CAPÍTULO 2

1755 Words
PEDRO LEONEL – i****a! – Camila não parecia o tipo de garota que xingava. Também, devo admitir, que não sabia o meu real motivo de estar aqui. Não. Ela tinha inocência. Isso me assustava. Coisa nova nos deixa sempre assustados. Isso é uma regra que equivale para a moça a minha frente. Uma moça que pensa que eu sou algum tipo de psicopata. Isso fere meus sentimentos. Ah, eu tenho sentimentos. Camila Lelis tinha a quem puxar o gênio. Sério, Lorenzo já me disse tanto, tanto, mais tanto de Carolina, que eu estou praticamente quase falando a cor da calcinha dela. Quase. Mas antes de falar tal coisa tenho de lembrar de Lorenzo e dos meus dentes que eu tive que usar aparelho durante quatro anos da minha adolescência. Sabia quem era a garota e Carolina podia me agradecer por ter ajudado ela dias atrás. O distinto funciona tão lindamente. – Me fala de você Camila, o que gosta de fazer? – Perguntei e me empolguei com as minhas próprias palavras. Era legal, novo pra mim. Não havia conhecido alguém como ela, meu ciclo social era outro, completamente diferente. A moça dos cabelos mais negros. Eu tinha que alcançar ela. – Trabalho, casa, trabalho e isso. – Só? Vamos Camila, sem vergonha – Falei e mandei aquele sorriso. E recebi aquele santo olhar. Digamos que eu tenho meus encantos. – É sério, eu literalmente, trabalho e vou pra casa – Eu fiquei sério. Sem saber o que dizer. – Já que você me perguntou, e você? Bem. Eu devia pensar bem no que eu diria. Não é como se eu quisesse ou fosse falar o que eu fiz ontem a noite por exemplo. Não. Certamente ela me jogaria o copo de suco e gritaria pra todo mundo saber que eu era um depravado. E não é isso que ou queria. A garota a minha frente e um tanto inocente. Isso mesmo, um tanto inocente, mas por trás daqueles olhos negros têm algo a mais, sim, algo a mais. Que eu conseguia ver. – Trabalho muito, o que me faz viajar. Gosto de fazer isso, faço isso. – Pra onde já viajou? – Eu tentei não rir, caramba, quer a lista? Pedro, se controla. Humildade. Humilde! – Itália – Vi seus lábios formarem um perfeito 0. O que me fez pensar naquela boca rosada. – Bem, você deve ter um emprego bom pra ir para Itália. – Somos em dois, eu e meu primo. Viajamos muito, gostamos de conhecer as coisas. Viu amigos, eu não estava mentindo. Talvez você esteja pensando: mentiroso do caramba. Eu apenas estou me apresentando. Como ela conhece Lorenzo, eu estou apresentando a outra parte que ela não conhece, claro, sem citar nomes. O que inclui o meu primeiro nome que é Pedro e usando ou segundo nome que é Leonel. – O que você faz? – A pergunta me fez olhar pra ela e tentar falar de maneira resumida e com menos detalhes possível. – O que você acha? – Perguntei, pelo menos até inventar algo ou formular a resposta. – Um traficante de pessoas? Meus pensamentos foram imediatamente parados pela última frase e quando eu notei ela me olhava, talvez meu espanto estava deixando ela espantada. – Camila, você tem uma ideia muito perturbada de mim – Falei. – Não sou um traficante de pessoas, mas sou um traficante de drogas. 3, 2, 1.... E vi a palidez tomar sua face. E aí, caí na risada. A carinha dela foi impagável. Sem dizer nas bochechas que haviam criado uma tonalidade avermelhada, que me fez gostar de olhar e sorrir ainda mais. – Brincadeira, sou formado em administração de empresas. – É como esbarrou comigo aquela noite? – Bem, ela precisava em algum momento fazer essa pergunta, no caso era agora. – Eu não me lembro. – Como assim não se lembra de nada? Camila eu e você – Coloquei a mão no peito e fiz o velho teatro de garoto ofendido. Recebi um olhar mortal e um olhar preocupado de Camila. – Loiro não me mata do coração – Ela olhou para os lados e se aproximou um pouco. Bem pouco. Mas o suficiente para eu também fazer o mesmo e chegar ainda mais perto. – A gente não.... Assim.... Fizemos alguma coisa? Eu segurei minha vontade de tocar o rosto dela. Mas me mantive apenas no olhar. Por agora era bom isso. Era uma estratégia. – Bem, a parte r**m é que você quebrou uma garrafa de bebida, uma que eu segurava – Flash daquela noite começaram aparecer espontaneamente. – Ai você estava alterada, falando que havia um homem que queria te levar pra casa. Primeiro, você estava chapada e certamente desobedeceu sua mãe. Ela me olhou sem entender. – Como assim? – Ora Camila, seus pais nunca te ensinaram a não aceitar coisa de estranhos e nunca, em hipótese alguma, pegar ou aceitar um copo estranho quando estiver em alguma festa, lugar.... Sério? Nunca? – Ela balançou a cabeça. – Por sorte a gente se cruzou. – Ou azar. – m*l agradecida você em moça, de nada. – Depois que saímos daquele lugar? – Você realmente não se lembra? – Pergunto, pra implicar sua curiosidade. - Você e eu.... Bem. – Não me diga que a gente... você e seu... digo – Vi as bochechas ficarem novamente vermelhas. – Que linda, você corada – Falei e ergui a mão e consegui contato com seu rosto, mas evitei e apenas fiz uma carícia e recolhi minha mão. Não vamos assustá-la, pelo amor de Deus! Já estou com meio caminho andado. – Fala logo o que aconteceu, eu sou forte... Mas Fala de uma vez, Leonel. – Credo, não é tão r**m saber que eu te levei pra casa e só te deixei no sofá? – Eu olhei a expressão dela suavizar. – Só isso? Eu e você – Ela fez um gesto com as mãos. Tão virgem. Mais tão virgem. – Não, não. Não teve sexo ou nada disso – Quando pensei que não ia me surpreender eis que surge um sorriso no rosto dela, um sorriso de alívio. – Não preciso t*****r com garotas bêbadas, se fosse fazer algo com você, bem, você estaria bem sóbria. Deixei o silêncio reinar. Só pra ela pensar nas minhas últimas palavras. Que aquelas palavras pudessem tocar no fundo dela, lá, lá no fundo. Se formos analisar eu estava indo bem. Só precisava continuar assim. – Então você só me ajudou? – Sim. – Só? – Sim Camila, não aconteceu nada. Você é linda pra c*****o, mas não acho que você gostaria estando daquele jeito. – Bem, eu... você também não precisa disso e bonito e forte... digo grande e forte e... Eu vou calar minha boca! Eu ri. – Pode elogiar, sou todo ouvido. Agora que eu te falei sobre aquela noite, posso te fazer uma pergunta? – Bem, depende. – Uma pergunta bem pessoal. – Leonel, melhor não... – Por que você está assim, se nas outras vezes que eu te vi – Fiz uma nota mental das outras uma vez que a vi. Na verdade duas vezes apenas. – Bem, você estava sempre com roupas mais soltas e coloridas e bonitas? Não que essas sejam feias, mas é estranho ver você assim. Gosto mais da outra Camila, a que parece uma menina de igreja, como vou apresentar você pra minha família assim? Foi ali que eu soube que eu havia pegado a estrada certa, eu vi uma gargalhada espontânea. Vamos parar por aqui, certo? Certo. Eu sempre fui um cara de vontades, desde cedo, desde criança, eu aprendi a conseguir as coisas que eu queria. Isso incluía as mulheres, aí você se pergunta, como assim? Bem, vocês já conheceram Lorenzo, meu priminho, certo? Bem, se ele quer, ele tem. Do jeito dele de ser, no caso ele é o típico homem que não tem paciência para enrolação, o que deixa ele feliz, ele pega. Chega, fala o que quer e pronto. Se ela ceder, ele pega, se ela não ceder. TCHAU! No meu caso é diferente. Eu sou a merda de um cabeça dura. Literalmente. Isso era pra ser uma vantagem. Se quero, eu preciso. Se eu preciso eu faço tudo pra ter, fico do joelho para ter. Sou o típico homem que vocês vão chamar de ilusão feminina. Mas eu não me importo. Nenhum pouco. Se você acha que eu iludo. Você está certinha. Pra conseguir eu uso a sedução. Rostinho bonito, boa conversa e o terceiro passo, conseguir o que quero de um jeito fácil e bom. – Você é divertido. – Uso bem meu humor para falar a verdade – Disse e comecei a virar o balde, ela ainda estava bem próxima, então foi só eu de inclinar mais um pouco para ficar a centímetros da boca rosada. – O que está fazendo? A voz dela veio tímida dessa vez. Seus lábios se abrindo e ela me observando por um momento. – Você parece ansiosa, vou te beijar – Eu fiz aquilo, apertando suavemente minha boca sobre a dela. Eu tentei me segurar, mas eu chutei o balde. De uma maneira tosca, mas a nossa maneira tosca. Ela abre a boca e eu deslizo minha língua devagarinho. Depois volto a tornar o beijo firme, mais intenso. Era tão leve e tão macio, que quando ela para eu fico em transe. Só saio do transe quando sinto algo gelado na minha cara que escorre por todo meu rosto, descendo para meu peito, ensopado minha camisa. Aquilo era suco? Ela me jogou suco? Oi?! – Seu bastardo! – Falando isso ela se levantou com tudo. Estou paralisado. Mas consigo ver quando ela sai da mesa, andando a passos rápidos ou tentado. Eu me levanto e vejo ela de longe, o jeito que ela puxa a perna, retiro o dinheiro e jogo na mesa, quando volto a caminhar atrás dela, ela está longe, mas consigo ver que agora um cara está acompanhado ela. Um magrelo alto com roupas estranhas, como as dela. Vejo ela o empurra e o cara segura o braço dela, vejo ela balançar a cabeça e tentar puxar o braço e dizer alguma coisa. Ah não, não, não, não! Sinto exatamente quando minhas mãos se fecham em sinal de alerta, enquanto vou caminhando a passos grandes dele. Até que eu tenho a atenção de Camila, do olhar de menina que acabou de me jogar meio copo de suco. Ainda bem que não sou rancoroso. Ainda bem.
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