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2936 Words
— De novo atrasado, Angus? — indaga Hector, no momento que entro na sala. Ele solta a caneta em cima dos papéis e ergue-se da cadeira. Todo mundo está me encarando e, alguns poucos, fingem estar com a atenção na lousa, mas com certeza estão esperando ansiosos pela minha advertência. — Desculpa — digo. Hector vem caminhando na minha direção. Seus cabelos ruivos estão em cachos perfeitos, ele transpira um perfume agoniantemente provocante e as sardas nas bochechas estão ainda mais nítidas que antes. Sua face está assustadora, ou eu estou assustado demais? Maldito j**k, se não tivesse ficado conversando com ele na escadaria não estaria acontecendo isso. — Continuem fazendo as atividades, vou falar com o sr. Wesler e volto em breve — declara e coloca a mão no meu ombro, guiando-me para fora da sala. Quando fecha a porta, continua a me mover, mas dessa vez pelo corredor até entrarmos em uma das salas de aula desocupadas. Ele não deveria me levar para a diretoria? Sinto um ligeiro arrepio no centro das costas. — Ok, Angus. Esse atraso é por você estar se encontrando com o Tanner? Não é? Resposta rápida. Resposta rápida. Resposta rápida. Não tinha resposta rápida, só consegui pensar em algo mixuruca para tirar a atenção dele da pergunta. — Não, eu estou ajudando a minha amiga. Ela... — fixo o olhar no chão, mas seguidamente, volto o olhar para ele — acha que está grávida. Seus olhos azuis passam a refletir as janelas da sala, seus lábios se mantêm apertados e sérios. — A Heather? — aproximo com a pergunta. — Não, Alice Kayller — ele deixa de apertar os lábios e fica sem reação por poucos instantes até notar meu sorriso de desdém. — Estou brincando, professor. Hector vira o rosto, afastando-se e encostando as costas na lousa. — Isso não é engraçado, Angus — o sol reflete uma única vez em um lado de seu rosto, quando balança severamente a cabeça. — Irá me responder? Esses atrasos é por causa do Tanner? Estou certo? Não tenho como mentir. — Sim, é por causa do j**k. — Bom, eu não irei te dar uma advertência dessa vez, mas da próxima… — Da próxima eu te chupo e está resolvido, não é? — Angus! Eu exijo respeito! — ele começa a ficar com o rosto vermelho. Encaro o teto e mordo os lábios com esperança dele me liberar o quanto antes. Porém, apenas ficamos em um silêncio tão estranho que consigo ouvir as trocas de canetas e conversas das salas ao lado. — Como estava falando, da próxima vez haverá advertência e você não poderá ir a passeios do internato ou circular pelo prédio quando não estiver em aula. — Eu entendi, posso ir? — Não — a resposta sai em imediato, Hector ergue os olhos de modo sombrio e começa a se aproximar. Aos poucos, ele vem ficando mais perto. Seus sapatos de couro marrom emitem sons pesados que de alguma forma me deixam assustado. Não gosto quando ele parece irritado. Lembra-me de alguma forma do meu pai. Passo a me afastar na medida que ele chega mais perto até acabar batendo com a cintura contra uma mesa. Mesmo tendo vinte e quatro anos, Hector conseguia ter a personalidade de um adolescente mimado quando eu não cumpria com o que ele queria. Com ele quase em cima de mim, fico desviando o olhar para todos os lados possíveis da sala. Sua respiração está pesada e batendo contra minha face com frescor de café misturado com álcool. Eu odeio tanto café como odeio álcool. É o cheiro de Rum River. O álcool mais barato e fácil de ficar alcoolizado. — Eu sinto tanta sua falta, Angus — diz suavemente, levando uma mão ao meu rosto. Seu polegar passa pelo meu lábio inferior e sinto os malditos formigamentos, desta vez misturados com medo. — Acho que a Alice sente mais — tiro sua mão do meu rosto e afasto seu corpo educadamente. Hector fica incomodado, mas eu fico aliviado pelo seu odor ter se distanciado. — Eu só estive uma vez com Alice. — Uma? Está mentindo de novo, sr. Bake. — Não, não estou. Estive com ela antes de você — insiste, dando um passo para frente. — Eu gosto muito de você. Eu realmente não consigo parar de pensar em você. Acha mesmo que iria te trair? — Não sei, não confio em você — admito. Talvez no começo tenha confiado, porém, não consigo mais. — Eu posso parecer estranho e sem coração, mas não sou. Tentei me afastar de você, só que não estou conseguindo. — Não está conseguindo? — Sim — ele sorri. Ergo os olhos e mordo o lábio inferior do jeito mais perverso que conseguia. — Mas não importa mais — digo casualmente como se estivesse comentando sobre o tempo. Hector fica confuso e posteriormente levanta as sobrancelhas. — Como não importa? — Só não importa mais. Agora posso ir? — Claro que não pode! — seu rosto volta a ficar vermelho e seus olhos passam a quase me agredir. Acho que deixei ele irritado. De mais. — Você está realmente transando com aquele garoto i****a? — questiona completamente revoltado, trazendo o corpo para mais perto. Seu peitoral não para de se mexer e o cheiro do hálito está mais forte. Eu não consigo sair dos olhos dele. Estou sufocado. Sufocado e com pavor. — Ele soca mais gostoso que eu? É? — Qualquer um soca mais gostoso que você. — Dúvido. Será que ele consegue fazer aquilo? — Eu só finjo. — Finge, não parece, Angus. Agora me responda, está transando com ele? — Não, somos apenas amigos — a minha resposta saiu trêmula. Não resisto e me sento na mesa para conseguir me afastar dele. Mas isso não impede que ele se aproxime mais e segure minha perna. — Agora, eu acho que você está mentindo — Hector envolve a minha perna na cintura e pressiona a coxa de um jeito que me faz contorcer de dor sobre a mesa. — Eu beijei ele algumas vezes, mas nunca chegamos a t*****r — assumo, porém, não se convence e aperta mais minha coxa, deixando ela atordoadamente dolorosa. Sinto o p*u dele começar a crescer entre minha virilha e não consigo me sentir e******o, apenas apavorado. Para piorar minha preocupação começa a alertar que a porta está aberta e qualquer um poderia nos ver. — Nunca chegaram? — ele repete segundos depois. — Nunca… — Hector abre um sorriso, e leva sua boca à minha. Fazia tanto tempo que não sentia seu gosto, que estava intrigado com o sabor de café e Rum. Como se fosse algo novo. Talvez o Rum fosse, porém, o sabor é pior do que o do café. Daria qualquer coisa para estar beijando j**k com gosto de canela. Os fios da barba de Hector começam a fornicarem de um jeito tão incômodo no meu queixo que sinto vontade de me afastar. No entanto, não pude fazer isso quando Hector já estava quase me engolindo. A mão dele começa a subir pela minha coxa e entrar por baixo do short. Não, não, não. Tem uma sala cheia só a alguns metros. Porém, a mão dele já começava entrar no tecido da minha cueca e cada vez mais perto da minha virilha. E o horror de sermos pegos começa a aumentar mil vezes. Sua mão consegue agarrar meu p*u e tenta fazê-lo endurecer. No entanto, acabo por não ser capaz de continuar com os olhos fechados e rapidamente empurro Hector. Ele cambaleia pela sala desajeitado e perdido com o que acabei de fazer. — O que houve? — pergunta passando as costas da mão pelos lábios úmidos. — Não quero ser pego… quer dizer, não queremos ser pegos. Ajeito minha cueca por dentro do short e depois arrumo o short. Deixando ele certo na cintura. Hector me olha, enfia as mãos na calça e tenta arrumar a marcação do p*u. — Viu como você me deixa? — Pode me liberar agora? — questiono logo que tira as mãos da calça. Ele apenas assenti com a cabeça. Retiro-me da sala para o corredor, sinto a corrente de ar aliviar o calor e o pavor. Encosto as costas na parede suspirando profundamente. Hector conseguiu poupar meu trabalho de correr atrás dele, agora não teria que ficar investindo. Durante o restante da aula de literatura, Hector não parou de me observar. Parecia uma constante câmera que movia os olhos a cada movimento que fazia. Incômodo. Um dos alunos ao meu lado passou a notar os olhares dele, fazendo com que Hector desviasse o rosto, mas isso não o desmotivou e continuou me observando pouco tempo depois. Estava começando a desconfiar que Hector queria deixar os alunos suspeitarem de algo entre a gente. Coisas como essas jamais aconteceriam se Hector estivesse sóbrio. Ele volta a sorrir para mim de relance, está a apenas uma carteira de distância, seu corpo está apoiado na mesa do professor, esperando os alunos entregarem o restante das atividades. A minha atividade já está pronta, porém, queria ficar enrolando até o final da aula para ficar apenas nós dois na sala. Parece uma grande idiotice para quem estava com medo de ser pego só há alguns minutos atrás. As coisas no internato passaram a ser mais difíceis depois do acontecimento com a garota que tentou fugir e ficou com a barriga perfurada nas grades do muro, pelo menos ela sobreviveu, mas agora passa o dia sendo vigiada. E isso só piorou o número de monitores que, aliás, aumentou consideravelmente. Aos poucos os alunos vão saindo um a um ao entregarem as atividades. Quando só restam poucas na sala, mordo os lábios e levo os olhos para Hector. Provocando-o. Por um instante, ele parece esquecer que ainda estamos na sala ao me olhar do mesmo jeito que olha quando estamos transando. — Está terminando, Angus? — pergunta. — Sim, não falta muito. Ele balança a cabeça e se afasta para a mesa de outro aluno com um sorriso no rosto. Poucos minutos depois, só havia restado eu e ele. Eu ainda fingia estar escrevendo alguma coisa, mas não estava escrevendo nada. Começo a guardar minhas coisas dentro da bolsa e logo me ergo e ando à sua mesa. Hector também se ergue quando vou me aproximando. Ele organiza os papéis sobre a mesa e, espontaneamente, sorri atraentemente. — Terminou? — pergunta outra vez retirando os óculos e colocando dentro do bolso. — É, parece que sim — entrego à folha a ele. — Bem… — diz com a minha folha na mão. — Você foi muito bem — ele passa os olhos rapidamente pelas palavras. Por um momento para de ler e me olha. — Você só errou no nome da cidade europeia, mas foi muito bem. Forço um sorriso. — Se quiser, posso te ajudar depois. — Não precisa. — Sério? — Sim. Ele passa a língua ao redor dos lábios e coloca minha folha junto as outras. Antes de virar para deixar a sala, chego um pouco mais perto. Porém, quando vou beijá-lo, Hector já me puxa agressivamente levando as mãos ao meu cabelo e enfiando a língua na minha boca. Sentando na mesa, ele envolve as pernas no meu corpo e com a outra mão aperta minha cintura excitantemente. Não resisto e acabo cedendo. Seus dentes mordem meus lábios e sinto um suave gosto de sangue que me deixa alucinado. Seguro seu rosto e começo a guiar o beijo calmamente quando consigo aquietá-lo. Sua saliva ainda está com gosto de álcool, mas o beijo parece estar mais resistente que anteriormente. Sua mão continua pressionando minha b***a e, em seguida, a subir pelas minhas costas sem nenhuma cautela. Não demora muito para ele pegar meus cabelos e me prender mais rigidamente contra o corpo. Deslizo uma mão pelo seu peito ao mesmo tempo que sua língua entra na minha boca e sua mão continua agarrando meus cabelos. Deveria estar preocupado com algo, mas não estou. Nem Hector está, talvez por estar bêbado. — Hector? — ao ouvir a voz, afastamos um do outro assustados. Acabo sendo surpreendido por uma asiática um pouco mais alta que eu, de cabelos vermelhos e um olhar traiçoeiro. — Alice? — Hector pronuncia meio zonzo. Eu arrumo o meu uniforme no corpo desviando o olhar para o lado. Após desamassar a camiseta, direciono o rosto para Hector, que está surpreso e perdido. Olho seguidamente para a garota que me manda um olhar ameaçador. Só com esse olhar, consigo ter coragem para sair rapidamente da sala sem contestar nada. Do lado de fora, parei de andar no meio do corredor e voltei alguns passos até a porta. Fui i****a demais em beijar Hector na sala de aula. Poderia ter sido pior. Sinto as mãos começarem a tremer e tento controlá-las desesperado. Suor passa a nascer nas costas igual o meu desespero. i****a demais. Ouço de fundo a voz de Alice e tento outra vez parar de tremer as mãos às fechando em um punho. Hector havia dito que não tinha mais nada com ela. Mentiroso. Por que não fico mais surpreso com essas mentiras? Sorte que pelo menos foi ela, poderia ter sido algum outro aluno ou bem pior, um monitor. — O que faz aqui, Alice? — diz Hector. Aproximo um pouco o rosto da porta, mas tentando não ficar visível. — Eu vim falar com você, mas parece que estava ocupado se divertindo — uma voz suave e autoritária ecoa. — E o que veio falar? — Eu vim justamente para saber como ficamos? Ou pensa que sou uma qualquer? — Não, Alice. Não acho que você é “uma qualquer”. Só acho que havia ficado claro que não teríamos nada — aperto os lábios e chego mais perto. Escuto o peso das folhas da prova baterem na mesa e depois tinidos da maleta de Hector. — Não parece, você só me ignora e sempre que tento falar me corta. Isso é ser tratada como uma qualquer, não é, Hector? — Me chame de Sr. Bake, sra. Kayller. A sala fica silenciosa por um momento, porém, logo ouço novamente o tinido da maleta de Hector. — Pelo visto você achou algo mais interessante. Não é? Parece que sim. Estar surpreso com algo vindo de Hector já parou de ser minimamente chocante. Se tivesse outras opções de professores poderia ficar arrependido de ter o escolhido, mas minhas opções eram bem restritas. Só havia o Sr. Clester, de filosofia, que estava longe de ser uma delas, já que tinha quase 68 anos, mas também tinha o Sr. Jorryr, de francês, que era certinho demais, bem menos. — Alice… acho que já deixei claro — Hector sussurra, mas não baixo o suficiente para que eu não pudesse ouvir. Tento me distanciar lentamente da porta, mas minha curiosidade de ouvir o restante da conversa não deixa. — Tudo bem, logo irá enjoar dele e voltar para mim — conclui ela, logo escuto os passos e tento sair o mais rápido de perto da porta, porém, Alice surge na minha frente em segundos. — Ah, você? — Alice diz quase como um canto, abaixando os olhos e os levantando novamente até chegar ao meu rosto. — Um conselho, fique longe de Hector. Não irá querer se envolver comigo. Ele pode dizer que não temos mais nada, mas sempre volta. Iremos casar quando eu sair daqui. Então… — Alice retira uma mecha de cabelo da minha testa: — fique longe dele. Ela esbarra o ombro em mim e segue sem o menor temor. Coloca as mãos nos bolsos da saia e desliza delicadamente pelo corredor com os tênis. Que bom, as coisas ficaram um pouco mais complicadas agora. Se Hector pelo menos controlasse esse p*u seria mais fácil. — Angus? — Hector me chama ao me ver ainda parado no corredor. — Vai se f***r Hector — por fim, dou as costas. ____∞____ “Professor…” Ouço-o suplicar. Sua cabeça ainda se encontra erguida, sem poder achar meus olhos, porém já consigo saber o que ele está implorando. Seu orifício começa a se restringir aos meus dedos, pressionando mais e mais eles. Isso só consegue excitar absurdamente meu p*u, que já está quase explodindo de tanto pulsar sem ao menos eu tocá-lo. “Quero f***r você,” pronunciei, cobrindo seu p*u mais uma vez com os lábios. “Vai me f***r bem devagar?” Pergunta em sussurro com as pálpebras semi fechadas e soltando outro grunhido ao fim da frase. Para concordar, sugo sua glande e seu corpo todo se retrai. De um jeito ágil, solto seu p*u e olho para cima. “Vou rasgar você.” Ergo-me posteriormente. Entramos no banheiro e Angus liga as luzes. É um banheiro minúsculo, tem uma pia com um armário e uma parede de azulejos cinza envolta do box que o separa do restante do banheiro. “Onde colocam as camisinhas?” Questiono a ele ao tempo que me aproximo da pia. Angus já ligou o chuveiro e já se encontra de costas para mim enquanto se esfrega apenas com água. “Não precisa usar se não quiser. Não tenho doença,” Ele se vira para mim, a água percorre pelo seu rosto, passando pelo abdômen e atingindo seu p*u ereto. Rodeio os lábios com a língua, mas afasto instantaneamente a tentação de seu corpo e carrego o olhar para o seu rosto. “Não estou preocupado em você passar algo para mim. Estou preocupado em eu passar algo para você.”
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