CAPÍTULO 21
O tempo parecia ter parado para Fantasma. Três meses se passaram desde a invasão do morro rival, desde o tiro que rasgou seu peito e a fúria que o fez ir até o chefe inimigo. Mas a vida não lhe deu pausa. Ele estava em coma, deitado no hospital do comando, seu corpo marcado, cada cicatriz lembrando a violência que reinava em sua vida. Quem cuidava dele, sem pestanejar, era Jaqueline. Ela se tornara a sombra silenciosa ao lado da cama, controlando cada detalhe, alimentando, hidratando, observando cada movimento mínimo.
Enquanto seu corpo descansava, sua mente não parava. Em sonhos conturbados, Fantasma via duas crianças correndo por lugares que pareciam labirintos de escuridão e luz difusa. Um menino e uma menina gritavam seu nome, chamando-o de “papai”, implorando para que el
