Espécies Extintas - A Sacerdotisa

Travessuras

Continuação...

-Não há nada lá fora. – sorri – Essa selvageria, é coisa de tempo. – esperamos os outros e saímos todos juntos.

-Isa, por favor, tenta ficar quieta hoje. Pelo menos hoje.

-Qual foi Debs? Quando que eu não fico quieta?

-Hum, vamos ver. Todos os dias que você resolve bancar a super h*****a e defender alguém que se mete em confusão com a Luna ou o Leo. – Lucas não gostava de se meter em assuntos, onde sabia que poderia sair perdendo e machucado. Ele não era fraco, tinha ótimo físico, porém, não para cinco caras.

-Que exagero! – bufei para eles – Eu não sou super h*****a ou algo do tipo. Apenas não consigo ver muita injustiça num lugar só. – sentamos em um dos bancos de madeira que havia perto da quadra. Ali era uma ótima vista, poderia ver tudo de lá. Porém o lugar mais alto, eram as arquibancadas da quadra.  Ray conhecia muitas pessoas e por esse motivo, algumas também nos conhecíamos e falavam com todos nós.

-Tudo está tão calmo. O que está acontecendo? – Debs olhava para todos os lados e percebia tudo tranquilo, o que não era normal no colégio.

-Ao que parece, não teve aula para o primeiro e nem o segundo ano. – Lucas me olhou – Ou seja, apenas as turmas do terceiro ano. – ele sorriu.

-Sabe o que isso significa? – sorri de volta.

-Não Isa, sem encrencas, sem problemas. Por favor! – Debs sabia do que eu estava falando, todos eles sabiam. O que sabíamos fazer de melhor, era pregar peça em pessoas que não gostávamos.  Tínhamos o prédio todo para fazer isso. Não podíamos fazer apenas nós quatro, então chamamos reforços.

No primeiro andar, na sala do primeiro ano, espalhamos o sabonete liquido que havíamos pego no banheiro e jogado por todo o chão. Na outra sala, colocamos papel higiênico por todas as partes da sala. No segundo andar, reviramos todas as cadeiras e colocamos fora do lugar. Na outra sala, tínhamos molhado o papel higiênico e grudado no teto da sala. Chegou a vez de mostrar um culpado. Mesmo com todas as câmeras que havia em cada andar, Lucas sabia bem entrar no sistema da escola e apagar o vídeo antes que alguém nos visse.  Não que eu fosse r**m, mas era sempre bom dá o troco em alguém que só fazia m*l há outras pessoas.

Mandei uma mensagem anônima para Leo e Luna. Eu sabia que cada um iria com seus fieis seguidores a cada andar diferente. Era a vez de Debs entrar em ação, ela na maioria das vezes era sincera e boazinha, então todos acreditavam nela. Enquanto ela foi chamar um coordenador, ou alguém que ela achasse importante o bastante para castigar os garotos, eu estava apenas espiando a chegada de alguém no primeiro andar e Ray no andar de cima.

Tudo aconteceu tão rápido, que ao invés de filmar, eu estava me divertindo, sorrindo sem parar.  Eu não me cansava de ver a cara de fúria de Leo quando ele sabia que não havia feito nada, e estava sendo punido. Não vira Luna, mas sabia que ela também não estava com cara para muitos amigos. Ao saírem do prédio para seguirem até a sala da diretora, encontrei com o meu grupo no pátio. Num pequeno canto, onde ficávamos sem ser interrompidos por ninguém.

-É, parece que tudo deu certo. – cheguei junto a eles sorrindo e batendo na mão deles.

-Suei! – de fato Lucas estava suando, ele não costumava fazer coisas erradas no colégio.

-Você definitivamente é uma má influencia para nós. – Debs olhava assustada para os lados, porém , falava comigo.

-Ah não brinca! Você adora essas aventuras. Eu preciso te dar algo a se orgulhar. – sorri enquanto a abraçava.

-Estamos parecendo garotos do ensino fundamental. Isso é coisa de criança.  – Ray debateu.

-Engraçado, você nos ajudou. Então, você é uma criança. – ela sorriu afirmando. Ray era a única que fazia tudo que eu mandava sem falar nada ao contrario. Provavelmente, ela era tão sagaz como eu. Tínhamos lá nossas diferenças, porém também tínhamos nossas igualdades.

-Vamos nos misturar com os outros, antes que algo dê errado, ou nos descubram. – Lucas falou olhando para os lados.

-Qual é, tem gente que sabe que fomos nós. Esses são os que chamo de fiéis seguidores. – sorri de canto a canto.

-Você é louca! – Debs deu um passo a frente sorrindo, e logo em seguida fomos atrás dela. As escadas, a parte de dentro da sala, e todos os corredores estavam tomados por falatórios e risadas. Todos estavam comentando que não era a primeira vez que aquilo acontecia na escola, e nem que Leo e Luna eram culpados por tal coisa.

Não vimos nenhum deles até o termino das aulas. Sabíamos o que havia acontecido, provavelmente eles estavam em alguma detenção. Ajudando a limpar alguma coisa , ou pintando algum cenário de teatro.  Ao sair logo após o toque, esbarrei com Sofia e Alice. Elas sorriram para mim em um tom sarcástico, eu sabia bem como era aquilo.

-Perderam alguma coisa em mim? – perguntei.

-Hum, não! – respondeu Sofia me olhando. – E você Alice? – Alice não olhou para a menina do seu lado, porém logo respondeu a sua pergunta.

-Também não.

-Ótimo! Irei seguir meu caminho. – dei um passo para passar na frente delas, mas elas me bloquearam. Eu estava sozinha, não era uma boa hora para arrumar encrenca com duas garotas, aliás, mais altas que eu. –O que está acontecendo?

-Eu gostaria de saber como você faz todas suas presepadas e coloca a culpa nos outros. – as garotas estavam falando em um tom, o qual só nós podíamos escutar. Eu sorri levemente.

-Eu não sei do que vocês estão falando, e nem sei porque isso interessa a vocês. – ajeitei minha mochila no meu ombro. – Não tenho mais nada para falar com vocês. – passei no meio das duas, esbarrando nelas e abrindo caminho para minha passagem.

Eu sabia que poderia arrumar uma confusão das grandes, mas eu não estava me importando. Não naquele momento. Minha casa. Minha família. Meu pai me abandonou quando pequena, e eu tinha um padrasto terrível, que realmente eu o odiava. Contudo, a casa era muito grande e assim não nós esbarrávamos e nem eu o via na maioria do tempo, o que para mim era um alívio. Minha mãe trabalhava o dia todo, assim eu e o meu irmão, Jony , não a víamos frequentemente.