Saída a noite

1388 Words
-Podemos sair para tomar alguma coisa? – Erik parecia tão calmo que eu não diria que ele presenciara àquela cena horas antes. -Sabe o que é? Meus pais não estão em casa e não posso deixar o Jony sozinho. – ainda estávamos na porta, ele do lado e fora e eu, do lado de dentro. -Podemos levar ele se você quiser. Eu sei de um lugar onde podemos conversar e o seu irmão se divertir. -Eu topo! – escutei a voz de Jony atrás de mim. –Não, eu não estava ouvindo a conversa de vocês. Bem, talvez. Por favor Isa, vamos. -Certo espertinho. Vai buscar um casaco pra você e outro pra mim no meu quarto. – ele subiu as escadas e me virei para Erik. – Me desculpe por mais cedo, eu não te achei e não deu tempo para te falar nada. -Você vai poder me explicar tudo agora. – os passos de Jony eram fortes e percebemos ele descendo as escadas. -Estou pronto! – ele chegou junto á porta – Toma, só encontrei esse. – Jony me deu um coturno vermelho que provavelmente ele havia achado no cabide perto da janela. – Olá Erik! – eles se olharam e logo trocaram sorrisos. -Vamos! – saímos, fechamos a porta e ao chegarmos perto do carro de Erik, percebemos uma luz forte vindo em nossa direção. Eram eles. Haviam chegado e estavam seguindo para a garagem. Vi a mamãe descer antes mesmo de entrar na garagem. -Boa noite crianças! -Boa noite mamãe! - Eu e Jony respondemos como sempre fazíamos. -Boa noite senhora Perrie. – Erik deu um sorriso amigável e apertou sua mão. -Eu lhe conheço garoto? – percebi que ela não fazia ideia de quem Erik era ou o que ele fazia. -Mamãe, ele é um dos instrutores do colégio. – Jony falou antes mesmo de Erik. – E íamos sair para tomar um chocolate quente, ele precisa conversar com a Isa. -Hum, é. – Erik concordou sem graça. – Porém, se houver algum problema, entendo perfeitamente. -Não, nenhum. – ela descruzou seus braços e desfez sua cara de brava. – Isa, cuide de seu irmão. Não cheguem tarde. – a vi entrar dentro de casa sem nem mesmo olhar para trás. Entramos no carro e demos partida. No lugar o qual Erik escolheu havia brinquedos ao lado da cafeteria. Jony teve muita coisa para se ocupar enquanto conversávamos. -As coisas são complicadas. Vêm acontecendo muita coisa comigo ultimamente. -Isso se refere ao que você estava falando no outro dia? Dentro do carro? – sem nos olhar diretamente, ele me fazia perguntas. -É. Pode parecer loucura, mas é como se fosse magia. Algo relacionado a isso. – o vi rindo. -Magia? Você só pode estar brincando. – eu não sorri, eu não estava brincando. – Tudo bem que a coisa é estranha, mas chegar a ser isso. Essas coisas não existem Isa. Pura ficção. -Se você não acredita, não posso te contar mais nada. Eu não estou brincando, o assunto é sério. Mais cedo, você presenciou uma cena bizarra, você viu uma menina sugando energia da terra para poder acordar. Você me viu de mão dadas com outra garota para mandar energia positiva para a menina. Você ainda acha que isso não pode acontecer? Que é apenas ficção? – as palavras saíram corridas da minha boca, quase não respirei no intervalo delas. Quando o vi sem reação, levantei e fui em direção onde Jony estava. O peguei pelo braço e disse que já estava na hora de irmos. -Isa, calma. Não precisa ir assim, eu levo vocês. – ouvi a voz de Erik , mas não me virei para ele. -Não gosto de andar com pessoas que não acreditam em mim. – antes de dar mais alguns passos, o senti puxando meu braço e me deixando cara a cara com ele. -Eu acredito! Só que é difícil. Tenta me entender, eu não quero aceitar que você seja diferente ao ponto de me deixar com medo. Eu vi, só não quis e nem quero acreditar. – ele estava nervoso, seus gestos transbordavam insegurança. Agora, ele estava segurando meu rosto com as duas mãos. – Estou assustado e com medo de que não possa ficar com você. -Okay! O que está acontecendo aqui? – Jony estava entre nós dois e não entendia sobre o que ele estava falando. Sem dar atenção ao garoto, continuamos na mesma posição, nos olhando. -Não podemos ficar juntos. – respondi tocando sua mão. – Você sabe. -Na verdade , podem sim. – Jony seguia falando em baixo de nós. Sorrimos. Senti seu rosto chegando perto do meu, senti sua boca junto á minha. Seu beijo era doce e mesmo nervosos, conseguimos nos encaixar perfeitamente. -Eu não queria interromper, mas ainda estou aqui. – Jony chamou nossa atenção e paramos de nos beijar imediatamente. -Desculpe garotão, eu vou levar vocês de volta para casa. – Erik colocou a mão por volta do meu ombro e segurou a mão do Jony. Entramos no carro sem falar sobre o acontecido, ou sobre qualquer outra coisa. – Foi ótimo ficar esse tempo com você Jony, e te espero amanhã no colégio. Mas antes, eu queria te pedir uma coisa. – Erik estava ajoelhado para ficar na mesma altura do Jony. Ele estava olhando atentamente para os olhos azuis de Erik. – Eu queria que você não comentasse sobre nos encontrarmos fora do colégio, nem que , bem , eu beijo sua irmã. -Tudo bem. – vi um sorriso na boca dele .- Eu gosto demais de você. E parece que minha irmã também. – ele me olhou e deu um sorriso irônico. -Já entendemos Jony. Pode entrar , vou logo depois. – empurrei ele para dentro de casa. -Tchau Erik. Até amanhã! – Jony cumprimentou Erik de uma forma estranha e entrou. Me voltei para Erik e sorri. Eu não costumava me derreter para os garotos, mas Erik, ele era diferente. Sentia em seu sorriso a calmaria, em seu olhar a honestidade e sentia que com seu abraço, ele queria me proteger. Ele me abraçou. -Eu quero te proteger. – ainda estávamos abraçados. – Quero ficar por dentro de tudo que acontecer com você, qualquer coisa. E seja o que for, eu vou estar do seu lado. – eu tinha a sensação de estar sendo cuidada e me sentia bem em seus braços. -Pode deixar. Vou te manter informado o máximo que eu puder. – estávamos abraçados, porém um olhando o outro. – Por favor, não conta isso para ninguém. Nem sobre mim, nem sobre as meninas e principalmente sobre nós. -Pode confiar em mim. Você tem minha palavra. – nos beijamos novamente. Pela primeira vez, eu sentia meu corpo em êxtase com uma vontade de querer mais. -Eu acho melhor você ir embora, antes que o Jony diga algo lá dentro e minha mãe venha até você. – estávamos abraçados e olhando um para o outro. -Tudo bem, não quero problemas. – Erik deu seu pequeno sorriso no canto da boca, o qual todas as meninas admiravam. – Boa noite Isah! – o vi entrar no carro e dar partida. Entrei na minha casa e percebi minha mãe no sofá assistindo a novela, meu padrasto lendo, o que eu pensava ser um jornal e o Jony jogando algum jogo para crianças em seu tablet. Isso era uma cena estranha. Coisa fora do comum mesmo. Tentei passar despercebida pela sala, e quando comecei a subir as escadas, escutei a mamãe chamando meu nome. -Isa, pode voltar aqui e explicar o que houve. – ela não havia tirado os olhos da televisão, mas estava falando comigo. Dei meia volta e a olhei. -Explicar exatamente o que? -Ouvi boatos de que você está de namorico com esse garoto. – agora ela me olhava. – Quer me contar? -Ouviu boatos?- olhei para cara de Jony e vi seu pequeno sorriso irônico no canto de sua boca. – Jony, eu vou te m***r. – fui correndo até ele, porém ele saiu correndo pela sala. – Eu cuido de você depois. E não mãe, não quero te contar nada. Mas essa é sua chance de estar feliz por finalmente eu estar com alguém. – me virei e subi as escadas. Percebi ela e o Jony batendo as mãos e sorrindo. 
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