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Amor por trás das Grades

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Blurb

Atrás das grades, Joel não é apenas um presidiário. Ele é um homem que resiste à frieza da prisão alimentado por um único sentimento: o amor.Distante de sua amada Beatriz, sofre com a ausência dos abraços, do toque e do beijo que tanto deseja. Entre muros altos e quilômetros de distância, a saudade se transforma em ferida aberta.Mas quando Beatriz decide enfrentá-lo e vê-lo novamente, um sopro de esperança nasce. O reencontro promete reacender a chama adormecida, mas também traz a dúvida: será que o amor consegue resistir à dor, às barreiras da prisão e às provações do destino? Ou tudo não passa de um mar de rosas prestes a ser desfeito pela realidade?

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Capítulo 1 – O Primeiro Olhar
Beatriz O ônibus sacolejava pelas ruas estreitas do morro, subindo devagar, como se tivesse medo de enfrentar a ladeira íngreme que se erguia diante dele. Do meu lado, uma senhora cochilava abraçada a uma sacola de feira. Do outro, um garoto com fones de ouvido batucava no banco, no ritmo de um rap abafado. Eu encarava a janela, tentando não pensar no peso da mochila nas minhas costas nem no destino que me esperava. Era o primeiro dia do meu estágio na clínica comunitária. Sempre gostei de ajudar, de sentir que poderia fazer alguma diferença. Mas também tinha medo — medo do lugar, das histórias de tiros, das sirenes, das bocas de fumo que diziam existir em cada beco. Ainda assim, desci do ônibus com a coragem de quem não tinha outra escolha. O morro pulsava. Crianças corriam descalças, cachorros latiam, rádios antigos estouravam funk pelas janelas. O cheiro de feijão misturava-se com o de pólvora antiga, impregnada nas paredes de tijolo cru. Tudo parecia vivo demais, intenso demais. E, no meio desse caos organizado, eu o vi pela primeira vez. Ele estava parado em frente a uma laje, cercado por homens armados. Não precisava perguntar quem era o líder. A forma como os outros olhavam para ele dizia tudo. Camisa preta justa, tatuagens que escapavam da gola e subiam pelo pescoço, olhos escuros que pareciam medir cada pessoa que passava. Havia algo de perigoso, mas também… magnético. Atravessando a viela, senti o olhar dele em mim. Era como se uma lâmina cortasse o ar e me impedisse de respirar. Apertei a mochila contra o corpo e tentei seguir sem vacilar, repetindo mentalmente que estava ali apenas para trabalhar, que não devia chamar atenção. — Ei. — A voz grave ecoou atrás de mim. Fingi não ouvir. Mas, segundos depois, um dos homens ao lado dele se aproximou. — Moça, o chefe tá chamando. Meu coração disparou. Virei lentamente, encarando aquele homem que até então parecia distante, inalcançável. Agora, ele estava ali, a poucos passos de mim, como uma sombra que não aceitava ser ignorada. — Qual o seu nome? — ele perguntou, a voz calma, mas carregada de autoridade. Engoli em seco. — Beatriz. Ele ergueu o canto da boca, quase um sorriso, mas sem alegria. — Beatriz. Nome bonito. O que faz andando por aqui sozinha? — Trabalho na clínica. Começo hoje. — Minha voz saiu firme, embora por dentro eu tremesse. Os olhos dele percorreram meu rosto, como se procurassem alguma mentira. Então, fez um gesto com a cabeça para os homens se afastarem. Ficamos apenas nós dois, cercados pelo barulho do morro. — Esse lugar não é seguro. — Ele falou baixo, mas cada palavra parecia pesar uma tonelada. — Gente de fora costuma se perder por aqui. — Eu não sou de fora. — Respondi mais rápido do que deveria. — Sou do asfalto, mas ainda é a mesma cidade. Ele riu, um riso rouco. — Do asfalto? Aqui é outro mundo, Beatriz. Quis responder, mas a coragem me abandonou. Em vez disso, dei um passo para trás. Só que ele avançou um, aproximando-se o suficiente para que eu sentisse o cheiro amadeirado do perfume, misturado com pólvora e cigarro. — Não precisa ter medo de mim. — Disse, quase sussurrando. — Só não gosto de surpresas. Era mentira. Eu tinha medo. Muito medo. Mas também havia algo dentro de mim que queimava, uma curiosidade proibida, como a chama que dança perto demais da gasolina. Alguém gritou o nome dele da laje. Um chamado urgente. Ele desviou o olhar, endurecendo o rosto. Voltou a ser o chefe, o homem de armas e ordens. Antes de se afastar, lançou-me um último olhar. — Cuida bem de onde pisa, Beatriz. Nesse morro, até o chão pode ser traiçoeiro. E então desapareceu entre os becos, carregando com ele a sensação de que eu tinha acabado de abrir uma porta que jamais conseguiria fechar. Continuei o caminho até a clínica, mas cada passo parecia ecoar com a presença dele. O coração batia rápido, a respiração irregular. Eu não deveria ter olhado. Não deveria ter respondido. Mas era tarde demais: Joel já tinha gravado seu nome em mim. Dentro da clínica, tentei focar no trabalho. Médicos correndo, enfermeiras organizando prontuários, pacientes aguardando na fila. O ambiente cheirava a álcool e desespero, mas também a esperança. Ainda assim, a imagem dele não saía da minha cabeça. Os olhos escuros, a voz grave, a sensação de perigo e fascínio. À noite, ao voltar para casa, fechei os olhos no ônibus e revivi a cena. Podia sentir o peso do olhar dele outra vez, como se estivesse ali, sentado ao meu lado. Algo em mim gritava que era errado, que eu deveria manter distância. Mas outra parte… queria mais. E assim começou. Um primeiro olhar. Um encontro marcado pelo acaso, mas guiado por algo que parecia destino. Eu não sabia quem ele realmente era. Não sabia que Joel era subchefe do Complexo, dono de medos e segredos que eu ainda iria descobrir. Tudo o que eu sabia é que, a partir daquele momento, nada na minha vida seria igual.

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