Capítulo 21 — Linha de corte

1559 Words

Joel Parlatório lotado tem um som próprio: respiração presa, cadeira raspando, chave batendo, esperança batendo mais alto. Levaram a gente em fila, dois a dois, corredor branco que dói na vista. Eu contei os oito passos do costume, mas cada passo hoje pesava mais. O rumor já tinha me alcançado de manhã: o emissário do Don rondava a entrada, olho de faca, esperando Beatriz como quem espera presa em açude. A mão quis virar pedra; eu deixei virar. Pedra segura ponte. — Anda, Joel — o agente do boné tocou meu ombro, impaciente. Eu não dei show. O show deles se alimenta do nosso descontrole. Sentei na cabine. O vidro à frente refletia um homem mais magro do que eu lembro ser, mas inteiro. Deitado, ontem à noite, eu prometi duas coisas incompatíveis e verdadeiras: proteger a visita, não vira

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD