Um buraco retangular na parede. E do outro lado a escuridão da noite. Era ali que devia estar o ar-condicionado, mas agora era apenas mais um lugar de entrada dos pernilongos. Natasha tinha marcas de picadas nas pernas, coçavam, e ela tinha que se erguer de lado para dar batidinhas sobre a pele, a fim de não virarem feridas infectadas por suas unhas. O pulso preso na corda à cama tornava o seu braço esquerdo inútil. Além dos pernilongos, havia outro incômodo pior ainda. O extremo calor. Não ventava, um arzinho sequer. Era tão-somente uma labareda invisível soprando o fogo dos infernos para dentro do quarto abafado. Vertia suor por todos os poros. Os cabelos grudados na testa, as pálpebras pesadas, sentia que definhava aos poucos, sumia numa poça d’água dos líquidos que o seu organismo per

