Amanheceu e o grande baile de máscaras seria naquela noite, e a mansão Alvares estava a poucas horas de se transformar no centro das atenções da alta sociedade do Jardim Europa. Isabela estava sentada diante de um enorme espelho de moldura dourada, cercada por uma equipe de estilistas, maquiadores, e um cabeleireiro visivelmente impaciente.
— Isabela, pelo amor de Deus, pare de se mexer! Exclamou Marco, o cabeleireiro renomado que o seu pai insistira em contratar para a ocasião. Ele segurava uma mecha de cabelo dela com uma das mãos e um secador na outra, a sua expressão um misto de frustração e preocupação. – Se você continuar se movendo desse jeito, o seu penteado vai acabar parecendo uma obra de arte moderna... e não do bom tipo.
Isabela suspirou, lançando um olhar meio irritado para Marco através do espelho.
— Desculpa, Marco. Eu só estou um pouco nervosa, sabe? Este baile é muito importante para o meu pai e para mim. Ela falou, pensando que sim, esse seria seu baile.
Marco bufou, mas suavizou um pouco o tom.
— Entendo, querida. Mas, para seu pai, todo evento é importante. Ele sabe criar espetáculo, mas não vai fazer diferença se o seu cabelo não estiver perfeito. Agora, por favor, fique quieta, ou vou acabar tendo que recomeçar tudo do zero.
Isabela fez uma careta, mas tentou manter-se imóvel.
— Estou tentando. É só que... parece que tudo está se movendo tão rápido. Ontem eu estava com Juliano, e hoje... hoje é tudo sobre máscaras e danças.
— Se você acha que está rápido agora, espere até as fofocas começarem. Marco comentou com um sorriso irônico, enquanto ele ajustava os cachos meticulosamente. – Mas sério, Isabela, hoje você tem que relaxar e aproveitar. Esse baile é uma grande oportunidade para você brilhar, e quem sabe, talvez para Juliano perceber o que está perdendo, hein?
Isabela soltou uma risada breve, tentando esconder o nervosismo.
— Eu duvido que Juliano se importe tanto quanto você pensa, Marco. Mas obrigada pelo apoio moral.
Marco revirou os olhos dramaticamente.
— Querida, você é deslumbrante. Juliano seria um t**o se não notasse. Agora, por favor, não estrague meu trabalho. Ele continuou a arrumar os cachos, seus dedos se movendo com precisão e rapidez. — Já estive em desfiles e festas importantes, mas seu pai realmente sabe como fazer um evento que vai deixar todos falando por semanas.
Isabela assentiu, pensando no quão elaboradas eram as preparações para o baile.
— Sim, meu pai realmente se supera quando se trata de impressionar. Espero que tudo corra bem.
Marco deu uma última ajeitada nos fios soltos e, finalmente, deu um passo para trás, examinando seu trabalho com um olhar crítico.
— Perfeito! Agora sim, digna de um verdadeiro baile de máscaras. Só por favor, não toque no cabelo até o final da noite.
Isabela se levantou devagar, admirando o resultado no espelho. Seus cabelos estavam cuidadosamente presos em um penteado elegante, adornado com pequenas pérolas que brilhavam à luz suave do quarto. Ela deu um sorriso grato a Marco.
— Obrigada, Marco. Você é um gênio.
— Sim, sim, eu sei. Ele respondeu com um sorriso autossuficiente. – Agora vá e mostre a todos que você é a verdadeira estrela desta noite.
Isabela respirou fundo e, por um momento, esqueceu-se do nervosismo. Ela sabia que essa noite não era apenas um baile; era a chance de mostrar que estava pronta para o que viesse a seguir, seja lá o que isso significasse.
O tema da festa era “Noite em Versailles” Inspirado no Palácio de Versailles, com trajes de corte, perucas e máscaras ornamentadas,
Ela estava em seu quarto, rodeada por uma equipe de estilistas e assistentes que finalizavam os últimos ajustes do seu traje. Seu pai havia insistido para que tudo estivesse à altura da corte francesa, com trajes exuberantes, perucas altas e máscaras ornamentadas.
Ela estava prestes a vestir o traje escolhido para a noite: um vestido deslumbrante de seda dourada, com delicados bordados de flores e arabescos que cintilavam à luz das velas. O corpete era justo, acentuando sua cintura, enquanto a saia se abria em um volumoso rodado de camadas que caíam com uma graça imponente até o chão. Mangas bufantes terminavam em rendas finas que cobriam parcialmente suas mãos. Ao redor do decote quadrado, uma cascata de pérolas adornava o tecido, dando um toque ainda mais requintado ao conjunto.
— Esse vestido é um sonho. Murmurou Isabela, deslizando as mãos sobre o tecido delicado. As pérolas reluziam com cada movimento, e a seda parecia se moldar perfeitamente ao seu corpo, refletindo a luz suave que entrava pelas janelas de seu quarto.
Uma estilista ajeitava a peruca elaborada, uma criação magnífica de cachos empilhados e pequenas flores douradas entremeadas aos fios, dando-lhe um ar de rainha. Ao contrário de muitos dos adereços pesados e rígidos, a peruca fora feita sob medida para ser leve e confortável, ainda que mantivesse toda a pompa exigida pelo tema.
— Você está deslumbrante, senhorita. Comentou uma das assistentes, ajustando os últimos detalhes das mangas. – Certamente será o destaque da noite. Todos vão ficar sem palavras.
Isabela sorriu, ainda um pouco nervosa, mas encantada com o reflexo que via no espelho. – Espero que sim. Meu pai colocou tanta expectativa nessa festa...
A última peça foi entregue a ela: uma máscara dourada, ricamente ornamentada com plumas brancas e pequenas pedras que cintilavam como diamantes. Isabela a segurou por um momento, admirando o trabalho delicado, antes de colocá-la suavemente sobre o rosto. A máscara cobria metade do seu rosto, deixando apenas seus olhos azuis visíveis, brilhando com uma mistura de ansiedade e excitação.
Ela deu uma última olhada no espelho. A combinação do vestido, da peruca e da máscara transformava-a em uma figura saída diretamente dos salões de baile de Versailles. Cada detalhe fora meticulosamente planejado para fazer dela uma verdadeira dama da corte francesa, uma visão de opulência e elegância.
— Pronta, senhorita? Perguntou uma das assistentes, segurando um leque adornado com penas douradas, o toque final para seu traje.
Isabela pegou o leque e abriu-o com um movimento gracioso, experimentando como os pequenos gestos poderiam parecer mais grandiosos com aquele adereço.
— Sim, estou pronta.
Enquanto saía do quarto, acompanhada por sua equipe, Isabela sentiu o peso da expectativa e a magia da noite se aproximando. As portas da mansão iriam se abrir em breve para o grande baile, e ela sabia que, independentemente do que acontecesse, todos os olhos estariam voltados para ela.
Era a noite de Isabela, e ela estava determinada a brilhar como nunca.
A noite finalmente começara, e a mansão Alvares estava iluminada como nunca antes, transformada em um verdadeiro palácio digno de Versailles. No exterior, carros luxuosos desfilavam pela entrada, um após o outro, liberando seus passageiros que chegavam vestidos com trajes deslumbrantes, enfeitados com perucas altas e máscaras ornamentadas. Luzes cintilantes destacavam os detalhes da fachada da mansão, enquanto flashes de câmeras imortalizavam a entrada dos convidados.
Fotógrafos e repórteres se aglomeravam à porta, capturando cada chegada com entusiasmo. As escadarias de mármore, adornadas com flores e candelabros brilhantes, levavam os convidados a um saguão onde o tema "Noite em Versailles" tomava forma em cada detalhe — das tapeçarias aos imensos espelhos dourados que refletiam o brilho das joias e as cores vivas dos trajes.
Isabela observava a movimentação de uma sacada interna, sentindo a excitação crescer com cada novo grupo que adentrava a mansão. Ela sabia que aquela noite seria grandiosa, e estava determinada a representar sua família com graça e elegância. Estava a poucos passos de descer para se juntar aos convidados quando uma das organizadoras da festa, uma mulher elegante com um vestido azul marinho e cabelos perfeitamente presos em um coque, se aproximou com um sorriso polido.
— Boa noite, senhorita Isabela. Disse a mulher, curvando-se levemente em um gesto de respeito. – Espero que esteja gostando do que preparamos. Seu pai quis garantir que tudo fosse impecável.
Ela retribuiu o sorriso, olhando ao redor e admirando a decoração impecável.
— Está tudo maravilhoso, obrigada. m*l posso esperar para descer.
A organizadora assentiu, estendendo um pequeno cartão decorado com motivos florais dourados, o papel fino e elegante, claramente feito para a ocasião.
— Aqui está o seu cartão de participação. Todas as moças solteiras da festa terão que preencher este cartão ao longo da noite.
Isabela pegou o cartão, franzindo o cenho levemente enquanto o examinava.
— Preencher o cartão? Como assim?
A organizadora riu suavemente, explicando com entusiasmo.
— A ideia é que cada uma de vocês arrecade o maior valor possível para doação a uma instituição de caridade que você escolher. Para isso, cada vez que alguém convidá-la para dançar, você poderá pedir uma doação. Ao final da noite, a moça que arrecadar o maior valor será premiada, e a instituição escolhida receberá uma doação em nome da sua família.
Isabela piscou, surpresa, mas ao mesmo tempo intrigada.
— Então... é uma competição de arrecadação?
— Exatamente. Confirmou a organizadora. – Uma maneira divertida de engajar nossos convidados e ao mesmo tempo contribuir para uma causa nobre. E, claro, quem sabe você não termina a noite com um parceiro de dança especial? A mulher piscou, seu sorriso carregado de segundas intenções.
Isabela riu suavemente, escondendo a leve ansiedade que sentia. Ela sabia que seu pai sempre tinha segundas intenções em eventos como aquele — cada movimento, cada interação era calculada para fortalecer os laços e aumentar a influência dos Alvares na sociedade.
– Parece interessante. Ela respondeu, guardando o cartão. – Escolherei a instituição com cuidado.
A organizadora assentiu, satisfeita.
— Ficaremos de olho, senhorita Isabela. Tenho certeza de que será um grande sucesso. Aproveite a noite.
Enquanto a mulher se afastava, Isabela voltou sua atenção para o cartão, refletindo sobre a proposta. Embora soubesse que tudo aquilo era mais uma jogada estratégica, havia algo intrigante na ideia de participar. Era uma chance de se destacar não apenas pela aparência, mas também por algo mais significativo.
Ela respirou fundo, ajeitando sua máscara uma última vez, e começou a descer as escadas com passos graciosos. A música suave da orquestra ecoava pelo salão, e os olhares se voltaram para ela à medida que descia, todos os detalhes do seu traje cintilando à luz dos candelabros.
A noite estava apenas começando, e Isabela sabia que teria muito mais do que danças e sorrisos para conquistar.
Enquanto Isabela descia as escadas, seus pensamentos estavam voltados para a competição e para o cartão que segurava delicadamente entre os dedos. Ela sabia que aquela era uma grande oportunidade para se aproximar ainda mais de Juliano. Se ele realmente correspondesse aos sentimentos dela, talvez pudesse ser generoso o bastante para fazer a maior doação da noite, poupando-a de ter que se entreter com outros homens para arrecadar o valor necessário para vencer.
— Juliano é sempre tão generoso. Ela pensou, um pequeno sorriso surgindo em seu rosto. – Se eu conseguir convencê-lo a participar, não precisarei me preocupar com mais ninguém.
Os salões da mansão estavam lotados, e Isabela conseguia avistar, entre máscaras e perucas, figuras familiares e outras que jamais havia visto antes. As músicas barrocas tocadas pela orquestra enchiam o ambiente de uma atmosfera mágica, que parecia transportar todos para os tempos áureos da corte francesa. Ainda assim, sua mente estava focada em apenas um objetivo: encontrar Juliano.
Ela percorreu o salão, cumprimentando conhecidos e acenando graciosamente para os convidados que a observavam com curiosidade. Cada passo que dava, seu olhar varria o ambiente em busca da figura familiar de Juliano. Ele estava ali em algum lugar, ela sabia, e aquela era sua chance de fazê-lo perceber que ela poderia ser mais do que apenas uma amiga ou conhecida de longa data.
Ao chegar ao centro do salão, Isabela finalmente avistou Juliano, conversando com um grupo de homens influentes próximos ao bar. Ele estava deslumbrante, como sempre, em um traje azul profundo com detalhes prateados, sua máscara elegantemente esculpida em tons metálicos que destacavam seus olhos intensos.
Respirando fundo, Isabela aproximou— se, esperando o momento certo para interromper a conversa com delicadeza. Juliano notou sua presença antes mesmo de ela falar, um sorriso surgindo em seus lábios ao vê-la. Ele se afastou dos outros e curvou— se levemente em um gesto cortês.
— Isabela, você está radiante. Disse Juliano, seu olhar admirando o traje dela com evidente apreciação. – Posso dizer que você é a visão mais encantadora deste salão.
Isabela corou, satisfeita com o elogio.
— Obrigada, Juliano. E você está... simplesmente perfeito. Quase parece o próprio rei.
Juliano riu, encantado.
— Se sou o rei, então você certamente é a rainha desta noite.
Ela retribuiu o sorriso, seu coração batendo um pouco mais rápido. Segurou o cartão em suas mãos, tentando não parecer ansiosa.
— Eu recebi uma tarefa interessante esta noite. Começou, levantando o cartão para ele ver. – As moças solteiras precisam arrecadar doações durante o baile, e claro, pensei que talvez você pudesse ser meu primeiro cavalheiro e... quem sabe, o único de que vou precisar?
Juliano ergueu uma sobrancelha, claramente intrigado. Ele pegou o cartão das mãos de Isabela e examinou-o, lendo as instruções antes de voltar seu olhar para ela.
— Então, é uma competição? Ele sorriu de forma provocativa. – E você está tentando ganhar?
Isabela assentiu, mantendo o olhar confiante.
— Você sabe que eu adoro um desafio. Mas, com a sua ajuda, eu posso garantir o maior valor sem precisar entreter outros cavalheiros.
Juliano ficou em silêncio por um momento, como se ponderasse a proposta. Seus olhos encontraram os de Isabela, e por um instante, ele pareceu considerar o que estava em jogo.
— Bem, eu adoraria ajudar, Isabela. Mas sabe como são essas noites... há tantas distrações. Prometo que contribuirei, mas talvez seja mais divertido para você explorar outras opções também.
Ele entregou o cartão de volta a ela, e Isabela sentiu uma leve decepção, embora tentasse não demonstrar. Juliano estava sempre cercado por compromissos e interesses próprios, e naquele momento, ficava claro que ele não estava disposto a se comprometer como ela esperava.
— Entendo. Ela respondeu com um sorriso forçado, escondendo a frustração. – Então, aproveitarei a noite para explorar.
Juliano beijou sua mão com um gesto elegante, sem perceber a decepção oculta em seus olhos.
— Tenho certeza de que você se sairá bem, Isabela. Afinal, ninguém pode resistir ao seu charme.
Isabela assentiu, disfarçando seu desapontamento enquanto Juliano se afastava para retornar à conversa com os outros homens. Aquela não era a resposta que esperava, mas Isabela sabia que precisava manter a compostura. A noite ainda estava apenas começando, e ela teria que encontrar outra maneira de alcançar seu objetivo.
Ainda distraída com a cena de Juliano e Bianca, caminhava lentamente pelo salão, sem realmente prestar atenção ao redor. Estava perdida em seus pensamentos, tentando traçar mentalmente uma estratégia para se aproximar de Juliano novamente quando, de repente, alguém esbarrou nela, interrompendo seu fluxo de ideias.
Ela deu um pequeno s para trás, surpresa, e viu seu cartão de arrecadação cair de suas mãos, deslizando pelo chão polido do salão. Enquanto se abaixava para pegá-lo, um homem já estava à sua frente, agachando-se rapidamente. Ele usava um traje elegante preto e branco, reminiscente de um elegante aristocrata do século XVIII. A máscara que cobria a parte superior de seu rosto era detalhadamente trabalhada, escondendo sua identidade por completo, exceto pela boca visível e um queixo forte.
— Perdoe-me pelo descuido, senhorita. Disse ele com uma voz firme e controlada, que parecia carregar uma mistura de charme e mistério. – Não foi minha intenção esbarrar em você.
Isabela, ainda um pouco atordoada, tentou sorrir para o homem.
— Não foi nada, eu que estava distraída.
O homem segurava o cartão entre os dedos, examinando-o por um instante antes de erguer o olhar para Isabela.
— Interessante esse pequeno jogo de arrecadações. Creio que estejam tentando engajar os convidados a se envolverem mais, não?
Isabela assentiu, ainda sem reconhecer o homem. Ela notou que ele não parecia estar interessado em uma conversa superficial, mas sim em algo mais profundo, como se tivesse visto mais do que os outros ali presentes. Sem que ela pudesse responder, ele tirou uma caneta de dentro de seu casaco e, com um movimento rápido e preciso, assinou o cartão. Não havia um nome ou identificação clara, apenas uma rasura. Uma marca que parecia intencionalmente enigmática.
Isabela piscou, surpresa.
— Ah... obrigada, mas...
O homem devolveu o cartão com um sorriso que parecia tanto cortês quanto enigmático.
— Às vezes, o que parece um erro pode se tornar uma oportunidade, senhorita. Tenha uma boa noite e boa sorte com sua arrecadação. Ele se afastou antes que Isabela pudesse dizer qualquer outra coisa, desaparecendo entre a multidão como uma sombra que se esvai.
Isabela olhou para o cartão, confusa com o gesto. A assinatura não era uma doação comum, mas ainda assim, contava como um ponto. No entanto, o valor inscrito ao lado da rasura era muito , bem mais do que Juliano pudesse contribuir. Quem quer que fosse aquele homem, havia contribuído com uma quantia generosa, o suficiente para colocar Isabela em primeiro na competição.
Ela levantou o olhar, tentando localizar o homem novamente, mas ele parecia ter sumido no mar de máscaras e trajes luxuosos. Um arrepio percorreu sua espinha. Algo naquela interação a deixou inquieta, mas ela não conseguia identificar o quê.
— Espero não estar atrapalhando, Isabela. Disse Juliano, com aquele tom suave e levemente provocativo que ele usava tão bem. Ele sorriu para ela, os olhos brilhando sob a luz dos lustres. Estava elegante, como sempre, usando um traje luxuoso que remetia à nobreza francesa, completo com uma máscara dourada que cobria parte de seu rosto. Ele parecia uma figura saída de um conto de fadas, e o coração de Isabela deu um leve s.
— Juliano. Respondeu ela, virando-se para encará-lo, tentando esconder a leve surpresa que sentia. – Eu estava começando a achar que você havia me esquecido esta noite.
Juliano soltou uma risada baixa, um som que parecia íntimo, quase como se fosse só para ela.
— Esquecer de você? Jamais, querida. Apenas estava preso em algumas... conversas. Ele lançou um olhar rápido na direção onde Bianca ainda estava, agora envolvida em outra conversa com um grupo de empresários. – Mas agora, estou totalmente à sua disposição.
Ele fez um gesto exagerado de reverência, pegando a mão de Isabela e levando-a aos lábios. O toque quente e a suavidade do gesto a fizeram corar levemente. Juliano sempre soube como fazê-la sentir-se especial, e ela se deliciava com essa atenção.
— Posso ter a honra de contribuir com o meu nome e... quem sabe, o maior valor desta noite?
Internamente, Isabela achou que seria impossível Juliano doar um valor maior.
— Eu ficaria muito grata, Juliano. Tenho certeza de que sua contribuição fará toda a diferença. Ela falou mais por educação.
Juliano pegou o cartão com um sorriso confiante e tirou sua própria caneta do bolso interno do casaco.
— Sabe. Disse ele enquanto assinava. – Não é apenas pelo valor. É por você, Isabela. Sempre por você.
Ele escreveu seu nome com um floreio elegante e adicionou uma quantia que superava todas as anteriores. Isabela observou, sentindo uma mistura de orgulho e excitação. Juliano entregou o cartão de volta, seus dedos roçando os dela de forma deliberada, prolongando o toque por mais alguns segundos.
— E agora? Juliano perguntou, inclinando-se um pouco mais perto, a voz baixa e íntima. – Com a minha assinatura, acredito que você já tenha garantido uma boa vantagem. Talvez possamos aproveitar a noite um pouco mais... a sós?
Ela leu a assinatura de Juliano, contudo o valor embora, era bem inferior do que o anterior. Mas, como ele mesmo disse, era por ela. Somente por ela. Isabela sentiu o coração acelerar. Era exatamente o que ela desejava desde o começo da noite: a atenção exclusiva de Juliano, longe de qualquer distração. Ela mordeu o lábio, fingindo considerar a proposta, embora soubesse exatamente qual seria sua resposta.
— Eu adoraria. Respondeu ela suavemente, deixando que um sorriso tímido se formasse em seus lábios. – Mas não podemos esquecer que ainda há muitas danças e... doações a serem feitas.
Juliano sorriu, inclinando-se para sussurrar em seu ouvido.
— Essas danças podem esperar. Esta noite, Isabela, eu estou onde você estiver.
Ele se afastou, seus olhos fixos nos dela, prometendo algo mais do que apenas um flerte inocente. Enquanto ele a conduzia de volta para o salão, Isabela sentiu que, finalmente, estava conseguindo aquilo que tanto desejava: a total e indivisível atenção de Juliano. Pelo menos, por agora.