Beatriz desceu do carro sentindo o peito apertado, como se uma mão invisível apertasse seu coração a cada passo que dava em direção à porta de casa. A tarde estava quente, abafada, e o calor só fazia o desconforto dentro dela parecer ainda maior. Ela sabia que aquele momento chegaria, só não pensou que doeria tanto. O envolvimento dela e do José tinha ultrapassado uma linha tênue — aquela linha que ela, no fundo, sabia que existia, mas por muito tempo preferiu ignorar. No começo, era fácil justificar: ele era um amigo, uma presença firme na tempestade que virou a vida dela depois da morte de Luiz. José era colo, era segurança, era ajuda em meio ao caos de noites m*l dormidas e crises de choro silenciosas. Era apoio quando o mundo inteiro parecia ter desabado em cima dela. Mas agora... ag

