mesmo que a minha não tenha sido tão boa. No dia seguinte acordei bem cedo, precisei receber a equipe que começaria a reforma. Deixei que ficasse à vontade e Ana cuidou de tudo. Era sábado, dia que eu tinha salão marcado, e fui me cuidar um pouco. Quando cheguei não acreditei no que vi, a área externa já estava uma bagunça, homens para tudo que é lado e muita poeira. Definitivamente a vista do meu quarto não estaria das melhores, já que tinha uma varanda que dava pra área da piscina em reforma. Subi correndo pela parte de dentro da casa e fui me trocar. Pela janela eu já imaginei que a poeira fosse invadir minha varanda. Fui correndo puxar o vidro que tem nela, e aproveitei pra ver se ainda estavam na quebradeira do piso antigo. E não é que o negócio estava rápido?! Em poucas horas a grande equipe já estava pondo a baixo algumas texturas que tinham, que era de muito m*l gosto! Coisas do Oliver, meu ex marido. Continuei olhando, olhando e imaginando como ficaria o resultado final, e enquanto me perdi nesse pensamento, me dei conta de que dentre aqueles homens, havia um belo monumento, eu diria. Um rapaz jovem, deve ter uns 23 anos, eu com meus 25 me sinto uma tia da creche. Mas se esse aí não fosse um pedreiro, certamente poderia estar nessa minha cama. É o tipo perfeito que me agrada. Semblante sério, estava tão concentrado no que fazia... a barba cerrada, os olhos castanhos e misteriosos. O suor lhe escorria pela regata branca que usava. Cheguei a sentir arrepios. Era um assim que eu precisava já noite de ontem. E como! (...) — Dayane, posso servir seu almoço? — Ana aparece me perguntando. — Aí, que susto... — desvio o olhar que estava fixo lá em baixo — pode, claro... eu... eu tava dando uma olhada na obra daqui de cima, e aproveitei pra fechar esse vidro. — digo. — parecem ser bem ágeis, não é? — ela pergunta. — realmente... eu gostei dessa equipe. — "e como" pensei. — mas então vamos, estou faminta. Terminamos de almoçar, já estava quase na hora do pessoal fazer uma pausa pra almoçar. Ana havia feito pouca comida, e eu mandei que almoçassem no restaurante onde eu tenho conta, perto daqui, para agilizar o trabalho. Avisei o mestre de obras Sr Joaquim que comessem a vontade, e foi quando eu vi de perto o rapaz que eu babei lá de cima. Seus colegas eram mais extrovertidos, ele parecia bem sério, ou preocupado. O que me deixou ainda mais excitada. Só de olhar. Ele não me encarou tanto... parece ter medo de mim, mas eu entendo. Já devem ter falado m*l de mim. O restante do dia passei com Joana e Juliano, que me acompanharam mais tarde para minha casa. Foi onde acabei comentando do rapaz. Não deveria, claro que a chacota começaria em segundos.
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