O Amor que se Escolhe Todos os Dias

307 Words
Os preparativos para o casamento começaram com simplicidade, mas cheios de emoção. Não seria um evento luxuoso, nem cheio de protocolos. Seria um momento íntimo, entre pessoas que verdadeiramente faziam parte da história. Aquelas que ficaram quando tudo parecia desmoronar. Sandra queria algo leve, com flores do campo, tecidos leves, risos soltos. Pedro só queria vê-la sorrir, daquele jeito sincero que ele aprendeu a amar desde o primeiro dia. Davi seria o pajem, com seu terninho minúsculo e passos desajeitados. Benjamim, agora com seis anos, carregaria as alianças — com o peito cheio de orgulho e uma seriedade encantadora. Vanessa foi convidada. Para surpresa de muitos, aceitou. Chegou elegante, serena, com um novo brilho no olhar. Ela já não era a mulher ferida do passado. Era uma mulher inteira, que havia superado e escolhido ser feliz também. As filhas a acompanharam e abraçaram Sandra com carinho — a infância permite o amor onde o adulto, às vezes, ainda hesita. No ensaio do casamento, Pedro pegou Sandra pela mão e disse: — A gente errou muito, mas escolhemos certo. Eu te amo, e vou te escolher todos os dias. Ela respondeu sem pensar: — Eu também. E te perdoo por tudo. E me perdoo também. Naquele momento, eles entenderam que o amor maduro não é feito de promessas eternas, mas de escolhas diárias. De acordar e escolher ficar. De ouvir, respeitar, ceder. De reconstruir quando necessário. No grande dia, o céu amanheceu limpo, como se soubesse. A cerimônia foi no fim da tarde, com o pôr do sol banhando todos de luz dourada. As crianças sorriram, as mães choraram, e os convidados sentiram que ali havia algo raro: um amor que nasceu do erro, mas floresceu na verdade. Pedro e Sandra disseram "sim" com a certeza de quem já havia enfrentado o pior... e mesmo assim, escolheu recomeçar.
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