Capitulo 5
Theodore Davis
Tem decisões em nossas vidas que quando tomadas viram um completo erro, não estava conseguindo me manter quieto, ela me trata igual um completo desconhecido, será que fui apenas mais um? Não, não tem como, ela parecia tão sincera, parecia tão meiga.
Minha cabeça estava uma loucura, olho pela janela e percebo o quão lindo estava o dia.
— O quê ela estará fazendo? — balanço a cabeça quando percebo que falei alto demais.
Precisava parar de pensar nela, precisava de parar de sonhar com aquela noite, "foi simplesmente uma noite como uma qualquer" era o que queria acreditar, mas as armadilhas da vida estava presa a mim como um urso preso em uma jaula.
— Está muito pensativo irmãozinho. — Lúcia interrompe meus pensamentos era comum, a loirinha de olhos cor de jambo era acostumada a não me deixar quieto.
— Não era pra você está no colégio? — Pergunto enquanto a entrego uma maçã verde.
— Estou um pouco indisposta hoje. — Lúcia fala com um tom irônico, o que ela não queria mesmo era ir ao colégio, Lúcia poderia ser irmã de um advogado de prestígio e sucesso, mas não queria fazer faculdade, ela amava sair por aí com uma câmera fotográfica antiga.
— Arrume disposição ou não irá ao passeio.
— Você fala como se eu tivesse apenas cinco anos Theo! Eu já sou adulta, quero minha liberdade! — Lúcia murmurava enquanto subia as escadas com raiva.
— Sua liberdade é aos vinte e um e não aos quinze, já conversamos sobre isso Lúcia, agora vai se arrumar e nada de atrasos em. — Falei em um tom calmo, cuidar da Lúcia era simplesmente uma mistura de amor e ódio.
Lúcia era uma jovem inocente, não havia segredos em seus olhos, era tão meiga e cheia de energia que esquecia sua idade, para mim ela ainda era aquele pequeno bebê que segurei em meus braços.
Volto a janela dessa vez não havia xícara de café, era apenas eu, o céu e meus pensamentos.
Como um garoto de ensino médio percebo o quão apaixonado estava, por todo os dias me pegava lembrando de seu sorriso e da sua voz, como aquilo era possível? Seus olhos eram doces, seu sorriso meigo como esquecer cada detalhe do seu corpo, o jeito que me contava sobre seu relacionamento passado era magnífico, ela não tinha medo de falar, não escolhia palavras bonitas ou padrões, suas palavras eram diretas e sinceras.
Atrasão física? Talvez sim, meu coração ardia quando se quer ouvia sua voz, era como se tivéssemos conectados, como ela não sentia isso? Como ela poderia tratar como um acaso? Será que havia me enganado? Ela seria fria e distante?
Seus olhos arredondados e brilhantes não saiam da minha mente, era tão difícil desviar do seus olhos, o jeito que morde os lábios concentrada enquanto faz as coisas, ela na realidade tinha uma beleza angelical, uma garota diferente, inteligente, fora dos padrões da sociedade.
— Mais uma vez pensativo? Desse jeito vou pensar que está apaixonado novamente Theo. — Lúcia interrompe mais uma vez meus pensamentos me trazendo ao chão, como poderia parecer um garotinho, deixando meus pensamentos me levarem longe.
— Não fala isso Lúcia, não quero e não vou me apaixonar outra vez. — Falei em tom de amargura.
Todos meus sentimentos não serão de mais ninguém, se apaixonar é querer pular de pára-quedas só que sem o pára-quedas, não iria entregar meus sentimentos, nunca mais, especialmente a uma garota tão nova, ela nem sabe o que quer da vida, não poderia me perder outra vez por alguém, não poderia outra vez ter meu coração quebrado, preciso me policiar sobre todos meus sentimentos.
— Me desculpa... eu não queria te fazer lembrar... — Nesse momento senti um abraço apertado da Lúcia, seu tom era de realmente alguém que se arrepende.
— Não precisa se desculpar, só não lembra disso nunca mais ok? — Abraço de volta, sinto meus sentimentos bagunçado, como poderia deixar me perder outra vez?
As horas estavam passando, me sentia tão preso, mesmo que não queira aquele sorriso, aquela voz, não tinha como não olhá-la, sentia tudo dentro de mim estremecer, como poderia sofrer tanto em só olhar para uma garota? Respiro fundo precisava recompor minha postura, não tinha como permanecer naquela sala sem olhar seus olhos doces, mas que diferente daquela noite agora parecia esconder algo, por trás daqueles olhos tão lindos havia uma história querendo ser contada.
O horário da aula se passou, era tão rápido as horas quando estava olhando e admirando aquela garota, eu não poderia me apaixonar, não, não.
— Alicia! Posso falar um instante com você? — Seu nome ser pronunciado deve ter assustado um pouco ela pois seus olhos dançavam em uma sintonia icônica e sua respiração ficou ofegante como se estivesse assustada.
Mas como um olhar poderia mexer tanto comigo? Seus olhos, seus doces olhos estavam dançando ao me olhar, como um só olhar poderia provocar tantas sensações estranhas? Nunca havia sentindo tantas coisas em um só momento.
Todos saíram da sala, eles queriam ir conversar e falar sobre a festa que havia acontecido a noite passada, Comecei a tentar disfarçar meu olhar, talvez ela poderia está desconfortável, não queria passar uma má impressão, apenas queria acalmar meus pensamentos e sentimentos, tudo isso estava muito errado, tinha que comprovar para mim mesmo que tudo aquilo foi só uma curtição, foi apenas por uma noite, sua pele macia e cheirosa não iria se deleitar em meus braços nunca mais, aliás isso seria contra todos meus princípios.
— Estou aqui professor! — Falou se aproximando, seu jeito era simples e meigo.
Quanto mais sentia ela perto mais queria sentir seu cheiro outra vez, era algo que queria controlar mas não conseguia, como isso pode está acontecendo? Em um ato de impulso alisei seu cabelo, precisava sentir mais uma vez, pela última vez, recolhi a mão pois fiquei um pouco desconfortável, como um homem como eu poderia me deixar levar por uma garotinha?
— Como consegui? Eu não aguento mais. — Falei sem aguentar, falei virando de costas para ela, não queria mais fazer nada por impulso, precisava me controlar, aquilo não era algo para mim, meu tempo de garotas de faculdade tinha passado, não poderia deixar isso mudar meu caráter, se apaixonar não estava na lista da minha vida, não mais.
— Como assim? Não aguenta o quê? — Perguntou sem entender nada, seus olhos estavam confusos, aqueles doces olhos estavam realmente confusos assim como minha mente e meus sentimentos estavam, então pedi para que se retirasse da sala, talvez fui um pouco arrogante, mas precisava tirar aquela garota da minha vida.
Sentia meu rosto vermelho, seus olhos dançavam ao olhar os meus, meu corpo sentia algo diferente ali, era como se estivéssemos conectados de alguma forma, como poderia me sentir conectado a uma simples garota?
Me sentia louco, estava ficando talvez, como poderia acontecer isso? Assim que ela sai da sala sinto uma raiva enorme me envolver, não queria me perdoar, nunca me perdoaria, porque fiz isso? Para quê perguntei isso a ela? Tudo isso estava acabando comigo de uma forma absoluta.
Jogo todos os livros da minha mesa no chão, precisava me recompor, aquilo não poderia está acontecendo, não naquele momento, eu precisava me manter bem sentimentalmente, Lúcia precisava de mim mais que tudo, como poderia se esquecer tão fácil assim a minha posição? Um professor jamais poderia amar uma aluna, se apaixonar estava cancelado de todas as formas da minha vida.
Por outra porta saio daquela sala, não queria vê Alicia mais uma vez, não antes de me recompor, precisava me colocar em meu lugar para suportar todas as aulas, como poderia uma garota me deixar louco?
Caminho até meu carro, precisava ir para casa, minha cabeça precisava relaxar, precisava sair, ir pra algum lugar que não me lembrasse aqueles olhos, "aqueles malditos olhos" bato no volante, meus pensamentos ainda iriam me matar, respiro fundo e ligo o carro, saiu do estacionamento da faculdade com meus pensamentos me matando, era uma luta entre a razão e a emoção, como poderia travar uma guerra tão fadada ao fracasso dentro de mim?
— Aliciaaaaaaaaaaa! — O que ouvir foi um grito, nervoso aperto a buzina, o corpo daquela garota foi jogado a dois metros do carro, Alicia literalmente se jogou na frente do meu carro, me sentia nervoso.
— Não se mexi! — Falei para ela assim que desci do carro, Seu corpo estava um pouco machucado e então vi seus olhos de pouco a pouco se fecharem.