Capítulo 11 ANALU NARRANDO O barulho do baile ficou pra trás no exato momento em que a porta se fechou. O local de agora era outra atmosfera: luz baixa, o cheiro forte de cigarro misturado com perfume amadeirado e whisky caro. A música ainda vibrava lá fora, mas aqui parecia abafada, como se o mundo inteiro tivesse ficado distante. Meu coração batia tão alto que eu mesma ouvia. Ele caminhou na minha frente, firme, com passos pesados, e parou no meio da sala. Eu fiquei perto da porta, imóvel, como se ainda tivesse uma chance de recuar. Ele se virou devagar, acendeu outro cigarro e me encarou. — Relaxa. — disse, soltando a fumaça. — Aqui eu não vou fazer nada que você não queira. — Não é o que parece. — respondi rápido, tentando me defender. Ele deu um meio sorriso, torto, daqueles

