Eu estava enfurecido, não conseguia conter minha raiva, então quebrei um dos vasos de decoração da sala.
- ELA O QUÊ?
- a senhora Jude quer ser a presidente do grupo.
- não deixe que isso aconteça, se ela receber a liderança, vai por tudo por água a baixo, até os projetos mais importantes da filial.
ele diz para seu assistente do outro lado da linha.
- certo, vou impedir que isso aconteça.
após atender uma ligação importante do meu assistente. Deixo o hotel, pego o carro e ando pela cidade para pensar em tudo o aconteceu até o momento.
Se ela acha que vai tomar a liderança da empresa, está muito enganada, eu farei de tudo para não permitir que isso aconteça, isso tudo é culpa de Belinda, se ela acha que vai me usar, está muito enganada.
paro em um Bar, e sento na primeira cadeira vazia que avisto na bancada.
o barman pega a taça e começa a higienizar.
- boa noite, o que deseja senhor?
pergunta assim que guarda a taça.
- uma garrafa de whisky jack daniels.
peço em específico.
- single barrel?
ele pergunta?
- não, Fire.
uma garota se senta ao meu lado, e ela me encara, e pela silhueta parece ser uma bela mulher.
- boa noite Arthur.
ouço a voz familiar, e de repente me lembro de três anos atrás
em um quarto de hotel, em Buenos Aires, acordo, e sinto o perfume de Alice, ela está adormecida.
agarro por trás e beijo sua nuca, e então desperta, se vira de frente para mim e me agarra com força, em um beijo quente.
- bom dia meu amor.
diz ofegante e sedutora.
Alice foi a única mulher que amei verdadeiramente, jamais se importou com minha linhagem, ou com o que tinha.
Amava viajar comigo, apenas para ficar ao meu lado, não importa para onde, Veneza, Paris, Dubai, só queria estar junto à mim.
lembro que em Paris, íamos à teatros, restaurantes, visitamos o Louvre, eu faria tudo de novo, só para vê la sorrir.
- Alice
digo ainda surpreso, e então ela sorri.
- como está sua esposa?
Sinto um tom irônico na pergunta dela, e respondo da mesma forma.
- deve estar bem.
- Arthie, eu queria que você soubesse que eu ainda penso em você.
ela pega o meu copo e bebe um pouco de whisky.
observei calmamente com ternura, ela não mudou nada desde a nossa conversa no hotel em Monte Carlo.
- o que você acha de ir para um hotel?
ela diz com uma voz provocante.
- não acho que seja uma boa idéia.
respiro pesadamente, tenho que voltar para minha esposa, não que eu me importe com Belinda, mas tenho que tirar satisfações com ela.
- então tudo bem, mas beba um pouco comigo.
- tudo bem apenas uma dose de whisky.
confirmo, ela está tão linda esta noite, um vestido preto brilhoso, que vai até o chão.
tomamos vários drinks, m*l vi a hora passar, e
quando percebo, estou subindo o elevador, saindo com dificuldade, abro a porta da suite e encontro Belinda na cama dormindo.
- você tá aí toda feliz, não é mesmo?
falo com dificuldade
- Arthur?
ela desperta, ainda muito sonolenta, esfrega os olhos e acende o abajur.
- tudo isso... é culpa SUA!!
diz com raiva, apontando o dedo para ela com a garrafa de whisky na mão.
- Esse casamento é uma MERDA!
grito em sua direção, e ela se levanta assustada, mas toma coragem e rebate.
- E você acha que eu estou feliz?
ela põe as mãos na cintura.
- você também aceitou se casar, se não tivéssemos dito sim, eu estaria...
ela hesita em dizer, mas sei que tem algo mais nessa história.
- vai termina de falar, eu quero ouvir.
me sento no sofá e bebo mais um gole de jack Daniels.
- estaria longe de você, você tirou algo precioso de mim, e isso eu não vou perdoar.
lanço um olhar frio em sua direção, me levanto com dificuldade, e deixo a garrafa no sofá.
agarro ela com força e a puxo para perto de mim.
esquecendo do assunto que queria tirar satisfação, ela me faz esquecer do mundo dos negócios, apenas com a presença dela.
- o que foi que eu tirei?
pergunto com uma voz sedutora, em seu ouvido direito.
- eu te odeio, você tirou minha pureza.
ela diz se soltando em meio às lágrimas, sai correndo da suite, e bate a porta.
ela estava de um conjunto, pijama cinza de coração, as calças eram longas, e a blusa era de alcinha, e uma pantufa rosa.
era o último dia em Paris, e depois iríamos para a ilha de Skopelo.
tomei bastante água para passar o alcoolismo, depois de cinco minutos fui procurar ela, depois de vasculhar os andares encontrei ela, estava sentada no saguão, sendo acalmada por uma empregada idosa.
- está tudo bem minha flor, vai ficar tudo bem.
ela estende um copo de água para Belinda.
- eu só queria que ele entendesse que nada disso é minha culpa, como posso dizer isso, se nem ao menos ele me escuta.
- olha meu bem, muitos homens são assim, vocês vão conseguir resolver esse problema, e vai ficar tudo bem.
pigarro.
- amanhã vamos cedo para a ilha, então acho melhor você arrumar sua mala.
ela olha para mim, com seu rosto vermelho, seu rosto marcado por suas lágrimas.
ela olha para a idosa em sua frente.
- muito obrigada.
Belinda pega o copo bebe e entrega de volta
- tudo bem.
a senhora sorri e abraça ela, se retira do local, Belinda passa por mim, sem me olhar, entramos no elevador, e eu respiro profundamente.
- eu sabia.
ela fica calada ao meu lado por um longo tempo.
- vi o sangue no lençol, naquele dia.
passo a língua entre os lábios secos, e ela suspira.
chegando no nosso andar, ela sai primeiro do elevador, e entra na suite, sem falar comigo.