Cantina

826 Words
Eu estava morta de curiosidade, queria saber dos outros, com um impulso que eu mesmo desconheci, me levantei e segui até a sua mesa. Ninguém havia reparado á onde eu ia ou com quem eu iria falar, muita gente estava andando de um lado para o outro. Eu reparei meus amigos me acompanhando com os olhos. Parei em frente da mesa e coloquei minhas mãos sobre ela. Olhei para a garota, que não fez nenhum movimento e continuou comendo. -Posso te ajudar em alguma coisa? – a voz dela não tinha autoridade, aliás, era calma e doce como lavanda espalhada ao vento. -Hã... – me desconcertei com sua voz - ... Onde está o resto da sua gangue? Parece que você está sozinha por aqui. – olhei ao redor e a provoquei. -E você vai tirar proveito disso? Vai me bater ou me xingar porque estou sozinha? – a menina continuava comendo tranquilamente, como se estivéssemos conversando sobre algo intimo. Me sentei na cadeira vazia a sua frente. -Você está me confundindo com sua dona. – percebi que seus olhos se encontraram com os meus e ela soltou um pequeno rosnado para mim. -Ela não é minha dona. – senti sua voz mais forte e decidida. Só então percebi seus olhos azuis claros como água. – O que você quer Isabelle? -Apenas saber onde estão os outros. -Certo. Eles ainda estão no teatro, cumprindo o resto da detenção. Sabe, pagar por uma coisa que eles não fizeram. – ela voltou seus olhos para a comida. – Em poucos minutos eles devem estar de volta. - E porquê você não está com eles? – eu insistia em respostas, as quais eu não deveria saber. -Eu não estava no momento em que eles foram pegos. – ela pegou o copo de suco e tomou alguns goles me olhando fixamente. – Aliás, você também não estava lá. -Bem, - eu sorri – não faço parte da gangue de vocês. Não poderia estar com eles. -Não estou dizendo com eles. Estou dizendo no pátio, onde todo mundo estava. – congelei, ela poderia me acusar de algo e eu sabia que ela tinha provas. -Você está me observando? Como sabe? O pátio é grande. E eu também poderia estar no teatro, em outra sala, essa escola é enorme. – ela levantou uma de suas sobrancelhas em tom de questionamento. -Está me dando explicações? Você não me deve explicações, a não ser que você tenha algo a esconder e esteja um pouco nervosa. -Ah, que seja! – levantei da mesa e soltei um pequeno sorriso antes de sair. Porém, ao dá alguns passos, dei de cara com a Luna e mais algumas garotas. -Ora ora, saudades de mim Bela? – a menina me fez parar e encará-la de frente. -Eu já te disse que meu nome não é esse. -Tanto faz. – ela jogou seus enormes cabelos loiros para trás e voltou seu olhar para a garota sentada na mesa. – O que você queria com a Mel? -Você pode perguntar a ela mesma. Ela está logo ali. – me virei e apontei para a garota. – Agora, com licença. – Luna se colocou na minha frente antes que eu pudesse passar. Não que eu não pudesse passar por ela, ela era baixa. Mas passar pelas maionetes dela, era mais complicado. Foi daí que percebi meus amigos chegando e se colocando ao meu lado. -Problemas por aqui? – Ray colocou sua postura de ameaça, como sempre fazia ao ver Luna. -Ray não é? – Ray revirou os olhos. – Sabe, eu gosto de você. Você é destemida, tem um ego enorme. Pena que não sabe escolher os amigos certo. Me pergunto o que você vê numa garota nerd sem graça, - os olhos dela fuzilaram Debs – num gay metido a galã, – seus seguiram para Lucas.- e numa trapaceira e esquisita garota. – agora ela me olhava e eu estava me segurando para não avançar no pescoço dela. -Eu sei escolher o melhor para mim. E acredite, eles são melhores que você e sua gangue. – Ray se colocou em minha frente, cruzou os braços e olhou bem para a garota. – Não queremos confusão, porque sabemos de onde você acaba de vim. Se você não quiser voltar para a detenção ou algo do tipo , eu sugiro que você nos deixe passar. – Luna sorriu ironicamente. -Está vendo, é por isso que gosto de você. – ela foi a primeira a abrir caminho. – Não estávamos fechando a passagem, apenas nos esbarramos. – sem discutir ou rebater, passamos pelo corredor de garotas que havia se formado e voltamos para a nossa mesa. -Da próxima vez que você for enfrentar a Luna, certifique-se que ela esteja sozinha e num lugar com poucas testemunhas. – Ray cochichou em meu ouvido, quando agarrou o meu braço e me puxou para junto dela. Durante o resto do dia, tentei ficar o mais quieta possível. 
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