Arthur
A sala de reuniões está cheia, mas eu só consigo ver ela.
Briana Almeida sentada do outro lado da imensa mesa de ébano, cercada por meus diretores, assessores jurídicos e o sempre impávido Lucas. A luz suave do ambiente realça os traços delicados do seu rosto.
Ela está assustada.
Dá para ver nos seus olhos, na maneira como seus dedos tremem levemente ao segurar a caneta que vai selar o contrato. A Briana Modelo, a candidata ingênua, está prestes a se tornar o rosto da minha marca.
E eu, Arthur Moreau, estou prestes a confirmar se estou comprando uma modelo talentosa ou adquirindo a personificação da minha própria obsessão.
O advogado fala, explicando cláusulas e mais cláusulas. Eu não ouço uma palavra. Meu mundo reduziu-se ao seu pulso, à sua mão direita que repousa sobre a mesa. Estou esperando. Esperando por um sinal. Por uma confirmação.
E então, ela ajusta a caneta na mão esquerda.
E eu vejo.
Meu coração para. O ar some dos meus pulmões.
Lá está. No dedo. Um anel prateado. Simples, liso, idêntico. Idêntico ao que eu vejo todas as noites, refletindo a luz do anel enquanto aquelas mãos — suas mãos — percorrem um corpo que eu agora sei que é real.
Coincidência? A palavra morre na minha mente antes mesmo de se formar. O universo não é tão preguiçoso. Isso não é acaso. É... é uma provocação. É um desafio lançado por algum deus sádico que decidiu que minha punição seria ter o objeto do meu desejo mais sujo sentado na minha sala de reuniões, vestindo um tailheur branco inocente e um segredo que só eu conheço.
Ou será que conheço?
Preciso de certeza.
O advogado termina. Me levanto e me aproximo dela. É a minha vez de falar, como CEO. Engulo seco, forçando minha voz a sair estável, neutra, mesmo que por dentro eu esteja em chamas.
— Parece tudo em ordem. — eu digo, os olhos fixos nela.
Ela levanta o olhar, e nossos olhos se encontram. Há um susto ali, e algo mais... uma curiosidade?
— Antes de assinarmos. — eu continuo, minha voz um fio de seda envenenada, — deixe-me elogiar seu... anel, Briana. É incomum. Muito distintivo.
O efeito é instantâneo.
Eletrizante.
Um rubor sobe do pescoço dela, inundando seu rosto em uma cor de vergonha... ou de pânico? Ela baixa os olhos rapidamente para a própria mão, como se tivesse esquecido que o usava.
— Obrigada, senhor. — ela sussurra, a voz um pouco trêmula. — É... é um amuleto da sorte.
Um amuleto da sorte.
A Mascarada também diz isso nos vídeos, quando algum trouxa pergunta no chat.
É ela.
A certeza me atinge como um choque elétrico, percorrendo cada nervo, cada músculo do meu corpo. E desce, direto, para a minha virilha. Uma onda de t***o, primitiva e incontrolável, me domina. Sinto o sangue correr, sento o meu p*u endurecendo, pressionando contra a frente das minhas calças com uma urgência dolorosa.
Merda. Merda.
Isso não pode acontecer.
Não aqui.
Não agora, com meus dez funcionários mais bem pagos observando cada microexpressão minha.
Forço um sorriso rígido e enfio as mãos nos bolsos da minha calça, fazendo uma pressão discreta para disfarçar o volume que com certeza está óbvio. Minhas palmas estão suadas. Meu coração bate como um tambor de guerra.
— Sortudo, então. — eu retruco, mantendo o olhar preso ao dela.
E é aí que a Briana some, e a Mascarada entra na sala.
Seus olhos, que estavam cheios de timidez, escurecem. Ela não desvia o olhar. Pelo contrário. Seus olhos descem, de forma deliberada, lenta, até os meus quadris, onde minhas mãos estão enterradas nos bolsos, tentando conter a evidência do meu desejo por ela. Ela vê o volume. Ela sabe.
E então, ela morde o lábio inferior.
É o mesmo gesto. O exato, idêntico, gesto de provocação que a Mascarada faz quando está no controle, quando sabe que tem um homem à sua mercê na ponta dos dedos — ou na ponta da câmera. É um gesto calculado, sensual, uma mistura de inocência e malícia que me deixa completamente louco.
Meu p*u pulsa dentro da calça, implorando por alívio. Eu preciso me conter. Preciso respirar. Mas o ar está pesado, carregado com uma tensão proibida que só nós dois podemos sentir.
Eu olho rapidamente para os lados. A advogada está revisando uma página. O diretor de marketing cochicha algo com o de diretor de criação. Lucas observa a cena com seus olhos impassíveis, mas eu não me importo com ele. Ninguém mais parece perceber o furacão s****l que está varrendo o centro da sala. Para eles, é apenas uma modelo nervosa e um CEO fazendo um elogio casual.
Mas para nós... é uma confissão silenciosa. É o Fênix n***a dizendo para a Mascarada: Eu sei quem é você.
Ela solta o lábio, que agora está mais vermelho e inchado, e um sorriso pequeno, quase imperceptível, toca seus cantos. Ela está gostando disso. Está gostando de me ver perder o controle, de me ver lutando para manter a compostura no meu próprio território.
Eu quero arrancar aquele tailheur dela com os dentes. Quero jogá-la sobre esta mesa de reuniões e enterrar meu p*u nela até que ela esqueça seu próprio nome. Quero possuí-la de todas as formas que imaginei sozinho na minha cama.
Mas mais do que isso, no fundo, ainda quero observar. Quero vê-la se contorcendo sob o meu olhar, de perto, sem a barreira de uma tela.
— Vamos... assinar? — a voz de Lucas corta o silêncio, prática e indiferente.
Eu pisco, quebrando o feitiço. Pego minha caneta, minhas mãos ainda trêmulas de t***o e raiva. Raiva por ela me afetar assim. Raiva por eu estar tão vulnerável.
Assino o contrato com uma firmeza que não sinto há muito tempo. Ela faz o mesmo, seus olhos nunca deixando os meus completamente.
Está feito.
Briana Almeida pertence à Moreau Industries agora. E a Mascarada... a Mascarada está a um passo de distância.
Enquanto todos se levantam, trocando apertos de mão e sorrisos profissionais, eu fico para trás, observando ela sair da sala. Ela joga um último olhar por cima do ombro. É um olhar quente, desafiador, promissor.
O jogo mudou.
A observação passiva acabou.
Agora, a presa está dentro do meu cercado. E eu, o caçador, preciso decidir se vou devorá-la... ou apenas admirá-la de perto, até que esse desejo insuportável me consuma por completo.
Uma coisa é certa: essa mulher vai ser a minha ruína. E que ruína gloriosa ela promete ser.
ADICIONE NA BIBLIOTECA
COMENTE
VOTE NO BILHETE LUNAR
INSTA: @crisfer_autora