EPISODIO 3

1295 Words
Uma buzina irritada, longa e alta soou à distância. Pneus chiaram contra o asfalto. Eu levantei a minha cabeça, e os meus olhos se arregalaram de pavor. O pânico tomou conta de mim no momento em que vi o carro vindo na minha direção. Reagi cambaleando para trás, bem a tempo, quando o veículo parou repentinamente a centímetros de mim. Eu caí de costas, o meu coração batendo alto e rápido. Eu ainda estava paralisada de medo quando a porta daquele carro caro se abriu. Sapatos pretos brilhantes pousaram na calçada, seguidos por calças pretas limpas. Eu assisti, de repente fascinado quando aquele par de sapatos veio na minha direção. Eles pararam bem na minha frente, como se esperassem pacientemente que eu levantasse a cabeça. E eu levantei. Os meus olhos lentamente foram para as calças compridas e depois para a cintura fina e a camisa azul-clara de aparência cara e a jaqueta escura, e então... A minha respiração foi interrompida no momento em que os meus olhos encontraram os dele. Nariz forte e aquilino, olhos profundos, maxilar proeminente e cabelos escuros. Esse era o tipo de rosto encontrado nas revistas de moda. Os modelos masculinos em anúncios de perfumes e ternos caros. O tipo que estava fora do meu alcance. O tipo rico e caro que toda garota babava e sonhava em namorar. Ele era do tipo que me assustava pra c*****o, e ele estava fazendo isso agora. Minha respiração ficou mais curta e rápida. Naquele momento, eu só queria correr. As minhas pernas, no entanto, pareciam ter ficado dormentes, e eu não conseguia ordenar que elas se movessem. O belo estranho piorou a minha condição ao se ajoelhar. Fiquei surpreso que ele realmente permitiu que aquelas calças caras e limpas tocassem a sujeira. Quando ele me encarou, eu engoli. Azul turquesa. A cor dos seus olhos. Escuro, mas brilhante, com uma sensação sinistra para eles. Um tom de azul que me fascinava desde criança. Era a sombra do céu que eu tinha visto quando abri meus olhos naquele dia, muitos anos atrás, o meu corpo inteiro doendo em agonia e os meus ossos quebrados. O som de sirenes e pessoas gritando, me perguntando se eu estava bem. Eu nunca estive bem. Eu estava morrendo de um acidente de carro. E eles me perguntaram, como se eu fosse uma criança de doze anos, se eu estava bem. Voltei a minha mente para o presente, para o homem na minha frente, e mordi o meu lábio seco. Eu sub conscientemente os lambi. Um erro. Os seus olhos azuis foram para os meus lábios e, de repente, todo o meu corpo reagiu de uma maneira que nunca havia reagido antes. Ele queimou com calor e uma sensação deliciosa percorreu o meu corpo, deixando-me quase sem fôlego. Eu estava tremendo mais ferozmente do que quando pensei que o carro ia me atropelar. O meu corpo inteiro tremeu sob o seu olhar, com as súbitas faíscas elétricas que carregaram e pulsaram entre nós. Ele estreitou os olhos contra o brilho do sol ou um sinal de conhecimento, eu não sabia qual. Quando ele sorriu para mim, um que tiraria o fôlego de qualquer garota, eu sabia que era o último. Ele era bonito demais para minha paz de espírito. Era um crime existir um homem assim. Ele era demais. — Você está bem? Ele perguntou, seu timbre de voz profundo. Um arrepio percorreu a minha espinha. Eu assenti timidamente e desejei que ele simplesmente se levantasse e fosse embora. Ele não o fez, o que me irritou e me agradou ao mesmo tempo. Naquele momento, eu não entendia os meus próprios sentimentos. Sim, eu queria que ele me deixasse em paz, mas, ao mesmo tempo, eu não queria que ele fosse. Ele surpreendeu-me envolvendo uma mão grande e forte sobre o meu braço. Eu estremeci com o toque, e o meu corpo inteiro entrou num frenesi de sensações, um turbilhão de calor. Ele puxou-me enquanto se levantava, e eu o segui sem pensar. A minha cabeça m*l alcançava os seus ombros largos e maciços. Engoli em seco enquanto olhava para sua camisa. — Não entre na estrada sem olhar se você não quer ser atropelado. Disse ele. Eu balancei a cabeça, ainda sem olhar para ele. "Obrigado", eu disse, dando um passo para trás. Senti a sua mão me soltando, o seu calor me deixando. Virei-me, peguei a minha mochila e dei-lhe um pequeno sorriso. Eu o vi inclinando a cabeça para um lado antes de se virar. Eu ainda estava tremendo quando alguns momentos depois vi o carro dele ir embora. James No momento em que Whitney e o seu novo namorado entraram no salão de baile, James Maxwell quis dar o fora de lá. As suas mãos fecharam-se quando a raiva ameaçou irromper à superfície, destruindo o seu exterior calmo. Tendo anos de experiência com controle emocional, ele imediatamente derrubou a fúria dentro dele com a força da lógica fria. Ficar chateado com ela não lhe traria nada além de energia desperdiçada em emoções inúteis. — O que diabos ela está fazendo aqui? Scott, o segundo irmão Maxwell, sibilou. — Eu pensei que ela estava em Roma. Ele estava olhando para a ex-mulher de James, vestida com esmero. Ela ainda era incrivelmente linda, James admite, mas essa beleza agora estava manchada nos seus olhos. — Como eu deveria saber? James disse calmamente. =Estamos divorciados. Eric, o irmão mais novo Maxwell, bufou. — A CAD*ela sabe como azedar a festa. — Você está bem, mano? Perguntou Scott. James assentiu. Deixar a festa agora não seria bom, e todos saberiam que era por causa de Whitney. Inferno, se ele deixaria alguém pensar isso. Essa aliança com os Worthingtons era importante demais para deixar que esse pequeno inconveniente destruísse a esperança de um contrato comercial entre as duas famílias poderosas. — O namorado parece tão jovem quanto aquele garoto Andy Donovan. Disse Eric. James desviou o olhar para o novo namorado. Eric estava certo. Ele parecia tão jovem, ingênuo e crédulo quanto Andy Donovan, o garoto que tinha sido abandonado por seus supostos amigos quando eles estupidamente enganaram e perderam os dois milhões de James em uma aposta. — Falando em Andy. Scott perguntou. — O que di*abos você fez com ele? — Tive uma boa conversa com ele. James disse friamente. Claro que os irmãos sabiam o que isso significava. — Ele está com Matt. -Mer*da! James. Eric disse incrédulo. — Por que diabos você deu o garoto para Matt? Ele vai fod*er o garoto. James não discordou disso. Matt Caine preferia homens como companheiros de cama, não que James pensasse que algo estava errado com isso. Afinal, ele era um dos seus melhores parceiros de negócios, bem como seu melhor amigo. Claro, Andy era apenas o tipo de Matt. Ele poderia dizer o momento em que o homem viu o menino. Faíscas! Engraçado como ele nunca, sentiu qualquer faísca com Whitney. — Ele gosta bastante do garoto. Disse James, dando de ombros. — Além disso, ofereci-lhe um emprego por enquanto, e Andy precisava desse emprego e um lugar para ficar. Matt vai cuidar dele. Ele não acrescentou o fato de que os homens de William estavam quentes atrás do menino. Andy foi uma importante testemunha ocular de um negócio que deu errado alguns meses atrás. Houve um pouco de tiroteio na rua e ataques, como de costume na sua parte do mundo, especialmente em Las Vegas, onde esse incidente em particular ocorreu. Claro, Andy estaria morto em poucas horas nas ruas, mesmo sob a proteção da polícia, se não fosse a experiência de Matt. Scott riu. Ele entendeu por que James estava de olho em Andy. — Você ainda quer esses dois milhões de volta, não é?
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