CAPITULO 2

978 Words
Foi um erro deixar Andy sair de Mystic Spring para Los Angeles, e eu soube disso no momento em que ele me disse que iria. — Melhores perspectivas de emprego lá. Disse ele. — Amigos meus prometeram me encontrar uma coisa boa. Uma boa para Andy significava um emprego que oferecesse um salário muito bom e não exigisse nenhuma qualificação universitária, já que ele não tinha nenhuma. Eu não era de discutir, porém, já que eu também não tinha, e trabalhar como ajudante de cozinha num restaurante com um salário mínimo não era algo que nós dois planejamos para o resto das nossas vidas. Andy queria estudar administração e, um dia, ter a sua própria grande corporação com centenas de funcionários e um escritório muito bacana com uma vista privilegiada, no alto do prédio. Eu, eu queria ensinar. — Você não terá mais que trabalhar essas longas horas de mer*da, Mia. Nós não teremos que nos preocupar com dinheiro. Você pode largar esse emprego patético e dizer adeus ao para o seu chefe babaca. — Trabalho patético? Murmurei baixinho enquanto olhava pela pequena janela à minha direita. — Chefe idi*ota. Eu abracei-me apertado enquanto olhava para a vista. Era lindo, com brilhantes dourados e azuis, e logo abaixo do avião, havia nuvens brancas e grossas ao longo do horizonte sem fim. Eu sempre quis ver esse cenário requintado de verdade, desde que o vi em uma revista de beleza que comprei numa livraria de segunda mão. Eu até tinha a foto colada no meu caderno de lugares que eu queria ir e coisas que eu queria fazer e realizar antes de morrer. Eu também queria estar num avião também. No momento, no entanto, ambos eram os mais distantes da minha mente. Em poucas horas, o avião pousaria e eu estaria em Los Angeles, Califórnia, um lugar que nunca tinha estado antes e nem queria visitar. Paris, Tóquio e Roma eram as cidades que eu queria desesperadamente ver. Não Los Angeles. Nunca Los Angeles. E o fato de eu não saber para onde estava indo ou o que estaria fazendo lá realmente me preocupou. Não, isso não era verdade. O que realmente me preocupava era que eu não saberia quem eu estaria enfrentando e como diabos eu estaria tirando Andy da sua bagunça. Durante as próximas horas penosamente lentas, permaneci paralisado, tomado pelo medo do desconhecido. Medo do que aconteceria com Andy se eu não pudesse ajudá-lo. -Andy. Eu murmurei. -Por que? Ele tinha sido um irmãozinho tão bom. Eu entendi que tinha sido difícil para ele desde a morte dos nossos pais, como tinha sido para mim. Compreendi que mer*da acontecia na vida de todo mundo, embora parecesse acontecer muito mais para nós. Mas tínhamos que continuar vivendo, não é? E Andy? Ele era apenas aquele crédulo, mais do que a pessoa mais crédula do planeta. Eu sabia disso, mas eu o deixei ir. Permitiu que os lobos o saboreassem, brincassem e dançassem com ele. E agora ele estava preso, e eu não sabia como poderia salvá-lo. No momento, eu sabia que estava avançando cegamente. Os lobos, esses empresários bilionários que não hesitavam em jogar sujo, eram com quem eu estaria lidando. -Maxwell. Eu disse o nome baixinho, um arrepio percorrendo a minha espinha. Até o próprio nome irradiava poder, e isso me assustou pra caramba. Tudo o que recebi foi um telefonema de Andy e depois um e-mail. Um e-mail ameaçador, de um homem simplesmente chamado J. Maxwell. Esse e-mail foi curto e direto ao ponto. Mesmo agora, eu me sentia um pouco tonta pensando nisso. Sra. Donovan, Gostaria de informar que o seu irmão, Andy Donovan, fez uma coisa muito imprudente. Ele e os seus amigos enganaram e perderam dois milhões de dólares meus em uma aposta. Ele está atualmente sob nossa proteção. A negociação entre nós é prudente, e aconselho urgentemente a marcar um encontro comigo. J. Maxwell O bastardo fez parecer que ele era a polícia com as palavras proteção e negociação. Mas, novamente, Andy e os seus supostos amigos haviam roubado milhões do bilionário, e agora era meu trabalho substitui-los. Mais uma vez, o número de zeros após esse dois fez a minha cabeça girar. Como diab*os eu deveria fornecer dois milhões de dólares? O avião pousou, e eu me encontrei passando por milhares de pessoas que eu não conhecia. Tentei passar por eles o mais rápido que pude, segurando a minha mochila perto de mim. Eu sabia que parecia um peixe fora d'água aqui, e aqueles que me encaravam com aquele olhar eram evidências disso. Eu não me importei. Eu tinha uma missão a cumprir, e o julgamento deles não iria me perturbar. Suspirei com um pequeno alívio quando estava do lado de fora, onde havia menos pessoas para encontrar. Estava quente. Tão quente que na verdade tive que tirar meu suéter. Eu sabia que tinha que pegar o ônibus para a cidade porque um táxi era muito caro, e eu não podia pagar por isso, com apenas trezentos dólares em dinheiro na minha carteira. Entrei no ônibus alguns minutos depois e, depois de pagar as minhas taxas, sentei-me num assento solitário, colocando a minha mochila no colo na minha frente. Eu guardei para mim durante toda a viagem. Quando o ônibus parou na cidade, peguei outro até Beverly Hills e depois outro mais longe. Isso levou-me mais uma hora, e no momento em que parou no final da rota, eu estava exausto e com sede. Na rua deserta repleta de grandes mansões que tanto me aterrorizavam quanto me espantavam, peguei o mapa do Google que havia impresso e olhei para o pedaço de papel branco e cuidadosamente dobrado. O brilho estava chegando aos meus olhos, então me movi, tentando encontrar um pouco de sombra. Meu dedo seguiu a linha de estradas no mapa enquanto eu murmurava para mim mesmo: -Onde estou?
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