Uma semana havia se passado. Lana se adaptava cada vez melhor ao ambiente da empresa. Discreta e eficiente, fazia seu trabalho com seriedade e mantinha distância de tudo que não lhe dizia respeito.
Ellen e Shirley, que já haviam se afeiçoado à jovem, continuavam zelando por ela com carinho.
Naquele dia, sem reuniões externas, Ellen convidou Lana:
— Hoje vou almoçar aqui na empresa, Lana. Quer me acompanhar? Shirley também vai.
— Claro! Vou adorar.
As três seguiram para o refeitório. Lana usava um vestido simples e elegante que realçava suas curvas naturais. Alta, com quase 1,78m, cintura fina, quadris generosos, s***s fartos — era impossível passar despercebida. E justamente por isso, atraía olhares e comentários, mesmo sem querer.
Enquanto serviam as bandejas, Shirley cochichou:
— Fique tranquila, Lana. Estamos aqui. E você está linda, não ligue para olhares maldosos.
Lana sorriu, agradecida, mas sentiu um leve desconforto no ar.
Foi quando a porta do refeitório se abriu com estardalhaço.
Brittany, de vestido justo vermelho e salto agulha, entrou com ar de superioridade. Nos saltos, arrastava a elegância forçada que tanto usava para impressionar.
Atrás dela, vieram Henry e Louis, em conversa animada.
Patrick havia tentado sair discretamente, mas Brittany o alcançou no corredor.
— Amor, vamos almoçar juntos? — ela insistiu.
— Hoje não posso sair, Brittany. Se quiser almoçar, terá que ser aqui mesmo. Tenho chamadas importantes logo depois.
Contrariada, mas sem opções, ela o seguiu até o refeitório.
Quando o grupo entrou, os olhos de Brittany pousaram imediatamente em Lana, que conversava animadamente com Ellen e Shirley.
A expressão da noiva de Patrick se contorceu em desprezo.
— Quem é essa? — perguntou alto, sem nenhum pudor. — Nossa que mulher horrorosa. Olha isso, parece um barril de banha! Meu Deus, Patrick, que tipo de gente você está permitindo que trabalhe aqui agora?
O comentário cortou o ambiente. Lana ficou sem reação, sentindo o rosto queimar. Ellen apertou seu braço discretamente, em sinal de apoio.
Henry, por sua vez, ergueu as sobrancelhas, olhando Lana com olhos famintos.
— Barril de banha? Tá louca, Brittany? Essa é a mulher mais gostosa que eu já vi na vida. Olha esse corpo, essas curvas. Isso sim é mulher de verdade.
Louis riu.
— Sei não, Henry. É muita b***a, muita perna, muito peito. Não faz meu tipo.
Henry sorriu de lado.
— É justamente isso que eu quero. As americanas têm tudo de menos. Ela tem tudo de mais, do jeito que eu gosto. E mais: ouvi dizer que é filha de brasileiro. Agora entendi tudo.
Louis cruzou os braços, avaliando melhor.
— Olhando bem, pelo seu lado, você tem razão. É um mulherão. E olha que não é pequena, hein? Deve ter quase um metro e oitenta.
Henry aproximou-se um pouco, sem tirar os olhos da jovem.
— Aposto que em menos de um mês eu conquisto ela.
Louis soltou uma gargalhada.
— Apostado. Quanto?
— Um milhão de dólares. — Henry disse, com um brilho provocador nos olhos.
Louis hesitou um segundo.
— Um milhão? Tá bom, apostado mas se prepara para perder.
Henry riu.
— Pode reservar esse um milhão, que eu vou ganhar.
Brittany, ainda mais azeda, bufou.
— Não sei por que vocês estão fazendo essa aposta toda com uma mulher horrorosa dessas. Olha o tamanho dessa b***a, desses p****s. Que vulgaridade.
Henry sorriu malicioso.
— É justamente isso que eu estou olhando.
Louis riu de novo.
— É um violoncelo, mesmo. Curvas e mais curvas.
A tensão no refeitório ainda pairava no ar.
Patrick não tirava os olhos da jovem que agora conversava tranquilamente com Ellen e Shirley. Não parecia ter escutado os insultos — ou, talvez, era forte o bastante para ignorar.
Mas para ele, agora, não era mais apenas a filha do porteiro.
Era uma mulher de uma beleza única.
Alta e elegante, com uma cintura finíssima que se destacava sob o tecido leve do vestido.
Uma barriguinha discreta, que só tornava seu corpo mais real, mais feminino.
Quadris largos e bem torneados, s***s fartos e harmônicos.
Pernas longas e firmes que poderiam facilmente brilhar em qualquer passarela, se ela quisesse.
Mas ela não queria. Era natural. Genuína. Linda.
O rosto aquele rosto parecia esculpido em porcelana.
Nariz delicado, pele morena clara e luminosa, cabelos castanhos escuros presos em um r**o de cavalo frouxo que deixava escapar mechas encantadoras.
Cílios longos, destacando olhos cuja cor — azul ou verde — permanecia um mistério, mas já o hipnotizava.
Lábios cheios, naturalmente sedutores, pareciam ter sido desenhados à mão.
Patrick engoliu em seco.
Como não tinha notado isso antes?
Instintivamente, virou olhar para Brittany ao seu lado.
Loira, muito magra, pernas finas demais, rosto perfeitamente maquiado, mas frio, artificial.
Sem vida e brilho.
E, pela primeira vez, nenhum desejo. Nenhum encanto.
A comparação era inevitável — e c***l.
E naquele momento, Patrick soube: algo havia mudado dentro dele.
Foi quando a voz de Henry soou animada:
— Aposto que em menos de um mês eu conquisto ela.
Louis soltou um riso.
— Apostado. Um milhão de dólares.
Henry, com um sorriso de desafio, completou:
— Pode reservar. Essa aposta é minha.
Brittany revirou os olhos, despejando veneno:
— Não sei o que vocês estão vendo nessa mulher horrorosa. Olha o tamanho dessa b***a, esses p****s é uma vulgaridade.
Henry sorriu de canto:
— Justamente isso que estou vendo.
Louis completou:
— É um violoncelo. Curvas e mais curvas.
Foi quando a voz de Patrick cortou o ambiente como um açoite:
— Mais respeito. — o tom gelou o refeitório. — Essa é a filha do senhor Francisco. Está estagiando aqui. E eu exijo respeito. Não quero ouvir mais comentários desse tipo. Está claro?
Silêncio.
Brittany cruzou os braços, bufando.
Henry e Louis trocaram olhares, mas não ousaram responder.
Patrick levantou-se, o prato intocado. Não conseguiria comer mais.
Enquanto caminhava para fora do refeitório, uma frase martelava em sua mente:
"Por que os olhos daquela jovem não me saem da cabeça?"
E ele sabia, no fundo, que aquele seria apenas o começo de uma história que nenhum deles seria capaz de controlar.