Planos De Vingança

1022 Words
**Roderick** Ódio era a palavra que me definia naquele momento. Pensei que Lorcan fosse melhor do que aquilo, mas estava enganado. O alfa temido havia se transformado num cordeiro, e eu não achava que ele fosse a pessoa ideal para liderar a alcateia. O alfa tinha que ser alguém forte e que soubesse tomar as decisões certas. Lembro-me da raiva que senti ao saber que ele não usaria a Luna de Fenrir como uma forma de vencer aquela guerra; eu o faria se arrepender desse erro. Também desejava vingança; afinal, não foram apenas os antigos alfas que morreram no ataque à alcateia, mas também os meus pais, que tentaram protegê-los. Ver Lorcan recusar-se a ajudar-me era como derramar sal nas minhas feridas. Ele estava ficando fraco, e, ao meu ver, era hora de surgir um novo líder, alguém que fizesse a coisa certa sem se preocupar com as consequências, e não alguém movido pelas emoções, como Lorcan. Eu o admirava por muitos anos; estive ao seu lado fazendo tudo o que ele ordenava porque queria a minha vingança e acreditava que ele seria o meio para consegui-la. Mas tudo estava indo por água abaixo agora que ele tinha interesse na companheira de Fenrir. Lorcan poderia não querer usar a Luna da alcateia Presa Branca, mas eu não tinha esse problema, e, por sorte, havia encontrado alguém que desejava o fim dela tanto quanto eu. Entro num bar em território humano, pois ali era o melhor lugar para encontrar alguém sem levantar suspeitas. Vou aos fundos do bar, sento-me numa mesa afastada dos outros, peço uma bebida e espero que o meu possível aliado se aproxime. Não foi fácil encontrar alguém que aceitasse trabalhar comigo, ainda mais quando isso envolvia trair a matilha de alfa Lorcan; ninguém queria problemas com ele. Lorcan era um verdadeiro demônio quando se voltava contra os seus inimigos, e era lindo vê-lo trazer a morte à porta de alguém. Tanto poder desperdiçado por um alfa que deixava a suas emoções controlarem as suas ações! Tomo um gole da minha vodka e sinto-a descer queimando na garganta. Podia beber à vontade que não ficaria bêbado, e agradecia à deusa pela resistência dos lobisomens. Vejo o meu convidado aproximar-se à distância; ele caminha na minha direção com passos firmes e senta-se à minha frente. Quando retira o capuz, sorrio ao ver de quem se tratava. — Você. — Digo com um sorriso de canto. — Sim, eu. — Paola olha com desdém para o assento à sua frente. Ela pega um lenço do bolso e passa sobre o assento antes de se sentar, um comportamento típico de uma patricinha. — Como vai a vida, Paola? — pergunto, e ela me lança um olhar de ódio. — Como acha que está, seu i****a! — Apenas dou risada do comportamento dela. Paola não era minha melhor opção para uma aliança; era muito explosiva e não sabia se controlar, mas conhecia bem a Luna de Fenrir e seria essencial para que o meu plano desse certo. — Quanto mau humor, Paola. — Digo rindo, tomando mais um gole da minha bebida. — Diga logo o que quer, Roderick. Tenho mais o que fazer do que perder o meu tempo com um ninguém como você — diz ela enquanto olha para suas unhas bem feitas. Observo Paola com curiosidade. Para alguém que perdeu o pai, ela estava bem, sem nenhum traço de dor pela perda. Mas, sendo Paola, não era de se esperar outra coisa. — Você sabe o que eu quero, Paola. — Claro que sei — diz ela, inclinando-se na minha direção com um sorriso no rosto. — Você quer a minha querida irmãzinha. — Podia ver nos olhos de Paola a inveja e o rancor pela vida que a sua irmã levava naquele momento. Para mim, aquilo era ótimo; poderia manipulá-la usando a sua vaidade a meu favor. — Você é esperta, e gosto disso. — Paola era muito superficial e gostava de ser mimada. Eu odiava isso, mas não havia outra forma de conseguir a sua ajuda. — Que pena que você não é importante, Roderick. Poderíamos nos dar bem, mas, infelizmente, você é apenas mais um inútil descartável. — Trinco os dentes ao ver o sorriso dela. Aquela c****a pensava que eu era igual aos idiotas ao seu redor. — Olha só quem fala em ser descartável, justamente quem foi jogada fora como lixo pelo alfa Fenrir — digo rindo, e vejo o seu rosto se fechar. — Você é desprezível, Roderick — diz ela, fulminando-me com o olhar. — Obrigado, Paola, mas não precisa me bajular. — Vejo que as minhas palavras não eram o que ela queria ouvir, mas não esconderia quem eu era realmente por causa dela. — Pelo que vejo, um canalha sabe reconhecer outro — diz ela rindo, com o humor mudando radicalmente. — Eu vou te ajudar, Roderick, porque desejo vingar-me da minha irmã; ela tem que pagar por roubar o que é meu. Não digo nada. Paola não estava no seu juízo perfeito para discutir comigo. O melhor seria usá-la para o que eu precisava, e depois, quem sabe, ela não sofresse um “acidente” fatal. Paola era uma testemunha que eu planejava remover do meu caminho assim que conseguisse o que queria. — Então temos um acordo, Paola — digo, estendendo a mão para ela. Um tanto relutante, ela aperta minha mão. — Temos, Roderick. A partir de hoje somos aliados — diz ela com um sorriso sinistro no rosto. — Não vejo a hora de ver os nossos inimigos queimarem. A risada de Paola enche o bar, chamando a atenção das pessoas ao redor. Ela pega o meu copo e vira o restante da minha bebida num único gole. — Está muito confiante, não acha? — pergunto. — Isso é porque sei de algo que pode mudar tudo, e não vejo a hora de usar isso — responde ela rindo. O meu rosto se fecha, e percebo que terei que ter cuidado com Paola. Até descobrir qual era sua “carta na manga”, eu precisava ser cuidadoso.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD