Damon POV
"Por que você está se afastando? Devíamos matá-lo por pensar que pode tocar a Elle", Slade rosna em minha mente. Se eu deixasse Slade ter controle no pátio, o vira-lata teria sido morto instantaneamente.
"Você sabe que não posso fazer isso. Você sabe quem é o pai de Theo?", pergunto ao lobo irritado que anda de um lado para outro em minha mente, e posso sentir sua frustração por estar preso aqui enquanto outro homem está perto do que ele considera seu.
"Não me importa se ele é um santo. Ele precisa morrer por tocar a Elle", Slade fuma novamente, se recusando a ver o quadro geral.
"O pai de Theo é um m****o do conselho; temos que ser cautelosos em nossas interações com ele", digo ao lobo furioso, que praticamente espuma pela boca.
"Então ele tem o papai o protegendo?", pergunta Slade, que finalmente começa a ver a razão por trás de minha calma.
"Por enquanto", é tudo o que eu digo a Slade. Ele tem a proteção de seu pai agora, mas eu encontrarei uma maneira de contorná-la. Preciso descobrir como, mas encontrarei um jeito. Slade parece satisfeito com minha resposta e recua até ouvir o fim da conversa entre Matt e Andrew, ficando furioso novamente.
"Tudo bem, Andrew, sua mãe estava certa, a Elle ficou bonita enquanto estávamos fora; ela até arrumou um namoradinho", assim como naquele dia debaixo da árvore de salgueiro anos atrás, Slade assumiu o controle do meu corpo. Minha mão segura Matt pelo pescoço antes de jogá-lo nos armários, tirando-lhe o fôlego.
"Não chame aquele vira-lata de namorado da Elle, entendeu?", Slade rosna, meus olhos negros como a noite fixos em seus olhos cinzentos cheios de medo. Minhas mãos apertam sua garganta, permitindo ele respirar apenas o suficiente para soltar as palavras "Sim, Alfa". Antes de deixá-lo cair no chão e me afastar, sem prestar atenção nos olhares preocupados no rosto de Andrew enquanto me afasto deles. Preciso encontrar um lugar tranquilo para me esconder. Um lugar para me acalmar antes que Slade se liberte e mate todos os machos não-acasalados deste prédio. Eu vi como os outros caras reagiram ao novo estilo da Elle.
Embora eu quisesse arrancar seus olhos cheios de luxúria, não pude deixar de apreciar a beleza com a qual eles estavam encarando. Elle é tão linda quanto eu me lembro, seus olhos me enfeitiçando repetidamente. A ideia de outro homem possuí-los deixa Slade louco de ciúmes.
"Podemos marcá-la..." Slade oferece, deixando a ideia penetrar. Depois de alguns minutos sentado no armário do zelador, considerei as ramificações de marcar a Elle. Decido que é eticamente errado e não vale as complicações.
"Não podemos fazer isso com ela. Ela pode não nos pertencer", minha voz soa derrotada, respondendo a ele. Por mais que eu tente culpar Slade pela minha obsessão por Elle, não era apenas ele que sentia dessa forma. Na realidade, eu estava enfeitiçado por ela desde aquela primeira conversa no escritório de meu pai.
"Sem brincadeira, Sherlock", resmunga Slade em resposta, "ambos éramos dela desde aquele primeiro encontro, assim como ela é nossa agora. Estou te dizendo, Elle é nossa." Sua voz tem uma finalidade tão forte, como se ele tivesse certeza de que ela é nossa companheira, quando nem mesmo tem dezoito anos ainda.
"Tenho certeza absoluta", Slade diz na tentativa de argumentar a favor de marcar Elle sem que ela saiba.
"NÃO, isso é definitivo", grito para ele, esperando que isso encerre essa conversa e acabe com qualquer ideia que ele tenha sobre marcar Elle.
"e******o humano", ele resmunga, voltando para os cantos mais distantes de minha mente resmungando o tempo todo. Com Slade se escondendo, finalmente posso agradecer à Deusa por um pouco de paz.
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Não sei há quanto tempo estou sentado neste armário, Andrew tem tentado se comunicar comigo através da ligação telepática, mas o bloqueio. Não quero lidar com seu julgamento silencioso agora. Em vez disso, prefiro pensar em como Elle mudou durante o verão; há algo de diferente nela. Quase despreocupada, como quando ela se mudou para New Moon pela primeira vez. Será que eu tive algo a ver com sua nova aparência e atitude? O que aconteceu enquanto eu estava fora?
Como se meus pensamentos a chamassem, consigo sentir o cheiro de canela de seu perfume e o som de seus tênis descendo pelo corredor. Conseguiria reconhecer esse som em qualquer lugar. Antes que eu saiba o que estou fazendo, abro a porta do armário do zelador, puxando Elle para dentro da sala escura comigo. A prenso contra a parede com uma mão em seu quadril enquanto a outra a mantém encurralada entre mim e a parede.
"Que diabos?", Elle pergunta, sua voz um pouco trêmula por ter se assustado. "Damon, o que diabos você está fazendo? Me solta!"
"Não", é tudo o que digo até sentir o cheiro daquele vira-lata grudado em sua pele, me fazendo ficar arrepiado. Slade nem mesmo se importa com o cheiro de Theo em sua preciosa Elle. Ele está ofegante como um filhote por tê-la tão perto de nós com minha mão em seu quadril. "Por que eu sinto esse maldito vira-lata em você?"
"Sério, Damon, qual é o problema?", ela desvia minha pergunta ao fazer uma própria.
"Essa é a segunda vez que você me chama de Damon. Não deixe que haja uma terceira vez, Biscuit", digo a ela enquanto aproximo meu rosto do dela, meus olhos nunca a deixando. Seu perfume paira ao meu redor, me impulsionando a beijar seus lábios com força quase machucando, mas eu não faço isso.
"Pararei de te chamar de Damon quando parar de me chamar de Biscuit", ela diz, cruzando os braços sobre o peito e fazendo uma expressão entediada no rosto.
Quando encosto meus lábios em sua orelha, consigo ouvir seu coração acelerando e ver como sua respiração fica superficial. Slade está se exibindo, sabendo que Elle é tão afetada pela nossa presença quanto nós somos por ela. "Nunca deixarei de te chamar de Biscuit".
"Então parece que estamos em um impasse. Você pode me soltar agora?", ela pergunta, olhando para a saída desse armário apertado.
"Não", é tudo o que digo, sem sentir a necessidade de me explicar mais. Raramente preciso me explicar para os outros. Afinal, sou o próximo Alfa.
"O que você quer?", ela exige enquanto bate o pé e mantém os braços cruzados.
"Responda minha pergunta. Por que você cheira a Theo?"
"Talvez eu e ele tenhamos nos beijado no armário de vassouras do corredor", Elle diz com um encolher de ombros e um sorriso nos lábios. Sua resposta traz Slade para a frente, sem aviso prévio, enquanto ele segura o queixo dela para fazê-la olhar nos olhos dele.
"Não brinque mais com a minha paciência, Biscuit, e apenas me diga o que eu quero saber", ele rosna para ela, mas ela não parece temer o Slade como os outros lobos da matilha. Por ser uma Ômega, ela certamente não tem agido como uma ultimamente.
"Temos todas as aulas juntos, e almoçamos juntos", ela diz como se fosse óbvio. Agora ela estará perto desse i****a o dia inteiro, todos os dias? De jeito nenhum que eu permitiria isso.
"Então mude sua grade horária. Não quero você por perto de Theo. Não sabemos nada sobre ele, e não confio nele", digo com um tom sério na minha voz, esperando que minha aura de Alfa a faça obedecer.
"Você não tem mais o direito de tomar essas decisões por mim, Damon", ela diz, colocando as mãos no meu peito para nos afastar. A sensação das mãos dela em mim é distraída; m*l escuto o que ela está dizendo. No entanto, Slade escuta e não está feliz por ela não fazer o que estou mandando.
"Elle, não vou repetir. Abandone suas aulas e faça outras", digo, pegando suas mãos do meu peito e segurando-as acima de sua cabeça e contra a parede, meus lábios a apenas um centímetro dos dela.
"Eu não farei isso, Damon; preciso dessas aulas, senão não vou me formar no final do ano. Sair daqui um ano mais cedo é mais importante para mim do que seu ego de Alfa", ela diz. Enquanto pressiono meu corpo contra o dela, tenho certeza de que ela pode sentir o quanto estou e******o, mas não me importo.
"O que você quer dizer com sair mais cedo?", pergunto; Slade e eu estamos ansiosos com ela saindo da matilha.
"Acabei de falar com o diretor e o orientador. Tenho créditos mais do que suficientes para me formar mais cedo. Tenho créditos para me formar agora se eu quiser. Eu tenho tantos créditos assim", ela diz com um encolher de ombros, parecendo não se importar com a ideia de deixar New Moon ou eu.
"Vamos ver", é tudo o que digo para ela. Saio do armário antes que eu faça algo de que me arrependa; deixando-a sozinha na sala escura.
"Marcar ela não parece tão r**m agora, não é?", Slade se vangloria antes de voltar para o canto da minha mente.
Não soa tão r**m afinal.