Capítulo 38 GEIZA NARRANDO Entrar nesse carro foi a decisão mais estúpidä e ao mesmo tempo mais inevitável que eu já tomei na minha vida. Porque quando o Pardal falou entra, minha perna simplesmente andou sozinha. Eu não pensei. Não avaliei. Não pesei consequências. Eu só obedeci. E isso me deixou apavorada… comigo mesma. O interior do carro estava quente, abafado, carregado do cheiro dele, de cigarro, de perfume amadeirado, de algo que eu não sabia explicar mas sempre mexeu comigo desde a primeira vez que eu vi esse homem no complexo. Ele ligou o carro sem olhar pra mim. O silêncio era tão grosso que parecia ocupar espaço. Ele segurava o volante com força, os dedos marcados, a veia no antebraço saltada. Eu acompanhava cada mínimo movimento dele como se estivesse estudando o hu

