Capítulo 3
Alicia williams
Muitas coisas acontecem sem que nem ao menos percebermos, tudo estava me dizendo que era pra ficar longe de tudo e todos, mas respirar fundo e achar que estava ficando louca foi a pior decisão que tomei em toda minha vida.
Era noite, uma noite conturbada, o céu estava muito escuro, a luz da lua estava fraca e as estrelas não apareciam, olhando pela janela conseguia vê o vendo balançando as folhas das árvores, o clima estava pesado, com a toalha envolta do meu corpo vou em direção ao banheiro, a água molha todo meu corpo fazendo meus pelos corporais arrepiarem, sinto o cheiro suave do sabonete em meu corpo, sinto a água escorrer em meu coro cabeludo, meus cabelos se acalmam com a água quente, assim que termino volto a enrolar meu corpo na toalha e então faço o mesmo com meu cabelo.
— Rosa ou verde esmeralda? — Me pergunto enquanto olho para meus vestidos, ambos em cima da cama.
Caminho até minha penteadeira e começo a maquiagem, preparo a pele e logo estou pronta, um batom marrom bem fraco desenhando minha boca e pra fechar com chave de ouro um gloss, pego meu hidratante e passo em todo meu corpo, aquele perfume era delicioso, cheiro de rosas exalava, olho mais uma vez para minha cama e decido vestir o verde esmeralda afinal queria algo que combinasse com meus olhos, sim, aquele vestido realçou a cor dos meus olhos, um modelo ombro a ombro, atrás com casacos para fechar bem o corselete e a saia acima do joelho rodada, nos pés coloquei um salto, no meu cabelo fiz um r**o de cavalo bem alto e no longo das pontas fiz babyliss.
— Acho que estou pronta. — Falei olhando meu reflexo no espelho.
Respiro fundo e dou um pequeno sorriso, estava indo pela primeira vez a uma festa na casa de um amigo da faculdade, talvez era pra ser algo b***a mas, para mim era algo novo, dou passos pequenos até a janela do meu quarto, olho mais uma vez para o céu, ouço um canto lindo da coruja, dou outro sorriso e vou em direção a porta do meu quarto, assim que pego minha bolsa com a mão esquerda pego na maçaneta da porta e a abro, desço as escadas muito feliz.
— Nossa minha filha! Você está linda meu amor. — Ouço a voz do papai e logo corro para abraçá-lo.
— Estou tão feliz papai, finalmente vou ter amigos. — falei dando outro abraço bem apertado.
— Você é perfeita minha filha! — Papai falou enquanto fazia com quê eu desse uma volta completa.
Ouço uma música tocar, olho para o lado e vejo a mamãe ligando o som da nossa casa, ela estava sorridente.
— Minha pequena aceita dançar com seu velho? — o papai perguntou assim como fazia desde quando era uma pixotinha.
— Claro que sim! — falei pegando em sua mão, com a música Naked - James Arthur dançamos suavemente, o papai era um bom dançarino, a mamãe nos olhava como se quisesse curtir aquele momento ao máximo.
Aquela dança estava suave em meu coração, em minha memória várias lembranças, momentos felizes passavam em minha cabeça, era como se todo o universo quisesse me lembrar que eu já fui muito feliz, o universo queria me mostrar o quão maravilhosa era minha família.
Logo o papai me solta e pedi para dançar com a mamãe, meus pais não eram apenas um casal, eles eram O Casal, eles se conheceram na faculdade, ele era o grande jogador de basquete e ela uma garota zoada por todos, o papai nem sempre deu bola para a mamãe, mas mesmo assim ela não desistiu e em um baile os dois dançando e conversando começaram a se apaixonar, era lindo vê o quão amáveis eles eram um com o outro, enquanto eles dançavam via como era lindo o amor deles dois e era aquilo que queria pra mim, alguém que me amasse de verdade e que não me deixasse por nada.
— O prêmio de casal perfeito vai para vocês! Amo vocês. — Falei abraçando os dois ao mesmo tempo. — Preciso ir, me desejem sorte por favor! — Falei olhando para os dois e então nos abraçamos outra vez.
— Não se preocupe filha, você vai conseguir, você é perfeita meu amor. — o papai falou olhando em meus olhos.
— Você tá linda filha e tudo vai dar certo você vai vê! — a mamãe falou enquanto dava mais uma ajeitada no meu vestido.
Muito confiante pego um Uber e vou para a festa, assim que chegamos em frente o barulho era grande, as luzes piscavam mudando as cores, haviam pessoas bebendo e dançando em todo lugar, assim que entro vejo que todos estavam alcoolizados já.
— Seja bem vinda e fique a vontade Alicia. — O dono da festa falou exalando seu hálito alcoólico.
— Obrigada. — Falei dando um pequeno sorriso.
— Bem! Gente! Vamos fazer uma brincadeira? Quero todos aqui envolta dessa mesa. — todos se reuniram para ouvir o que o Gabriel tinha a dizer. — Já que a Alicia chegou vamos fazer uma brincadeira para recebermos ela. — Todos começou a gritar apoiando a tal brincadeira.
— Que brincadeira Gabriel? — Perguntei dando um sorriso desconfiado e mostrando que estava desconfortável.
— Bem... a brincadeira é o seguinte, vamos fazer uma roda e você vai ficar no meio da roda, eu vou começar a derramar bebida em sua boca e você tem que beber tudo sem desistir, se desistir vai ter que pular na piscina nua. — Quando o Gabriel falou me senti mau com aquela brincadeira.
— Não! Eu não quero brincar, eu... — Estava sem nem saber o que falar, me sentia mau com aquilo tudo mas mesmo assim fui puxada até o meio da roda, algumas pessoas seguraram minhas pernas e outras meus braços.
Me sentia mau, tentava me soltar mas todos ali estavam alcoolizados, eles não me soltavam por nada, mesmo gritando e pedindo para me soltarem.
— Deixa de ser i****a, é apenas uma brincadeira, ninguém vai te fazer nada. — Gabriel falou enquanto pegava a bebida.
Senti uma pessoa abrindo minha boca a força e logo senti a bebida em minha garganta, comecei a me sufocar com a bebida, mas mesmo assim o Gabriel não parava de derramar em minha boca, minha garganta estava ardendo, tentava me soltar dali mas não conseguia, quando fui solta me levantei rápido e me sentir tonta.
Todos riam de mim, logo senti um abraço por trás, estava me sentindo tonta demais, minha cabeça estava girando, as pessoas riam olhando pra mim.
— Me solta por favor. — tentei falar enquanto sentia meu corpo perder o equilíbrio.
— Você não tá bem. — uma voz soou aos meus ouvidos, senti meu corpo fraco e então a escuridão tomar conta dos meus olhos.
Nunca confie em alguém, nunca faça de tudo para se encaixar em um lugar que não te cabe, não se diminua para caber no mundo de ninguém, uns te farão se sentir inútil e outros mereceram sua amizade.