Capítulo 24
ANALU NARRANDO
Saí da casa dele sem olhar pra trás.
Nem me importei em fechar a porta.
Se ele quisesse gritar, quebrar alguma coisa, que fizesse. Eu não ia voltar.
O ar da rua bateu frio na pele, e pela primeira vez desde que cheguei aqui, respirei como se o oxigênio tivesse gosto de liberdade.
Mas liberdade, às vezes, vem com dor.
E a minha doía pra caralhö.
Cada passo parecia um lembrete do que tinha acontecido.
O corpo inteiro ardia, não só de fora, mas por dentro.
Não era arrependimento, mas também não era paz.
Era uma mistura doida de raiva, exaustão e... sei lá, alguma coisa que eu nem sabia nomear.
O morro ainda dormia.
O baile tinha acabado há horas, e agora o que restava eram garrafas jogadas no chão, o eco distante de um funk qualquer, e o sol tímido nasc
