Capítulo 33

1045 Words
Hideo se aproxima dos outros, sentando-se no sofá ao lado de Charles, que segurava a sua pequena nos braços. — Soube que tentaram arrancar o seu couro no Japão. — diz ele, rindo. — Muitos tentam. — O que ele não está dizendo é que foi salvo por uma mulher. — diz Aurélio, caindo na risada ao lado dele. — Eu não pedi ajuda. — diz ele, chateado. — Sabemos disso. Você é teimoso demais para pedir ajuda. — diz Nico. — Deem um tempo para ele respirar. — diz Vito, se aproximando e entregando uma cerveja a Hideo. — Soube que veio acompanhado, garoto. — Deixem-me apresentar a vocês o meu braço direito. Este é o Jin. — diz ele, apontando o amigo que estava mais atrás, observando a conversa deles. — Fala sério, garoto! Demora tanto tempo para aparecer aqui e me chega com um homem. — diz Vito com a sobrancelha arqueada. Ao lado dele, Nico se engasgava com a cerveja que bebia, enquanto os outros caíam na risada. — Não ligue para eles, Hideo. Sabe como eles são. — diz Síria, se aproximando dele e estendendo-lhe a mão. — Sabe o que penso disso, baixinha. — diz Klaus, puxando-a para si. — Larga a minha irmã, seu tarado. — diz Nico, puxando Síria dos braços de Klaus. — Às vezes você é um pé no saco, Nico. — diz Klaus, puxando Síria de volta. Jin olhava para aquilo com os olhos brilhando; ele estava fascinado pela forma como eles agiam ali. O ambiente era descontraído e animado. — Podem parar, vocês dois. — diz Síria, sorrindo. — E pare de pegar no pé do meu marido, Nico. — Isso, Nico. Lembre-se que ele tem algo que você não tem. — diz Charles, caindo na risada com os outros. — Fala sério, seu sem graça. — diz ele, chutando o pé de Charles. — Não se preocupe, tenho certeza de que ele estava falando das algemas. — diz Aurélio, rindo tanto que acaba caindo no sofá. — Você fala demais, Aurélio. Dá para ouvir a sua voz lá da pista de pouso. — diz Yuri, entrando com Sofia ao seu lado. — Até que enfim chegou, russo. Achei que Sofia já tinha acabado com você a essa hora. — responde Aurélio. — Essa é minha deixa para sair. — diz Sofia, dando um beijo em Yuri e se afastando, indo atrás dos sobrinhos. — Virou p*u mandado mesmo, hein, russo? — Vai se f... Aurélio! Sabe que só não te mato porque a minha irmã está grávida de novo. — diz, fulminando-o com o olhar. — Devia me agradecer. A família está crescendo. — diz ele, rindo. — Você... — diz Yuri, marchando em direção a Aurélio, mas para quando vê Ricardo se aproximando. — Certas coisas nunca mudam. — diz Ricardo, sorrindo. — Sabe que não tem permissão para matar o Aurélio, russo, por mais que dê vontade às vezes. — Ei! Eu ouvi isso! — diz ele, rindo. — É bom vê-lo de novo, russo. Onde está a minha irmã? — Foi ver os sobrinhos. — Vou ter que aumentar a mesada dela. — diz Ricardo, passando a mão pelos cabelos, o que deixa os outros curiosos. — Por quê, chefe? — pergunta Nico. Ele sabia que, na verdade, Sofia não precisava do dinheiro do seu chefe, já que os negócios dela na Rússia iam muito bem, mas Ricardo ainda insistia em lhe dar uma mesada bem generosa todos os meses. — O Aurélio não para de ter filhos. Ela vai precisar de mais dinheiro para os presentes. — Fala sério, Aurélio já está falindo o chefe. — diz Max, chegando com Isabel ao seu lado. — Até que enfim chegou, Max. Pensamos que já tinha arregado. — diz Charles. — Nunca! Isso vai ser interessante. — Prepara o gelo, garoto. Vai precisar. — diz Vito, fazendo-os cair na risada novamente. Ricardo sinaliza para Hideo, e ele o segue em direção ao terraço da mansão. Jin o seguia de perto, curioso para saber mais sobre as pessoas à sua frente. — É bom saber que está melhor, Hideo. — diz Ricardo. — Sim, os últimos dias estão sendo tranquilos. — responde ele. — Este é o Jin, Ricardo, um amigo leal e o meu braço direito. — Seja bem-vindo. — diz Ricardo. — Obrigado por me receber. Espero não estar atrapalhando o encontro de vocês. — diz ele, apertando a mão de Ricardo. — Não atrapalha. Apenas se lembre de que o que se passa aqui, fica aqui. — diz ele, com um olhar sugestivo. — Quanto a isso, não precisa se preocupar, senhor. — Então ficaremos bem. — diz ele, com um sorriso que não chegava aos olhos. Olhando para a tranquilidade de Ricardo, Jin percebia por que ele tinha a fama de ser alguém c***l. Nada passava por seus olhos, e Jin podia ver a forma como ele o analisava discretamente. — Como estão as coisas em casa, Hideo? Já resolveu os seus problemas? — pergunta Ricardo. Hideo apenas encara Ricardo sem dizer nada. Ele não queria entrar naquele assunto, pois tinha ido até lá justamente para esquecer do que acontecia em sua casa. Apesar da sua última conversa com o seu pai ter sido mais tranquila, ele não acreditava que aquela paz perduraria por muito tempo. Era algo que já tinha data marcada. Eles eram como água e óleo — nunca chegariam a um acordo viável. — Entendo. Não falarei mais sobre isso. Mas lembre-se de que tem família aqui. Se precisar, basta avisar, e estaremos na sua porta o mais rápido possível. — diz Ricardo. Jin observava aquela conversa silenciosa entre eles com interesse. Ele entendia bem a expressão de Ricardo, pois já tinha tentado resolver aquilo para Hideo, mas ele se recusava. Então, podiam apenas esperar que ele tomasse a melhor decisão quando a hora chegasse. — Eu já fiz essa oferta para ele, mas ele não aceitou. — diz Jin, com um sorriso de canto. As falas dele surpreendem Ricardo. Ele via que havia mais nas suas palavras do que apenas uma ajuda. — Ao que parece, você finalmente encontrou uma boa pessoa para estar com você. — responde Ricardo, com um sorriso discreto.
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