**Diana**
Acordo no outro dia sentindo braços fortes à minha volta. Dou um pulo da cama, assustada, o meu peito subindo e descendo de forma agitada. Quando olho novamente para a cama, encontro o olhar sonolento de Dante.
— Volta para a cama, pequena. — diz ele, estendendo a mão para mim.
Aquilo me confundia; perguntava-me quando ele tinha entrado no meu quarto, já que só me lembrava de ter deitado e dormido. As coisas que tinham acontecido no dia anterior ainda estavam presentes na minha mente.
— O que está fazendo no meu quarto, Dante? — pergunto, sem entender.
— Ontem passei para ver se estava bem, e, quando me aproximei da sua cama, você me agarrou e não me deixou levantar mais. — diz ele, com um sorriso convencido nos lábios.
— Eu? — pergunto, surpresa. Aquele não era o meu comportamento habitual.
— O seu lobo, Diana. — diz ele apenas.
Levo um susto ao pensar que naquele dia estava a fazer dezoito anos oficialmente; teria finalmente o meu lobo. Quando penso nisso, sinto o cheiro de Dante a me envolver, e, como se ele fosse um íma, vou na sua direção, jogando-me nos seus braços. O meu nariz vai direto para o seu pescoço, procurando aquele lugar que em breve teria uma marca minha.
Ouço-o gemer quando os meus lábios tocam o seu ombro, no lugar de marcação. Não tinha muito controle sobre o que estava fazendo, apenas tinha uma necessidade louca de estar mais perto dele.
— Diana. — ouço a sua voz rouca, e aquilo apenas acende ainda mais o desejo que havia em mim. Era como se o cheiro e a voz de Dante fossem a melhor coisa do mundo, e, para mim, realmente sempre seriam.
Os meus lábios sobem pelo seu pescoço; mordo a sua orelha e sinto o seu corpo tremer debaixo do meu. O riso irrompe dos meus lábios ao perceber o que poderia causar nele. Aquilo não era comum para mim; sempre fui mais retraída e jamais faria aquilo de forma espontânea. Mas havia algo no meu contato com Dante que me fazia desejar mais daquelas reações dele, e agora que sabia que éramos companheiros, já não ficava assustada com as reações que o meu corpo tinha.
— Diana, é melhor parar — diz ele, ofegante, as suas mãos segurando com firmeza a minha cintura. — Posso sentir o cheiro da tua excitação, pequena, e isso está me enlouquecendo.
Gostava de ouvir aquilo, saber que ele gostava do que eu estava fazendo, e mesmo no meio daquela névoa de desejo que nublava a minha mente, eu podia sentir algumas reações que eram apenas minhas, incluindo o fato de estar em paz com Dante como o meu companheiro. Aquilo assustou-me quando ele me contou, mas também percebi que Dante sempre me tratou com respeito, nunca ultrapassando a linha que eu tinha colocado entre nós. Na verdade, era sempre eu que passava essa linha.
Tinha passado por coisas terríveis ao longo da minha vida e vi em Dante a oportunidade de mudar isso. Só de pensar nos seus avós amorosos, eu sorria, pois sabia que eles também seriam meus, e aquele carinho gostoso que eles davam aos outros também seria dado a mim. Sinto quando Dante segura as minhas mãos e nos vira na cama, prendendo-me entre as suas pernas. Eu ria ao ver a cara frustrada dele.
— Está achando isto divertido? — pergunta ele, inclinando-se sobre mim, mantendo as minhas mãos presas acima da minha cabeça.
— Gosto dos sons que faz. — admito, sentindo as minhas bochechas corarem.
Vejo a surpresa nos seus olhos e um sorriso curvar os seus lábios.
— Posso imaginar que perdeu o medo de mim. — diz ele, tranquilo.
— Hoje, acordei estranha. Não tenho medo de você, só queria ficar mais perto. Tem um cheiro bom. — perguntava-me como estava dizendo tudo aquilo sem desejar enfiar a cabeça num buraco. Quando vejo a expressão de Dante, percebo que estava fazendo o certo; ele tinha um rosto feliz ao olhar nos meus olhos.
— Feliz aniversário, docinho. — diz ele, dando-me um beijo na testa e afastando-se.
Sento-me na cama, animada, observando-o pegar uma caixinha que estava ao lado. Os meus olhos brilham quando ele me entrega a caixa e espera que eu a abra.
— É a primeira vez que ganho algo. — digo, largando a caixa e jogando-me nos seus braços. — Obrigada.
— Não me agradeça, e, se depender de mim, tera muito mais no futuro. — diz ele, acariciando os meus cabelos.
Solto Dante e, com um gritinho animado, pego a caixa novamente. Ouço a risada dele com o meu gesto. Quando abro a caixa, vejo aninhada uma pulseira. Pego-a com cuidado e olho os detalhes; era de couro castanho e tinha dentro quatro pingentes. Ao notar o que eram, foi inevitável que as lágrimas descessem pelo meu rosto.
— Não chore, quero que esteja feliz hoje. — diz ele, limpando o meu rosto.
— É tão lindo. — digo, ainda olhando os pingentes. Havia quatro: o primeiro era um senhor, eu e Dante estávamos no meio, e, no final, uma senhora. Ele tinha mandado fazer a nossa família.
"Nossa família". O som era doce aos meus ouvidos, pois já me considerava parte da família dele, e sabia que amaria os seus avós com a mesma intensidade que eles me amariam. Eu deixaria o meu passado para trás e me focaria apenas no presente; estava na hora de viver de verdade, e eu começaria com o homem antes assustador à minha frente.
Com cuidado, Dante pegou a pulseira das minhas mãos e colocou no meu pulso. Eu olhava para ela com um largo sorriso no rosto, e jamais esqueceria que o primeiro presente que recebi foi do meu companheiro.
— Ficou perfeita em ti. — diz ele, olhando para o meu pulso.
— É a coisa mais maravilhosa que já ganhei na minha vida. — digo, voltando a abraçá-lo.
— Você é a coisa mais maravilhosa que já ganhei. — diz ele, abraçando-me ainda mais apertado.