Capítulo 4
Alicia Williams
A luz do sol estava raiando, era a hora de levantar, o alarme toca, mas dessa vez não estava disposta, sentia algo de errado, meu corpo doía muito, estava um pouco assustada porque não lembrava de nada da noite passada, levantei um pouco sonolenta, minha cabeça começou a doer muito.
Arrumo minha cama mesmo com a cabeça latejando de dor, vou até o banheiro e tiro toda minha roupa, assim que ligo o chuveiro começo a sentir o cheiro bom da água, mas assim que sinto a água tocar meu corpo sinto dor, minhas costas doíam muito como se estivesse toda rasgada.
— Talvez me machuquei ontem. — Falei baixo enquanto sentia a dor insuportável.
Quando por fim começo a lavar meu rosto sinto dores também, meu rosto também estava machucado, minha parte intima ardia feito fogo, respiro fundo enquanto desligo o chuveiro.
— Mais uma vez não lembro de nada do dia anterior? — Falo para mim mesma enquanto enrolo a toalha ao redor do meu corpo.
Caminho até o espelho e por fim vejo todos machucados do meu corpo, eram machucados feios e muito profundos, como isso aconteceu? Não lembrava de nada.
— Como vou explicar isso? — Me perguntei enquanto tentava maquiar meu rosto.
Vestir uma calça e uma blusa de manga longa com gola alta para conseguir tapar todos machucados, mas doía bastante, como isso aconteceu? Será que teria acontecido alguma briga? Reviro os olhos e olho mais uma vez no espelho para ter certeza que tudo estava ok.
— Bom dia Alicia! Como foi a festa ontem? — Ouvi a voz da mamãe o que me fez um grande susto já que estava tentando sair sem que ela percebesse.
— Festa? Ham... foi ótima mamãe. — Respondi tentando me lembrar.
Tinha ido a uma festa? Como eu fui a uma festa e não lembro de mais nada? Será que bebi demais? Talvez foi assim que arrumei esses machucados.
— Você chegou ontem que nem vimos, achei até que tinha ido dormir na casa da sua amiga.
— Bem, não quis te acordar mamãe. — Falei pegando uma maçã e logo depois saindo, estava um pouco atrasada precisava chegar logo na faculdade.
Assim que chego na faculdade percebo que todos estavam de ressaca, Gabriel estava com uma cara péssima, todos eles reclamavam de dores de cabeça, talvez fosse por isso que ele não tinha ido tão estiloso para a faculdade, pela primeira vez o Gabriel estava simples.
— Bom dia! Abram o livros de vocês na página 350. — Theo chegou, sua voz era grosseira e um pouco rouca, a sua voz me trazia algo tão bom, como se o conhecesse antes.
Theodore Davis era seu nome, pelo que sei ele é um grande advogado de sucesso, sua voz era tão sedutora como se já tivesse ouvido antes, sentia ele olhar para mim a todo momento, mas quando o olhava o mesmo desfasava, será que estava ficando louca?
— Alicia! Posso falar um instante com você? — Ouvi sua voz pronunciar meu nome e isso me fazia arrepiar, como uma voz poderia provocar tantas coisas?
Todos saíram da sala, eles queriam ir conversar e falar sobre a festa talvez, mas sentia uma sensação estranha, como se ficar frente a frente com o Theo fosse algo importante para mim, olhar em seus olhos me deixava paralisada.
— Estou aqui professor! — Falei me aproximando.
Theo deu um sorriso de lado e logo passou a mão no cabelo, parecia está um pouco desconfortável.
— Como consegui? Eu não aguento mais. — Theo falou ficando de costas para mim.
— Como assim? Não aguenta o quê? — Perguntei sem entender nada, então ele olhou em meus olhos e pediu para que me retirasse da sala.
Seu rosto estava vermelho, seus olhos dançavam ao olhar os meus, meu corpo sentia algo diferente ali, era como se estivéssemos conectados de alguma forma.
Assim que sair logo ouvi o som de coisas caindo no chão, virei e olhei pela porta, Theodore tinha derrubado as coisas de sua mesa, ele estava com muita raiva.
— O quê ele quis dizer com isso? — Me perguntei baixinho enquanto olhava ele pegando todos os livros de volta, parecia que estava tentando se controlar e não conseguia.
Começo a me afastar da porta, caminhando pelos corredores percebo que todos estavam olhando algo no celular, era algo muito engraçado pois todos riam muito, logo o meu celular bipa, abro a mochila e pego ele para vê o que havia chegado para mim, era um vídeo.
Fecho os olhos desacreditada, não poderia ser verdade, talvez aquilo tudo fosse um pesadelo por isso não lembrava de nada, quando abro os olhos todos estavam rindo de mim, me senti tão m*l.
— Você ficou tri louca em Alicia! — Todos riam de mim, todos da faculdade tinha acesso aquele vídeo, todos tinham visto e todos começaram a brincar com minha cara.
— Gente por favor não... — Fui interrompida quando sentir um leve tapa em minha b***a.
— Você é muito gostosa Alicia. — Um garoto de outra sala falou mordendo os lábios pra mim.
Meu mundo estava virando de cabeça para baixo? Como isso estava acontecendo? Eu não lembrava de nada, como vou explicar isso aos meus pais, minha carreira estava arruinada, minha vida estava arruinada.
— Você tem uma bundinha linda em... — Gabriel falou me olhando de cima a baixo.
Como se sentir nesse momento? O que outra pessoa faria no meu lugar? Fecho os olhos e coloco as mãos no ouvido enquanto cento no chão, meus olhos estavam chorando assim como meu coração, quem poderia ter feito isso comigo? Meu coração estava acelerado, sentia uma decepção enorme de mim mesma, como pude fazer isso? Doía tanto tudo aquilo, me sentia sem chão, tudo para mim tinha acabado ali, minha reputação foi por água a baixo, sentia meu rosto queimar, meu corpo estremecia, minha respiração estava alterada por conta do choro, mas todos ainda estavam rindo de mim, logo ouço outro bipe do meu celular.
" Gostou da surpresa? Você não é nada sem mim Alicia, Espero que repare seu erro e volte correndo para meus pés" Carlos
Quando li aquela mensagem tudo fazia sentido, ele não me deixava em paz, o Carlos sempre queria me enganar e comandar minha vida, era como se tudo que fosse a meu respeito tivesse que girar em torno dele.
Fecho meus olhos chorando, sentia uma dor enorme no meu coração, minha mente estava bagunçada, começo a ter flex de lembranças, começo a me ouvir gritar, Carlos me batia muito,pedia socorro mas ninguém me ajudava.
Começo a me perturbar com aquelas lembranças que apareciam embaraçadas, abro os olhos e vejo todos rindo de mim, levanto s*******o do que estava fazendo e começo a correr tentando encontrar a saída, mas só conseguia vê pessoas rindo de mim, minha mente estava perturbada, não conseguia me concentrar queria apenas sair dali, queria apenas deitar na minha cama e fingir que tudo isso não passou de um pesadelo.
Começo a vê tudo turvo, mas mesmo assim não paro de correr, como poderia sair dali? Minhas lágrimas molhavam constantemente meu rosto me dizendo que não estava nada bem, até que correndo sem destino consigo sair.
— Aliciaaaaaaaaaaa! — O que ouvir foi um grito e uma buzina alta, meu corpo foi jogado a dois metros do carro.
— Não se mexi! — Sua voz me trouxe paz e então senti meus olhos cansados fecharem.