Primeira Transformação II

1121 Words
**Diana** Depois da surpresa de Dante, arrumo-me rapidamente, pego na sua mão e saio correndo pela porta do quarto. Precisava falar com Zara; queria saber como ela estava depois do que tinha acontecido e sabia também que ela ficaria zangada por eu não ter contado antes que Dante era o meu companheiro. Assim que chegamos à sala para tomar o café da manhã, Zara e o Alfa Fenrir já estavam à mesa. Vejo um sorriso curvar os lábios de Zara ao ver as minhas mãos nas de Dante. — Bom dia, Alfa Fenrir, Luna Zara — digo, curvando-me antes de me sentar para o café da manhã. — Desde quando me chama de Luna? — pergunta Zara com um sorriso de canto. — Devia ter feito antes, mas tanta coisa aconteceu que acabei me esquecendo — digo, um pouco sem graça. — E por que não me contou que Dante era seu companheiro? — Esqueci — digo, corando, mas para minha surpresa, Zara ri. — Fico feliz que tenha um companheiro tão bom e protetor quanto ele — diz ela, sorrindo, e depois vira-se para Dante. — Espero que cuide bem da minha amiga, Dante; ela é um verdadeiro tesouro. — Não precisa se preocupar com isso, Luna, farei o meu melhor — diz Dante, dando um beijo na minha mão. — Podem parar, vocês dois, isso está me dando calafrios — diz o Beta Ethan, entrando na sala com Sam e outra mulher. — Espera até ele ter a dele, Dante; aí vai poder dar o troco — diz a mulher, rindo. — Desculpa o incómodo, Alfa, mas a minha companheira estava ansiosa para conhecer a Luna — diz Sam, enquanto se aproxima de nós sorrindo. Olho com atenção para a mulher ao lado dele; era baixa e tinha olhos castanhos, e o seu cabelo preto e longo estava preso numa trança que descia pelas costas. Ela tinha um sorriso gentil no rosto. — Já imaginava que isto fosse acontecer — diz Fenrir, rindo. — Isso porque esquece os amigos — diz ela, dirigindo-se a Zara. — Eu sou Any, Luna, companheira de Sam. — É um prazer, Any — diz Zara, um tanto sem graça, mas Any puxa-a para um abraço apertado. — E você deve ser Diana, aquela que conseguiu fisgar o coração deste guerreiro taciturno — diz ela, puxando-me para um abraço. Gostei dela; podia ver a sinceridade nas suas palavras. — Não preciso de lobas que não são minha companheira por perto — diz Dante, puxando-me dos braços dela. Eu coro; ainda era difícil me acostumar com aquele carinho que ele sempre demonstrava por mim. — Deixa-me adivinhar — diz ela, colocando a mão no queixo. — Natália? — Sim — responde ele, sorrindo. — Já estava na hora dela passar vergonha; aquela garota não se cansa — diz Any, bufando. — Acho que perdi algumas coisas — diz Zara, sorrindo. — Natália é a empregada da sorveteria, Luna; ainda vai ter a chance de conhecê-la — diz Any. Zara apenas sorri. Eu tinha algumas coisas para contar-lhe, e pela forma como a sua sobrancelha se arqueava, sabia que ela não me deixaria em paz até que eu contasse tudo. O nosso café da manhã foi animado, e eu e Zara gostámos muito de Any; ela era espontânea e divertida, entretendo-nos com as suas histórias. Depois de terminarmos o café da manhã, Any partir com Sam, Zara puxa-me até o jardim da casa da alcateia. Sentámo-nos no gramado, aproveitando o sol da manhã. O dia estava bonito, e eu podia ouvir com mais atenção os sons que vinham da floresta. Perguntava-me como pude viver tanto tempo sem aquilo. — A nossa vida mudou tanto em tão pouco tempo — diz Zara, deitada na grama com os olhos fechados. — Verdade; até alguns dias atrás estávamos planejando fugir da alcateia do Alfa James — digo, sorrindo. — E sei que teríamos conseguido; somos guerreiras, Diana. Desistir não está no nosso sangue — diz Zara, abrindo os olhos e olhando para mim. Nos seus olhos eu via apenas a tranquilidade de alguém que tinha encontrado o seu lugar. — Verdade, você sempre cuidou de mim — digo. — Mas me conta, como descobriu que Dante era seu companheiro? — pergunta ela, e vejo a curiosidade brilhar nos seus olhos. — Na verdade, comecei a sentir um cheiro agradável vindo dele e, à medida que o tempo passou, isso foi ficando mais forte, até ao dia em que entrei no seu quarto — digo, corando. — Me lembro, você estava bastante agitada. — Sim, acabei perdendo o controle e quase sentei no colo dele — digo, e vejo os olhos dela arregalarem-se. — Não acredito! — exclama ela. — Sim, quase morri de vergonha, e depois daquilo ele foi me acordar e eu o agarrei no meu quarto. Estava tão confusa, Zara, que acabei chorando agarrada a ele — digo, tapando o rosto com a mão. — Mas porquê? — Sentia-me atraída por ele, e o cheiro dele ficou tão forte que me atraía ainda mais que antes; estava confusa com tudo aquilo sem saber o que estava acontecendo. Então ele contou-me que éramos companheiros — digo, resumindo a história. — Posso entender isso. — Foi um alívio saber o porquê de me comportar assim. — E não teve medo? — pergunta ela. Zara sabia que eu era um “bichinho assustado”; ela conhecia-me bem. — Sim, mas o vínculo de companheiro não me deixa ter medo dele, e depois de tudo o que ele fez por mim, jamais o afastaria. - Isso é a mais pura verdade; Dante é o meu companheiro, e sinto o carinho que tenho por ele crescer cada dia mais. — Apesar de ser assustador, sei que Dante é um bom homem; posso ver nos olhos dele o quanto ele te ama — diz Zara, sorrindo. — Pensei muito, Zara, e estamos começando uma nova vida. Quero esquecer tudo o que aconteceu e seguir em frente — digo. — E tem razão; vou tentar fazer o mesmo — diz ela com um suspiro. — Ainda está chateada por James não ser seu pai? — pergunto. — Na verdade, estou aliviada por ele não ser meu pai — diz ela, tranquilamente. — Não fiquei triste ao saber disso, Diana; fiquei triste por nunca terem me contado. Teria sofrido menos se soubesse. — Será, Zara? Tudo tem um motivo, e James não é a pessoa mais confiável que já conheci — digo-lhe. — Também pensei nisso. Há algo nesta história que não encaixa, mas vou dar um jeito de descobrir, isso eu garanto. — Pelo olhar determinado dela, eu sabia que ela não desistiria.
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