Capítulo 1

1450 Words
Erika Já faz quase um ano desde que comecei a trabalhar na Bellamy Enterprise ou B.E para os mais íntimos. Apesar de ser o pior lugar do mundo eu permaneço aqui, não sei como o tempo passou tão rápido, ou como eu aguentei, apesar que sei sim, dívidas! Muitas dívidas. Daqui a algumas semanas eu deveria estar me formando, mas há pouco mais de um ano a minha empresa faliu e aí a minha situação financeira que já era uma bosta ficou muito mais difícil. Helen, minha colega de quarto e minha melhor amiga, me ajudou como pode, tadinha, até minhas calcinhas ela estava comprando, e aí vi que não dava mais, chegou um momento em que tive que aceitar que não seria possível. Então fiz o que chamo carinhosamente de pausa acadêmica. E vim labutar! Minha mãe e meu padrasto não ficaram muito satisfeitos com a pausa nos estudos e mergulho na e********o, mas nenhum deles está realmente em posição de ajudar, embora ambos tenham oferecido isso. Como uma pessoa de senso recusei. A única coisa que impediu Gerald, meu padrasto, de hipotecar sua casa para me ajudar foi a minha promessa de que seria temporário e que voltaria para a universidade quando tivesse grana o suficiente e que também eu tinha v*****e de trabalhar, mentira! Quem tem v*****e de trabalhar? Uma tristeza que carrego calada em meu peito é não conseguir me formar ao lado de Helen, sonhamos tanto com esse momento, mas não me cabe mais, ser adulto tem dessas coisas. Minha melhor amiga é um anjo. O pai dela que arrumou para que eu conseguisse esse cargo sem pós-graduação na B.E. Sendo que realmente eu não sou nem me só graduada, então quando me encontrei com a pessoa de RH pela primeira vez eu mencionei isso. Senti que era melhor ser aberto do que ser pego depois. Kelly, do RH, deu um sorriso tenso e disse: — Sim, senhora Vardalos, estamos cientes disso, mas o próprio Senhor Bellamy aprovou que você assumisse essa posição, apesar de sua inutilidade acadêmica. Nada como ser inútil desde o começo! Agora, quase um ano depois, aceitei que me recuperar financeiramente pode demorar um pouco mais do que eu esperava pela minha inutilidade, já que não sou inteligente ou formada o suficiente para uma promoção. Quando me mudei para Seattle, estava empolgada, achava que o mundo ia sorrir para mim, já de cara conheci Efrain, e nos apaixonamos como amigos, ele foi meu colega de quarto nos tempos bons. Quando me mudei para cá, ele me ajudou com tudo, afinal ele sabia onde cada canto da cidade fluía melhor. Eu estaria perdida sem ele. E agora estarei! Serei sua madrinha de casamento, ele encontrou Gail sua alma gêmea. A mim resta vibrar de felicidade e sentir uma ponta de inveja de tanto amor! No final desta semana Helen vem entrevistar o Senhor Bellamy para o jornal estudantil e depois planejamos almoçar. Ela vai conhecer meu chefe antes de mim. Isso mesmo nem em um ano com uma carta de aprovação pude ter contato com meu patrão. Ah Kelly como pode me reconhecer tão inútil? Na quinta-feira eu combino de encontrar Helen no saguão após sua entrevista com o Senhor Bellamy. Quando eu a vejo, ela grita e, quando ela conta a história, ouço que o Senhor Bellamy não estava tão entusiasmado assim. — Erika, ele estava furioso— ela ri. Só Helen poderia rir da fúria do CEO de uma empresa multinacional com tanta facilidade— Então, quando perguntei a ele se ele era gay, pensei que ele poderia ter um AVC ali mesmo, ele deve me odiar. Helen continua contando empolgada como fez meu chefe detestá-la. Respiro fundo, me perguntando se ser vista com Helen é sensato? — Você perguntou a ele se ele era gay! l? — Eu digo com todo o choque que sinto — Amo minha amiga, mas às vezes ela tem a noção de um tatu. — Tudo em nome de uma boa história, Vardalos e para seu crédito, Bellamy manteve suas boas maneiras, apesar de sua raiva óbvia, achei ele bem homofóbico — ela responde erguendo suas sobrancelhas pretas em destaque com o loiro platinado. Quando volto para a minha mesa consciente de que o perigo passou, sorrio pensando em Helen deixando o poderoso Andrew Bellamy furioso. O fim da tarde passa relativamente rápido. Estou fazendo minha tarefa favorita, uma daquelas que assumi porque os outros não gostam, e finalmente decido que já esperei o suficiente e para variar me apaixono por aquilo que ninguém entende. Pego todo o material e vou para a sala de arquivo subterrânea. Na verdade, a maior parte do trabalho da B.E é armazenada on-line e as cópias impressas da maior parte da papelada são armazenadas em uma instalação externa, mas essa sala antiga é usada para assuntos da chefia em andamento. O senhor Bellamy quer tudo a mão na hora que ele quer. Na minha opinião, um método de torturar pobres. A maioria das pessoas a ideia de arquivar em um porão não as enche de grande alegria, mas eu não, eu amo quinquilharia e coisa esquisita. Eu descreveria meus talentos de canto como modestos, mas aqui embaixo eu poderia dar a qualquer um uma corrida pelo seu dinheiro. Sou o Fred Mercury do arquivamento, a Agatha Christie do almoxarifado, uma lenda dos arquivos e canetas piloto. Arquivo! Arquivo! Arquivo! Se houvesse um campeonato seria uma líder milionária, se fosse aclamado a multidão me cercaria na saída do trabalho. E aí tomo uma decisão errada, como sempre. Solitária no subsolo começo a cantar Harry Styles e logo sou interrompida por um aplauso persistente e solitário. Um homem está parado atrás de mim, eu sei que eu o conheço de revistas, mas não sei quem ele é. Ele é sexy como o demônio e exala um cheiro tão bom que deve ser pecado senti-lo em algumas religiões. Ele está sorrindo para mim e há um brilho travesso em seus olhos. — Oi— é o melhor que consigo fazer enquanto sorrio tímida, odeio ser pega cantando. — Bem, eu adorei sua escolha de música, mocinha— ele diz. — Obrigada — murmuro em resposta. Eu ando até onde ele está parado, me perguntando por que ele está no porão em primeiro lugar. — Bem, eu estava saindo para tomar um ar, mas na minha pressa de fugir, parece que tomei o caminho errado— ele me explica o fato de estar onde só suas secretárias e pessoas menores veem. — Eu posso te mostrar o caminho de volta ou mostrar o caminho para onde você gostaria de ir— eu ofereço. — Bem, verdade seja dita, eu não tenho certeza se eu quero voltar para cima ainda. Tem m*l eu ficar aqui? Desculpe, eu sou o senhor Moreau! — Senhor Moreau, eu sou Erika Vardalos. Se você me permitir, eu lhe mostrarei o caminho de volta— eu digo. — Obrigado Senhora Vardalos, eu ficaria grato por isso. E o que você faz na grande Bellamy Enterprise? — ele pergunta, obviamente não tão interessado em retornar rapidamente à reunião da qual ele participou. Não consigo pensar em nenhum motivo para não conversar com ele, então conto a ele sobre meu trabalho aqui, enfatizando gentilmente meu patrão, afinal ele parece mais próximo a ele do que a mim. Começamos a falar sobre música; parece que temos gostos muito parecidos, enquanto caminhamos para o elevador ele me diz que prefere Harry sozinho do que o 1D. Uma vez dentro do elevador, o Senhor Moreau aperta o botão e vamos para o último andar da B.E. Quando o elevador se abre eu me viro para o Senhor Moreau. — Muito obrigado pela conversa. Se você ainda estiver na cidade depois de hoje, você deveria tentar pegar outra de minhas apresentações, sei cantar Justin Bieber também — eu digo; o constrangimento inicial finalmente desaparecendo. Ele me guia para fora do elevador pelo meu cotovelo, rindo da minha piada. — Eu não perderia isso, Senhora Vardalos, além de boa cantora, você é linda. — Ele responde. A conversa está tão animada que só percebo que perdi o andar quando olho em volta, vários executivos se levantam. Então Andrew Bellamy apareceu separando a multidão reunida como Moisés um dia separou o Mar Vermelho. Andrew Bellamy parece tão c***l quanto Helen o descreveu. Graças a Deus não preciso ficar nessa reunião. Quando me viro para sair, Andrew Bellamy dá um passo em minha direção. Ele é surpreendentemente bonito e incrivelmente intimidante. — Fica aqui— ele sussurra e eu congelo. Eu me sento no cantinho e rezo para não perder o meu emprego. Ainda tenho muitas dívidas!
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