CAPÍTULO 18 Narrado por Fantasma O silêncio da Rocinha nunca pareceu tão pesado. A boate estava fechada, o calor subindo pelo morro, mas não era isso que queimava por dentro. Eu e sss estávamos sentados, cada um em seu canto, sem falar muito. A saudade corroía cada músculo, cada pensamento. Marília e Agatha… sumiram do mapa. Dois meses de raiva, ódio e controle, e agora só restava o vazio. — Patrão… — começou sss, olhando pro nada. — Cê sente… sabe… como se faltasse alguma coisa? Balancei a cabeça, tragando fumaça, sem soltar palavras. Cada vez que pensava em Marília, meu peito apertava. Era mais que desejo, mais que raiva, mais que posse. Começava a ser amor. p***a… amor misturado com ódio, com fúria, com culpa e saudade. — Sei, mano… — respondi, a voz rouca. — E pior é não poder ir

