JR narrando
Depois de tanta treta, guerra, sangue e reviravolta, o silêncio bate diferente. Não é aquele silêncio que assusta, é o que alivia. Aquele que vem quando o corre acaba, quando o inimigo tá no chão e a responsa vira legado. Hoje… é esse silêncio que paira sobre mim.
Tô voltando pra Maré. Depois de tudo, depois de ver tanta gente indo, ficando, traindo, salvando… é hora de voltar pro lugar onde tudo começou. A favela que carrega minha história, que moldou minha essência, que me ensinou a ser homem no tapa, na dor e na lealdade.
Acabamos com os inimigos. Cada um dos maluco que tentou derrubar o que a gente construiu com sangue e suor tá agora debaixo da terra, ou longe demais pra causar qualquer ameaça. Hades e Tito tão firmes. O Alemão ta de pé. E eu… tô pronto pra minha vez.
É estranho pensar assim. Que depois de ser o braço direito, o soldado fiel, o que sempre tava pronto pra morrer, agora sou eu quem tem que sentar na cadeira, entender o que é liderar, herdar um território que já foi meu sonho… e meu pesadelo.
A festa tá rolando. Hades caso. Finalmente, né? Depois de tanta merda, o cara achou paz. E mais que isso… vai ser pai. De gêmeos, ainda por cima. Olho pra ele no canto, de mãos dadas com a Layla, aquela mulher braba que fez o coração do meu irmão se render. Eles tão sorrindo como se o mundo não tivesse mais maldade. Como se agora, sim, fosse possível respirar.
Me aproximo devagar, copo de whisky na mão e respeito no olhar.
— Parabéns, irmão — falo, batendo no peito dele de leve. — Pelo casório… e pelos herdeiros.
Ele me encara com aquele olhar firme que sempre teve, mas agora tem brilho. Paz.
— Valeu, JR. E parabéns pra tu também. Tua hora chegou.
Dou um sorriso de canto, meio sem jeito.
— Tu sabe que, se não fosse tu, eu nem tava aqui. Foi tu que me deu abrigo, me deu visão, me mostrou o caminho quando eu ainda era só um moleque cheio de raiva e sede de vingança. Tu foi mais que um irmão pra mim, Hades. Foi o exemplo.
Ele aperta meu ombro com força.
— O Alemão sempre vai ser tua casa, pivete. Nunca esquece disso. Mas agora, é tua vez de fazer história na Maré.
Assinto com respeito. A responsa é grande, mas eu tô pronto.
Me afasto e dou um gole no whisky, deixando o olhar passear pela festa. Tem gente sorrindo, dançando, vibrando. Pela primeira vez em muito tempo, a paz parece uma possibilidade real. E aí, eu vejo ela.
Lá no canto, de vestido florido, Sandrinha. A mina que me desarma com um olhar. A que tem o dom de arrancar sorrisos de mim mesmo quando o mundo tá desabando. Mas também é a mina que me deixa em conflito, porque… eu não tô pronto. Não pra me amarrar, não pra dar o que ela merece.
Hades me nota encarando e dá uma risada baixa.
— Vai lá, JR. A mina é tua. Não deixa passar.
Balanço a cabeça, rindo de canto.
— Ela é maneira, mas… cê sabe que eu sou quebrado demais pra isso.
Mesmo assim, meus pés me levam até ela. Quando dou por mim, tô parado ali na frente dela. Ela sorri. Aquele sorriso de quem já conhece minha alma.
— E aí, sumido?
— Sumido nada. Tava só te observando daqui.
Ela cruza os braços, o olhar brilhando.
— Tu sempre assim… observando. Mas nunca age.
Dou um passo mais perto.
— Talvez porque eu saiba que quem observa demais é porque sente demais… e eu sinto, Sandrinha. Só não sei lidar.
Ela suspira, desviando o olhar por um instante. A vibe muda. Fica mais pesada, mais séria.
— Preciso te falar uma coisa.
— Fala aí.
— Vou voltar pra Peruíbe.
A frase me acerta em cheio, mas tento manter a postura.
— Vai mesmo?
— Minha vó… foi diagnosticada com câncer. Não tem mais ninguém pra cuidar dela. E cê sabe que ela é tudo pra mim.
Engulo seco.
— Entendo. Cê tá fazendo o certo. Ela precisa de você.
— Eu também vou sentir falta daqui. Da quebrada, da vibe… de você.
Fico em silêncio por um instante, encarando os olhos dela.
— Tu é uma mina maneira, Sandrinha. Merece ser feliz. Onde for.
Ela sorri de leve, mas tem tristeza ali.
— Antes de ir… queria te pedir uma coisa.
— Pode falar.
Ela respira fundo, olha nos meus olhos sem desviar.
— Quero que tu seja o meu primeiro.
O copo quase escorrega da minha mão.
— Como é?
— Isso mesmo que tu ouviu. Eu quero que minha primeira vez seja com alguém que eu amo. Com você.
Fico mudo. Sem chão. Aquilo me pega de um jeito que nenhuma bala pegou antes. Sandrinha… me ama?
— Tu tem certeza disso?
Ela assente com a cabeça.
— Tenho. Não quero ir embora com arrependimento. Quero ir embora com você marcado em mim. Não só no coração… mas no corpo também.
Me aproximo, coração batendo acelerado.
— Tu me ama?
— Amo. Desde o primeiro olhar que tu me deu.
Eu sorrio. Não sei o que sinto. Medo? Desejo? Culpa? Tudo junto. Mas nesse momento, só uma coisa importa.
A beijo.
Beijo com tudo que eu tenho. Com toda vontade contida, com todo sentimento guardado. Ela se agarra em mim, e eu esqueço da festa, do som, das luzes. Pego na mão dela, e a tiro dali. Sem olhar pra trás.
Na rua, o ar da noite bate no rosto dela. A lua ilumina seu sorriso. A levo pra minha casa.
Ali, eu olho pra ela como nunca olhei pra ninguém.
— Tu tem certeza que é isso que tu quer?
— Tenho. E quero agora.
Nos beijamos de novo, mais intenso do que antes. Meus dedos passeiam pelo corpo dela devagar, como se cada toque fosse uma promessa muda. Ela treme… mas não de medo. Treme de entrega, de verdade.
— Sandrinha… me diz uma parada — murmuro, minha boca colada no pescoço dela. — Tu é virgem?
Ela fecha os olhos e assente, tímida.
— Sou…
— c*****o… — respiro fundo. — Quando tu fica assim, envergonhada, cê fica linda pra c*****o.
Ela ergue o rosto devagar, o olhar meio assustado, meio curioso. Eu estendo a mão, puxando ela de leve.
— Vem cá…
Ela dá um passo na minha direção, e eu olho pra ela como se fosse a primeira vez e talvez seja mesmo. Engraçado que nunca reparei nela como agora.
— É impressionante… Me diz aí… o que cê sabe fazer?
Ela ri nervosa, balança a cabeça.
— Eu… eu não sei nada.
— Nada, é? — pergunto, passando a mão com cuidado por cima da coxa dela, sentindo a pele quente. — Então vamo com calma. Hoje é tua primeira vez, e eu vou fazer desse momento o mais especial da tua vida.
Ela me olha assustada, mas tem desejo ali, escondido atrás da vergonha.
— Tudo bem… — sussurra.
Encosto minha boca no pescoço dela e sinto ela arrepiar inteira. Beijo devagar, explorando cada pedacinho da pele, sentindo o perfume doce que só ela tem. Minha língua escorrega até o colo, e ali, começo a beijar e morder de leve. Os s***s dela cabem certinho nas minhas mãos. Ela fecha os olhos, morde os lábios.
Enquanto chupo um dos s***s, minha outra mão vai descendo, buscando sua bucetinha que ela nunca deixou ninguém tocar. Quando encosto nela, sinto ela estremecer inteira.
— Nunca ninguém te tocou aqui, foi?
— Nunca… — diz num fio de voz, ela fecha os olhos eu a jogo na cama!
Abro as pernas dela devagar. Olho mais uma vez.
— Confia em mim?
Ela assente. Então me abaixo e começo a explorar com a boca. O gosto dela é puro, é único, é dela. Ela se contorce, geme baixo, tentando não se entregar totalmente, mas seu corpo fala por ela. Continuo ali, provocando, acariciando, até ela perder o controle.
Ela tenta se afastar, mas seguro firme.
— Relaxa, princesa… deixa eu cuidar de você.
E cuido. Até sentir o corpo dela estremecer forte, até ela gemer alto, até gozar pra mim como se tivesse confiado tudo que tem.
Quando termino, subo o corpo devagar e encaro ela nos olhos.
— Tu é incrível… — sussurro.
Tiro minha camisa, e ela me observa com atenção. Tô ali, nu diante dela, mas com o olhar fixo nos olhos da mina que confiou sua primeira vez a mim.
— Vai doer um pouco… mas eu vou devagar. Te prometo que vou te dar prazer também.
Ela morde os lábios e balança a cabeça.
— Tô com medo…
— Eu tô aqui… confia em mim.
Me posiciono devagar, colando nossos corpos. Quando começo a entrar, sinto a resistência. Ela geme, o corpo tensiona.
— Calma… vai dar certo. Relaxa.
Ela arranha minhas costas, tentando controlar a dor. Eu paro, beijo o rosto dela, o pescoço, e falo baixinho:
— Eu tô me segurando, Sandrinha… não quero machucar você.
Ela assente, os olhos cheios de brilho.
— Pode continuar…
Com delicadeza, vou indo mais fundo. Ela aperta os olhos, mas respira fundo. Quando tô todo dentro dela, percebo a lágrima escorrendo.
— Doeu?
— Um pouco…
— Já vai passar. Tô aqui. E agora vai começar a ficar bom, te prometo.
Começo a me mover devagar, sentindo o corpo dela se adaptar. Cada movimento meu. Aos poucos, o rosto dela muda, a expressão de dor dá lugar ao prazer. Ela geme, se entrega, me puxa mais pra perto.
— Tá bom assim? — pergunto, ofegante.
— Tá… vai mais rápido…
Obedeço. Me perco nela. No calor, no cheiro, no toque. Ela segura minha nuca, me beija com fome, e quando os nossos corpos se encontram no ritmo certo, tudo explode.
— JR… acho que vou… — ela sussurra.
— Goza comigo, Sandrinha… goza junto comigo, princesa.
E a gente goza. Junto. De verdade.
Depois, ela deita no meu peito, o coração ainda acelerado, o corpo suado.
Ficamos em silêncio, só ouvindo nossos corações batendo.
— Obrigada — ela sussurra, com a voz fraquinha.
Passo a mão no cabelo dela, beijando o topo da cabeça.
— Eu que agradeço… tu é especial pra c*****o, Sandrinha. E essa noite vai ficar marcada em mim.
Ela sorri contra meu peito, e eu respiro fundo.
Mesmo que amanhã ela vá embora… hoje ela é minha.